A pesca de robalo costuma ser feita durante o ano todo, sendo
que pode-se dizer que os maiores exemplares são fisgados de setembro a abril.
No entanto, é muito importante que o pescador saiba como localizar os peixes,
pois só assim poderá descobrir exatamente onde deve jogar seu anzol.
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Galhadas
Elaboramos este artigo visando principalmente os interesses
daqueles pescadores que praticam a pesca de robalos nos rios e canais. Também
consideramos a pesca feita em praias, desde que haja rios por perto, como pesca
de canal, alertando que os robalos, neste local específico, estão apenas de
passagem, ou seja, não será todo dia que os encontraremos lá, ao contrário do
que acontece nos rios e canais propriamente ditos. Já que a pesca desse peixe
só é feita com isca viva ou com iscas artificiais, vamos falar rapidamente
disso, para podermos nos alongar mais na análise das estruturas onde a presença
do robalo é característica. Como boas iscas vivas, podemos citar o camarão, o
pitu, o amborê, o lambari e, no nordeste do país, também a moreia (espécie de
amborê).
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Pedras
em beira de rio
Normalmente, com iscas vivas, pesca-se de fundo (em lances e
ou caceio) ou utilizando bóias. Boas iscas artificiais: os plugs em forma de
peixes, que tanto podem ser de superfície, meia água ou profundidade e os jigs,
usados principalmente perto de pedras, além de colheres usadas em lances ou
corrico, e ainda os camarões artificiais para a pesca de profundidade. Vamos
agora tentar descrever todos os tipos de estruturas encontradas em rios e
canais.
GALHADAS
São as mais famosas estruturas. Tanto podem estar na margem
como mais para o meio do rio. As melhores galhadas serão sempre as mais
antigas, que são facilmente identificadas, pois portam cracas, mariscos e
outros microorganismos. Merecem destaque especial as grandes árvores que caíram
e vão desde a margem (aparece o tronco) até rio adentro. Se a profundidade for
de 2 a 5 metros, então, essa é uma galhada campeã.
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Cais
A presença de robalos nesse local é inevitável. Se houver
várias árvores caídas (muito comum) é melhor ainda.
PEDRAS
Outro grande pesqueiro. Pedras isoladas ou conjunto de pedras
anunciam locais que devem ser sempre conferidos. Procure descobrir onde fica o
ponto mais fundo, que pode estar na frente ou atrás da(s) pedra(s). Se for uma
pedra isolada, devemos “bater” a isca à volta dela toda. Conjuntos de pedras na
saída do rio para o mar podem ser considerados como costão. Pesca-se batendo
toda a sua extensão, especialmente na praia propriamente dita. Normalmente o
local mais fundo será sempre bem próximos a essas pedras. Pedras submersas
totalmente são difíceis de serem vistas. Algumas denunciam sua presença nas
marés mais baixas, pois costumam fazer algumas marolas na superfície. Outras
somente se descobrem por intermédio do sonar.
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Pilastras
de ponte
CAÍS OU PORTOS
Tipicamente bons locais, seja sua estrutura feita em pedras
ou madeira. Os robalos costumam permanecer entre as colunas de sustentação.
Pesca-se dando lances de frente ou paralelos à estrutura.
PONTES
Características semelhantes aos cais e portos, com uma pequena
variação: Se a profundidade não for superior a cinco metros, os plugs, jigs e
iscas vivas, tanto na bóia como de fundo, darão bons resultados. No caso de
profundidade ser superior a cinco metros, apenas as iscas vivas, na modalidade
fundo, serão apropriadas. Pode-se pescar dando lances a distâncias de 20 metros
ou então lances diretamente com cima dos poços rentes às colunas da ponte.
Neste caso, amarra-se o barco rente às colunas.
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Barranco
BARRANCOS DE TERRA FIRME
Normalmente são encontrados nas curvas dos rios e canais.
Esses barrancos resultam da erosão ocasionada pelas grandes marés, que formam poços
profundos. Devido também à erosão, é muito comum que as árvores existentes nos
barrancos caíam, transformando-se em extensas galhadas que podem acabar
submersas, muitas vezes não sendo visíveis a olho nu. Toda a extensão do
barranco deve ser batida, mas muitas vezes isso significa percorrer uma distância
grandes demais. A melhor opção neste caso é parar o barco a uma distância de
aproximadamente 20 ou 30 metros e dar sucessivos lances “varrendo” todo o
barranco.
