sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

EQUIPAMENTO - TRANSPORTE SEU BARCO









O barco é encaixado por meio dos “racks” - Rural Willys original. Detalhe da placa


Liberdade.
Essa é a sensação do pescador amador quando adquire um barco para suas pescarias. Ir onde quiser pescar como quiser, sem precisar pedir favor a ninguém é muito bom. No entanto, levar o barco até o local da pescaria pode ser um problema, se não respeitarmos algumas normas básicas, sendo a principal delas a segurança na viagem.
Vamos aos detalhes...




O formato do fundo do barco determina o tipo de carreta

Não sei se o pescador amador já percebeu, mas os melhores locais de pesca geralmente não têm infraestrutura nenhuma para atender aos nossos anseios de pescaria. E isto sem dizer que, quando se está desembarcado de um lado do rio, represas ou mesmo na praia, nossos olhos sempre se voltam para o outro lado e nossa mente insiste em nos dizer que “lá longe” o lugar é muito melhor para pescar. De posse de um barco, evidentemente pescaremos em qualquer lugar, tanto do lado de cá, como do lado de lá ou, se preferirem, até no meio. Mas como levar um barco com toda a segurança até nosso local de pesca, seja ele a que distância for? Para transportar um barco com segurança, somente duas opções serão válidas: a primeira é leva-lo sobre o carro, e a segunda é utilizar-se de uma carreta.
                                         EM CIMA DO CARRO
Levar um barco em cima de um automóvel não é difícil, logicamente dependendo do tamanho dele. Para fazer isso com segurança absoluta, o pescador deverá adquirir dois suportes especiais, também chamados de “racks”, firmes e seguros. Esses suportes – que nada mais são do que duas peças de alumínio ou outro metal qualquer, encaixadas e apertadas por meio de “borboletas” nas calhas laterais do carro, dependendo do tamanho e do peso do barco – devem ser firmes e resistentes. 

O carro de reportagem da Aruanã trabalhando na praia

Devem ser – e aqui leva-se em consideração o tamanho do carro – de maneira que o barco fique equilibrado sobre eles, sem pender para frente ou para trás. A altura permitida para esse tipo de volume é de 70 cm acima do teto do carro, e tanto a frente como atrás do carro, o volume não deverá ultrapassar 1 metro. Tem lei especifica a respeito. Aliás, quando em viagem, amarre um pano vermelho na parte traseira do barco, que obrigatoriamente deverá ir de cabeça para baixo e sempre com a proa voltada para a frente do carro. O passo seguinte, após colocar-se o barco na posição, é o fator mais importante na segurança, ou seja, a amarração. Primeiro amarre o barco junto aos dois suportes, e para essa tarefa, o melhor material são as câmaras de ar de bicicletas. Procure amarrar com a câmara dupla, tendo o cuidado de não deixar frouxo, e nem muito esticado. Feito isso, amarre a proa do barco com uma corda, de preferência de nylon, vindo desde o barco até o para-choque do veículo. Não estique demais, senão a popa do barco irá levantar. Amarre firme com uma ou duas voltas, no limite da posição normal do barco em cima dos suportes. Na parte traseira do carro, utilize novamente as câmaras de ar de bicicletas ou cordas, usando duas neste caso, já que normalmente todos os barcos de alumínio possuem duas manoplas. Amarre uma câmara em cada manopla e passe, esticando razoavelmente, pelos para-choques do carro. Pronto, seu barco viajará corretamente, firme e seguro. Durante a viagem, de quando em vez, ao parar em um cafezinho, aproveite para dar uma “geral” nas borboletas de aperto do suporte. Elas costumam se soltar gradativamente, daí a importância de se observar esse conselho. Finalizando, respeitar os limites de velocidade da estrada, levando em conta o fato de estar transportando uma carga alta, é recomendável, principalmente tendo o cuidado para fazer as curvas. 

