sábado, 4 de novembro de 2017

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - SARDINHA DE ÁGUA DOCE




SARDINHA DE ÁGUA DOCE
  
Um pequeno peixe mas, nem por isso menos importante. Isca muito usada no Pantanal e de rara beleza, a sardinha de água-doce pode ainda ser encontrada em outros rios ou lagos no Brasil. Bastante voraz, apesar de seu tamanho, compete com o lambari no ataque às iscas que lhe são apresentadas.


Para o pescador de pequenos peixes, que se diverte com a briga que eles proporcionam a sardinha aqui descrita, pode ser comparada com o lambari em muitos aspectos. Voraz ataca com rapidez a isca que o pescador estiver usando, seja ela de massa de farinha, milho verde, minhoca e mesmo pequenos camarões ou pedaços de peixes. Devido ao formato de seu corpo é boa de briga. Fazer uma ceva com quirera de milho será sempre uma boa opção para atrair o cardume. Cientificamente classificada na família Characidae, tem como nome científico Triportheus amgulatus angulatus. Segundo alguns biólogos, pode ser encontrada, além do Pantanal, na Amazônia, Peru, Bolívia e Colômbia, em rios como o Jaguaribe, Russas e Orós, no Ceará; Parnaíba no Piauí; Piancó na Paraíba e lago Papari no Rio Grande do Norte. A sua nadadeira caudal apresenta um prolongamento na região mediana. Ela gosta de ficar perto da superfície da água. Atinge até 24 cm de comprimento total, desovando na época das chuvas. Suas larvas alimentam-se de fitoplâncton e os adultos preferem insetos. O Serviço de Piscicultura do Departamento de Obras Contra as Secas projetou a produção maciça de peixes forrageiros em 1958, para servirem de alimentos às espécies carnívoras: uma das escolhidas foi a sardinha. A reprodução foi conseguida após hipofisação dos reprodutores com extrato hipofisário de curimatã-comum.  O Açude Lima Campos, no Ceará, recebeu 14.333 alevinos, de 20 a 40 mm de comprimento total, com 15 a 25 dias de vida. A exemplo de outras espécies não citadas pelos biólogos, o Pantanal, tanto norte como sul, mostram grandes cardumes desse peixe, que fazem sua piracema todos os anos a exemplo dos chamados peixes lóticos. Talvez seja essa a razão de serem muito apreciada como isca para pintados, dourados, tucunarés e tantas outras espécies de peixes predadores dessa região. Podemos pesca-la com material ultraleve, composto por vara de bambu ou telescópica, linha fina, pequena chumbada oliva e anzol pequeno, o mesmo usado na pesca do lambari. Pega muito bem nas iscas acima citadas e uma ceva garantirá a atração do cardume. Evidente está que junto com ela, devido a ceva feita, virão outras espécies, como o sauá, lambari, piaus, pacu-prata e até piavuçus, que além de comer a isca, com certeza, devido ao seu tamanho e força, não serão içados até a mão do pescador, rompendo a linha e mesmo o conjunto do material usado. É uma boa distração para as horas mais quentes do dia, sempre embaixo de uma boa sombra de árvore. Caso haja um remanso no rio, a ceva será ainda muito mais produtiva.

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