sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

MODALIDADE - ESPORTIVIDADE NO LIMITE










Ao fazer uma pescaria no Pantanal, é necessário precisar da cota do pescador? Para alguns sim, mas para outros pescadores não. Conheça um tipo de pescaria onde a esportividade é o mais importante.






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 Iscas de barbela 


Galhadas de margem 

Neste tipo de pescaria que vamos descrever, o peixe tem que ser o dourado, já que ele é um peixe bruto, grande, pesado e que pega muito bem em iscas artificiais. O material pode ser uma carretilha ou então um molinete de tamanho pequeno a médio, e a vara de pesca deverá ter no máximo 1,80 m de comprimento, sendo de ação média e com capacidade para suportar linhas entre 0.30 e 0.45 milímetros. Usaremos ainda um empate com um girador em uma ponta e um snap na outra; sua resistência pode ser de 12 quilos (ou 26 libras). A isca artificial deverá ser de tamanho médio, com aproximadamente 10 cm. É condição essencial que seja uma isca de barbela curta de meia água. Podemos citar até algumas marcas, e entre elas estarão com certeza Rapala, Red Fin e Bomber, além da mais recente em nosso mercado, a Yamashita. 


Dourado fisgado com uma Red Fin, brigando

O importante nessas iscas é que suportem garatéias de tamanho 1/0 ou 2/0 em número de duas, mesmo que para isso tenhamos que eliminar da isca original uma eventual terceira garatéia. É o caso da Red Fin 900, que vem com três garatéias, e nós utilizamos com apenas duas garatéias do tamanho citado, eliminando a terceira, pois desta forma elas não enroscam entre si. É importante que as garatéias sejam do tamanho mencionado (1/0 ou 2/0) e no mínimo três vezes mais fortes, pois só assim aguentarão a “bocada” do dourado. Estando com o equipamento montado, vamos à procura do peixe. Somente alguns locais chamarão nossa atenção, já que este tipo de pescaria é específico e diferente dos demais. Como disse um amigo nosso certa vez, parece que vai se “colhendo” os peixes, tal é a certeza da pescaria. 


Barranco

A melhor época é com o Pantanal cheio até a média vazante. Este tipo de pescaria pode ser feito em qualquer rio, grande ou pequeno. O importante é achar obstáculos no rio, tais como árvores caídas, pedras, curvas de barrancos, entrada e/ou saída de água nos campos, mas que tenham entre si uma coisa em comum: águas rápidas, pois é nelas que o dourado estará caçando. É muito simples achar-se esses locais, sendo a melhor maneira de localiza-los ir subindo o rio com o motor de popa em velocidade, marcando mentalmente os pontos bons para a pesca. Após subir uma distância onde já forem observados algumas opções, basta desligar o motor de popa, sempre acima do ponto das águas rápidas, e descer batendo a isca artificial.

Iscas Rapala com duas garatéias 

Dificilmente apoitaremos, a não ser que a galhada ou a entrada e/ou saída da água nos campos sejam extensas. Nesta caso apoitaremos, de preferência sempre em uma posição acima das corredeiras, para então darmos os lances. Nas imediações de uma grande galhada pode haver cinco dourados, mas em árvores caídas é mais comum achar apenas um ou dois peixes em cada local. Porém, o que importa é que, nesse tipo de pescaria, quando o peixe se encontra no local, não dá tempo nem para pensar, pois assim que a isca cair na água o dourado dá o bote. Nesse ponto é que começa a verdadeira esportividade, pois você lembrará que está com uma linha fina, uma vara média e uma carretilha ou molinete também pequeno – ou seja, não adianta dar uma fisgada “boa” na boca do peixe, pois a linha não vai aguentar o tranco. 


Corredeira de corixo 

O melhor a fazer é apenas dar uma “firmada” com a vara e tentar fazer com que o dourado perceba que está com uma garatéia na boca. A corrida dele será então para o meio do rio, dando imediatamente um pulo para tentar se livrar da isca. É nesse pulo que está o segredo coisa, já que, se ele não escapar nessa hora, dificilmente escapará depois, pois quando mergulha após o primeiro pulo, costuma dar fortes e violentas mordidas na isca, fazendo com que os anzóis o fisguem sozinhos. Se você estava a fim de uma “encrenca”, arrumou uma das boas, pois se o dourado tiver por exemplo, 5 quilos, com certeza você vai demorar uns 25 minutos para faze-lo cansar, e irá descer cerda de 500 metros rio abaixo. 

Localização do dourado 

Outras vezes – que não serão poucas - no primeiro pulo o peixe escapa, pois devido à delicadeza do material, não conseguimos fisga-lo. Mas o resultado compensa, já que onde houver uma água rápida e você jogar sua isca artificial, com certeza estará lá um dourado que fisgará no ato da queda da isca. A isca deve ser de barbela curta, já que às vezes ocorre que o dourado não fisgue imediatamente após o lançamento da isca, pois não estava no local onde a isca caiu. Porem, como o dourado encontra-se mas imediações da isca ele acabará por fisga-la, já que, com a correnteza do rio, a barbela da isca fará com que ela nade rapidamente, imitando uma isca natural. 


Pedras 

Aliás, o sucesso desses locais deve-se ao fato do dourado estar nessas águas rápidas caçando, e os pequenos peixes, ao subirem os rios, vencem essas águas rápidas com maior dificuldade. O dourado sabe disso e, “traiçoeiramente”, escolhe esses locais para sua fácil alimentação, sendo portanto encontrado com facilidade nesses locais. O pescador amador sabe disso, e “traiçoeiramente” vai ao encontro do dourado, porem, com maior esportividade. Vale a pena conferir esta modalidade.


NOTA DA REDAÇÃO: Com o advento dos multifilamentos, as linhas de baixa espessura, ganharam a preferência do pescador. Mas, como tudo não é perfeito, essas linhas tem menor resistência à abrasão, seja em árvores ou pedras.

Revista Aruanã Ed:57 publicada em junho de 1997

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