As carretas usadas nas aventuras

As amarras de corda e as câmaras de ar também devem ser verificadas ocasionalmente. Como dica final, é sempre bom levar mais câmaras de ar de reserva.
                                            USANDO A CARRETA
A segunda opção é a utilização da carreta, criada exclusivamente para essa finalidade. Porém, antes de sua confecção ou de sua compra, devemos observar qual será o tipo de barco a ser transportado, principalmente pelas características do fundo do mesmo, que tanto pode ser chato como em forma de “V” ou quilha. Uma carreta de barco poderá ser de madeira ou ferro, e a escolha dependerá da vontade do pescador, já que ambas têm praticamente o mesmo peso. De construção simples, pois nada mais é do que um chassi com um ou dois eixos, esse equipamento apresenta algumas variações em sua estrutura onde o barco será apoiado e o sistema de suspensão, que pode ser de molas ou amortecedores, ou até mesmo os dois juntos. A amarração de um barco à carreta também é tarefa simples, mas que deve ser feita com cuidado e perfeição. Novamente as câmaras de ar poderão ser usadas no meio do barco, porém, tanto na popa como na proa, usam-se cordas, para maior segurança. Aqui uma dica: quando amarrar o barco na carreta, não force demais as cordas, já que tal ação costuma danificar ou mesmo entortar o barco, principalmente se ele for de alumínio, que hoje é a grande maioria. Ao sair da fábrica, a carreta deverá vir com toda a sua documentação em ordem, tal como certificado de propriedade, placas e seguro. Em sua traseira haverá um para-choque, onde as luzes de pisca, lanterna e freio devem estar em perfeito funcionamento. O transporte da carreta pelo carro é feito através de um engate no auto e um plug na parte elétrica do mesmo. Esse plug é uma peça que deverá ser verificada periodicamente, assim como toda a fiação e lâmpadas existes na carreta. Em viagem, é aconselhável levar-se um estepe e lâmpadas sobressalentes para a carreta. 

Carreta de alumínio da Levefort – Até hoje insuperável 

Como se vê, tanto um como com outro equipamento fica bastante fácil transportar o barco. A vantagem maior fica com a carreta, pois nela, além do barco, podemos levar também uma boa parte da carga, o que deixa o veículo com muito mais espaço. É também um pouco mais complicado manobrar com a carreta, porém com um pouco de prática, essa tarefa também se torna rotina. No trajeto com um barco na carreta, é sempre conveniente colocar, além do pino que trava a carreta no engate, um outro tipo qualquer de segurança extra, tal como uma corda ou uma corrente e cadeado. Finalmente quando se pesca no mar e entra-se com a carreta dentro da água, será necessário fazer-se uma manutenção periódica, bem como a lavagem e lubrificação. Aí está portanto, pescador amador, duas opções que você tem para carregar seu barco com toda a segurança e poder pescar onde quiser, desfrutando do sentimento de liberdade descrito no início desta matéria.


NOTA DA REDAÇÃO: Todos as dicas aqui dadas referentes à amarração, são usadas pela equipe Aruanã em nossas viagens de reportagens, algumas com centenas de quilômetros. Nunca, em tempo algum, tivemos qualquer problema com essas dicas. Quando nos referimos as “câmaras de ar”, as mesmas podem ser as de bicicleta, que aliás tem em diversos tamanhos nas borracharias. As usadas, além de mais baratas, tem a mesma utilidade e segurança. E um outro item que nos deixa saudades – já que parece que não estão mais sendo fabricadas – são as carretas da Levefort, todas em alumínio, sem nenhum parafuso, já que eram soldadas o que as tornavam a melhor de todas as carretas fabricadas e em qualquer tempo.

Revista Aruanã Ed:13 publicada em 12/1989

6 comentários:

  1. Toninho, conheço essa pick up com faixa vermelha, já andei nela. Como era o nome da represa onde gravamos o "Black Bass"?

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  2. O vídeo do bass Marcão, foi gravado na represa do Alecrim. Uma, entre as 7 represas do rio Juquiá. Foi meu pesqueiro exclusivo desse peixe durante muitos anos. E a pick up era da reportagem da revista sim. Boa memória a sua. Abraço

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  3. Estando na represa e tão perto de S.Paulo, dificilmente poderia se imaginar a sua quase intocável mata, nascentes e cachoeiras. No fim de minhas idas no Alecrim, não sei como, alguém montou um tipo de pesqueiro alugando barcos. Foi o suficiente para a depredação começar. Redes, tarrafas, anzóis de galho, corte de palmito e por aí. Infelizmente foi e deve estar ainda mais depredada.Uma pena realmente.

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  4. Levar o barco não é ou era uma tarefa difícil, o maior problema era passar pelos guardas... não havia um que não nos parasse!!!
    Um inferno kkkkk

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  5. Até hoje é assim, já que muitos deles (fiscais) continuam a pensar que somos um bando de desocupados e infratores. Mas eu até que gosto, já que antes de qualquer viagem, fazíamos uma manutenção completa no equipamento, para não haver nenhuma falha. O melhor de tudo era ver a cara deles, ao nos devolver os documentos, sem terem achado qualquer infração. Delicia rs

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