Na pesca de praia, é muito comum o pescador
usar dois anzóis em seu empate. Seria isso correto? Ou poderiam ser usados mais
ou menos anzóis? Vamos descobrir juntos.
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Praia rasa
Suponhamos que o pescador amador esteja, em sua pescaria de
praia, usando o material certo, em todos os seus detalhes tais como varas,
molinetes ou carretilhas, linhas, arranque, chumbo, anzóis e empates. Caso
todos os materiais estejam corretos, é costume da grande maioria usar dois
anzóis no empate. E aí fica a pergunta, porque dois anzóis e não um ou três
anzóis? Essa pergunta tem algumas respostas, já que o número de anzóis depende
da vontade do pescador. Dizer que ele está errado em usar um ou três anzóis não
é correto. Mas vamos aos dois anzóis.
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Chicote com dois anzóis
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A modernização dos equipamentos de pesca de praia trouxe-nos
algumas novidades, e assim sendo o empate, ou se preferirem, o chicote, tem
hoje alguns itens bastante importantes; os mais usados são os rotores, também
chamados de engates rápidos. No empate, que costuma ter um comprimento de 80
centímetros (ou mais), colocamos uma linha mais forte e na ponta de cima um
girador de tamanho médio. Por intermédio de nós especiais, colocamos nosso
primeiro rotor a mais ou menos 20 centímetros do girador. Esse rotor, por mais
segurança, fica solto na linha entre duas miçangas, num espaço de 3 a 5
centímetros.
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Rotores
Mais ou menos a 40 cm (não é regra),
abaixo, colocamos o segundo rotor da mesma maneira. Finalmente, no fim do
empate, um snap ou alfinete, onde é colocado o chumbo. A função dos rotores ou
engates rápidos é facilitar a troca de anzóis durante a pescaria e também
proporcionar maior segurança na briga com os peixes, além de manterem afastadas
as pernadas dos anzóis da linha do empate. Uma pernada, ou se preferirem, a
linha onde é fixado o anzol, costuma ter tamanho diversos, sendo que a pernada
de baixo é sempre maior do que a pernada de cima.
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Betaras pegam melhor no anzol de baixo
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O pescador mais experiente costuma levar várias pernadas com
anzóis de vários tamanhos, que costuma ter 50 centímetros de comprimento,
podendo então ser diminuídas na hora de coloca-las no empate. Mas ainda
persiste a pergunta: porque dois anzóis? Pois bem: os dois anzóis são usados
principalmente por permitirem a colocação de duas iscas. Isso é importante, já
que, nos lances de praia, não é difícil uma isca cair no arremesso. Se fosse um
só anzol, teríamos que recolher a linha e dar um novo lance. Esse é um motivo.
O segundo motivo é que podemos, com dois anzóis, colocar iscas de dois tipos,
como por exemplo, camarão num anzol e corrupto no outro, entre outras.
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Praia de tombo
O terceiro motivo é que, dependendo dos peixes presentes na
praia, algumas espécies andam em cardumes, e não é difícil fisgarmos dois
peixes ao mesmo tempo. Mas aí o pescador amador poderia perguntar se três
anzóis ou quatro anzóis não trariam mais peixes fisgados. Pode até ser, só que
o tamanho do empate, nesse caso, teria que ser muito maior, e isso atrapalharia
o lance. O quarto motivo é que, com dois anzóis, temos alturas diferentes das
iscas na água. Explicamos. O anzol de baixo do empate, por ter a pernada maior,
fica sempre rente a areia do fundo, e o anzol de cima fica mais livre e alto na
água.
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Dublê de pampos galhudo
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Isso é importante, já que algumas espécies de peixes,
dependendo de sua espécie, pegam melhor no anzol de baixo, como é o caso de
betaras, corvinas e bagres, entre outros. Já no anzol de cima, espécies como
galhudos, pampos, paratis-barbudos e robalos, entre outros, preferem a isca
mais solta ao sabor da água, e portanto, com mais movimento de atração. Ai
estão portanto, alguns motivos que explicam o uso dos dois anzóis, comum em
pescaria de praia, seja ela do tipo rasa ou de tombo. No que se refere às
pernadas, o costume é usar uma linha que dê mais segurança no contato direto com
o peixe.
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Corvina, também no anzol de baixo
Assim sendo, o recomendado é que a linha fique entre 0,30 e
0,45 milímetros. No que se refere à quantidade de pernadas deve-se fazer várias,
e com tamanho de anzóis diferentes, que poderão ser trocados facilmente, caso o
pescador comece a perder iscas e não fisgue peixes. Às vezes, os peixes
pequenos costumam roubar muitas iscas quando o anzol que estamos usando é do
tamanho maior. Nesse caso, já que temos o engate rápido e várias pernadas,
trocamos rapidamente o anzol e vamos descobrir, na pescaria, quem é o “ladrão
de iscas’. Para finalizar, fica apenas a pergunta: quantos anzóis você acha que
deve usar na sua pescaria de praia? A reposta é sua.
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Revista Aruanã Ed:65 Publicada em 10/1998
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