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Praia de
tombo
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Em muitas de nossas pescarias somos obrigados a dar lances
longos arremessando com violência para atingirmos os melhores locais. As iscas,
principalmente as de pouca consistência, saem do anzol. O que fazer? Confira
nesta matéria.
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Corrupto
Não há nada mais irritante para o pescador amador, na hora da
pescaria, ao preparar uma ou duas iscas nos anzóis com capricho e carinho,
muito bem colocadas, ao dar o arremesso, ver que uma ou mesmo as duas saíram no
ar, perdendo-se então o arremesso. São várias as modalidades onde os longos
arremessos são necessários, e entre elas destacamos a de costões ou praia. Nas
praias rasas, a preferência do pescador é por atingir o terceiro canal, que
muitas vezes está distante de 100 a 150 m da areia seca. Preparamos nossas
iscas, entramos com a água até a altura do peito, enfrentamos a batida das
ondas, e quando nos encontramos a uma distância conveniente, fazemos o
arremesso com força e precisão para que caiam bem no meio do canal. Só que durante o arremesso, que acompanhamos
com os olhos, vemos que as iscas caíram, ou então partiram-se em pedaços. A
frustração é enorme, pois o lance foi inútil. Resta recolher a linha, voltar à areia seca e preparar nono engodo,
que também poderá cair no próximo arremesso. E esse fato poderá se repetir várias
vezes durante a pescaria. Não há pescador que agüente essa “barra”. Entre as
iscas que denominaremos de “moles”, com certeza o corrupto será a mais famosa,
mas existem outras tais como: mariscos descascados, sarnambis, filés de
sardinha ou parati, camarão, siris, filés de peixe etc.
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Amarrando a
isca
Quando usarmos
qualquer uma dessas iscas e tivermos que dar longos lances, o certo é amarra-las
firmemente, pois só assim não cairão. E para essa tarefa, podemos nos utilizar
de um artigo normalmente encontrado à venda em bazares ou lojas de artigos para
costureiras, o “Elastricot”. (Nota da redação: na época
as lojas de pesca ainda não o vendiam). Trata-se
de um carretel de linha elástica de 200 m, bem fina e de boa resistência.
Geralmente é usada pelas costureiras na confecção de punhos e golas de
jaquetas, por sua elasticidade. Esse produto veio de encontro à necessidade de
amarrarmos as iscas moles, que ficam então muito bem presas no anzol e não caem
mesmo com fortes arremessos. Ao usar o Elastricot o pescador deve proceder
normalmente, iscando da forma habitual. Após iscar, pega-se a ponta do
Elastricot, segura-se com o dedo e com a outra mão vai-se dando voltas na isca,
sempre esticando a linha ao enrolar. Dê quantas voltas forem necessárias até
verificar que a isca está firme no anzol. Pronto. Com certeza ela não cairá no
ato do arremesso, e o que é melhor: não vai atrapalhar em nada a fisgada e não
haverá desconfiança nenhuma por parte do peixe, como aliás já tivemos
oportunidade de testar. O tamanho da isca e o tamanho do anzol não tem muita
importância na amarração. Logicamente para iscas maiores serão dadas mais
voltas com o elástico. Outra boa dica se refere ao camarão descascado e
consiste em preparar um “charuto” com o mesmo. Explico: descasca-se um camarão
inteiro.
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A maneira
correta de amarrar
Use um arame de um clips ou outro qualquer com uma ponta mais
aguda, de aproximadamente 10 cm de comprimento. Passe-o por dentro do camarão
até que ele fique completamente esticado. Comece a enrolar o Elastricot desde a
ponta, dando voltas bem próximas uma das outras até o fim da isca. Quando
acabar não é preciso amarrar, é só puxar que a linha arrebenta, e como ela é
elástica ela fica bem firme. Retire a agulha do meio do camarão e com uma
tesoura ou faca bem afiada, corte a isca do tamanho que precisar. Normalmente
essa técnica é usada em pequenas iscas, para peixes menores, e só com camarão.
Mais uma dica. Normalmente estaremos manuseando tanto as iscas como o rolo do Elastricot.
Por certo, além de sujar a linha, quando a pescaria terminar e a linha não
(lembre-se que o carretel possui 200 m), o cheiro do carretel não vai ficar
muito agradável para ser guardado. Para evitar isso, procure um tubo com tampa,
de preferência transparente, onde caiba o carretel do Elastricot. Faça um furo
pequeno bem no meio do tubo, por onde passará a linha elástica, ficando então o
carretel limpo e bem guardado. Uma outra boa dica é fazer uma argola na ponta
do tubo onde será amarrada uma linha forte para que se possa pendura-lo no
pescoço. Ele estará sempre à mão do pescador na hora de iscar. Aí estão
portanto dois exemplos de como amarrar iscas moles para que elas não caiam
durante o arremesso. Evidente está que sua isca é mole e cai na hora do
arremesso, o certo é você passar a amarra-la e com isso melhorar o resultado de
sua pescaria. Como de pescador e de louco todos nós temos um pouco, com o Elastricot
estaremos resolvendo mais um problema em nossas pescarias. Sucesso em seus
próximos arremessos.
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Revista Aruanã
Ed:37 Publicada em 12/1993
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