GAMBOAS
São pequenos cursos d’água que durante a enchente da maré
recebem grande volume de água, o qual “jogam” de volta ao rio ou canais quando
a maré vaza, trazendo com essa ação muito alimento para o robalo.
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Amborê:
ótima isca para o robalo
Normalmente são rasos, e o ponto de pesca ideal é sua
desembocadura no rio. Forma-se um degrau de profundidade variável, abaixo do
qual os robalos se posicionam para esperar o alimento. A melhor dica é jogar a
isca (natural ou artificial) bem dentro da gamboa e vir trazendo-a para as
águas do rio.
EMBARCAÇÕES
AFUNDADAS
Excelente pesqueiro. Não faz diferença se a embarcação
afundou próxima à margem ou no meio. Dependendo de seu tamanho, toda a volta de
sua extensão deve ser batida com a isca, começando sempre pelo lado no qual a
maré desce. Mais uma vez, a profundidade do local onde está a embarcação é
fator determinante. Se for muito fundo e ela estiver totalmente submersa, será
melhor usar isca viva e pescar de fundo.
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Embarcação
afundada
Se estiver apenas parcialmente
submersa, as iscas artificiais ou vivas, na pesca com bóia ou de fundo dará
bons resultados.
SAMBAQUIS
São formações de cascalho ou de ostras no fundo do rio ou
canal. Sua extensão é variável, pois numa estrutura desse tipo tanto pode ter
apenas alguns metros como centenas deles. Nesses locais, deve-se pescar com
iscas vivas, em profundidade e no sistema de caceio, ou seja, com o barco
rodando. A isca mais indicada para esse tipo de pesca é o camarão vivo.
CERCOS OU CURRAIS DE PESCA
Só darão bons resultados na pesca esportiva os cercos ou
currais que sejam velhos e estejam parcialmente destruídos. Em tais locais, a
profundidade não costuma ser superior a 3 metros. Portanto, pode-se pescar de
fundo ou com bóia, utilizando iscas vivas. Com relação as artificiais, as iscas
de barbela longa e os jigs serão os mais indicados.
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Robalo
Finalmente, podemos concluir que exploramos aqui todos os
tipos de estruturas encontradas em rios e canais onde os robalos com certeza
estarão presentes. Mas há canais que, por incrível que pareça, não apresentam
nenhum tipo de estrutura. Quando isso ocorre, a opção mais recomendável é
pescar na modalidade de corrico com iscas artificiais, percorrendo a linha das
margens ou meio do canal. Quando o primeiro robalo fisgar, o pescador deverá
memorizar o local onde isso ocorreu. Se acontecer de fisgar outro em uma nova
corricada no mesmo ponto, é sinal que ali deve existir uma estrutura submersa.
Portanto, se o pescador quiser parar de corricar e passar então
a pescar dando lances ou mesmo de fundo, com iscas vivas ou artificiais, essa
terá sido uma escolha bastante proveitosa.
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Cerco
ou curral de pesca
Há uma regra básica que não podemos deixar de citar: sempre
que se deparar com uma estrutura na margem de um rio, saiba o pescador que
aquele local é o mais fundo. Basta posicionar sua embarcação à frente da
estrutura e guardar distâncias regulares de no mínimo 20 metros. Se não fizer
barulho e se a maré estiver descendo, mesmo não tendo sucesso na primeira
parada, é só tentar outras vezes, com marés mais altas ou mais baixas. Uma
coisa é certa: o robalo vai aparecer. A dica final é pescar sempre na maré
vazando e no máximo à uma ou duas horas na enchente, dependendo esta opção, do
tipo de rio ou canal. Em nossa opinião, mais uma vez dependendo do rio ou
canal, é verificar qual a altura é melhor no seu local de pescaria. Essa altura
pode variar e muito e aconselhamos às marés de quarto, próximas as luas grandes
– cheia ou nova – observando-se sempre a movimentação da água que não pode ser
muito rápida em sua descida.
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Revista
Aruanã Ed: 55 Publicada em 02/1997
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