sexta-feira, 15 de maio de 2020

DICA - OS CABOS DAS VARAS












Você sabia que dependendo de seu formato, tamanho e material, o cabo de uma vara de pesca pode ajudar ou atrapalhar o pescador amador durante suas pescarias? Confira


Cabo pistola (Pistol grip) 
Com a atual tecnologia empregada na fabricação das hastes de nossas varas de pesca, a cada dia que passa temos materiais mais leves e resistentes. Todo esse avanço tecnológico começou há apenas uma década atrás, quando alguns fabricantes começaram a soltar no mercado produtos com o nome de “conolon”, que nada mais era do que varas ocas de fibra. Antes disso, tínhamos as varas de fibra maciça (usadas até hoje em algumas modalidades) e bem antes disso, as varas de bambu. E mesmo nestas últimas, o pedaço considerado como sendo o cabo era determinado pela distância entre o ponto de fixação do molinete/carretilha e o fim da haste. Apenas como curiosidade: bem antigamente, as carretilhas e molinetes eram presos na vara de bambu por intermédio de tiras de borracha feitas com câmeras de pneus de bicicleta, e ainda hoje há quem use tais artefatos, alegando que, pela segurança que proporcionam, são insubstituíveis. Mas voltando às varas de fibra maciça, os primeiros cabos eram fabricados com madeira e, mais tarde, alguns passaram a ser confeccionados em espuma ou outros materiais semelhantes à borracha. Alguns anos depois começaram a aparecer os cabos de cortiça, já usados também nas varas de fibra oca. 

Cabo de mão e meia
 Pois bem. Quando esses cabos de cortiça surgiram, a bem da verdade, o comentário era que foram feitos para dar maior segurança e firmeza às mãos do pescador. E alguns desses mesmos pescadores, sob o pretexto de “conservar” melhor esses cabos, revestiam esses cabos com verniz tipo Araldite. O que acontecia era o seguinte: com o verniz os cabos de cortiça realmente ficavam protegidos contra o desgaste, mas ganhavam também 100% de dureza e tornavam-se escorregadios ao contato com as mãos. E assim íamos vivendo... ou seria pescando? Finalmente, vamos ao que realmente interessa: independente do material ou do formato do cabo da vara de pesca, vamos tratar aqui especificamente de seu tamanho, já que esse sim é um item essencial.
                                                   CABO FORMATO PISTOLA
É aquele cabo tradicional que possibilita que a haste seja empunhada com uma só mão, tanto para carretilha como para molinete. Normalmente, é indicado para facilitar o trabalho iscas artificiais, principalmente com os modelos que exigem trabalho constante, tais como as iscas de superfície. Pescando-se com iscas naturais, este tipo de cabo normalmente será em material ultraleve, independentemente do tipo de equipamento usado. 

Cabo duas mãos 

Existem vantagens e desvantagens. A maior vantagem é a leveza do conjunto e a grande desvantagem é notada quando se fisga um peixe de grande porte, pois somos obrigados a apoiar a vara no peito ou na barriga para obter maior segurança.
                                             CABO DE MÃO E MEIA
Em nossa opinião é o melhor, principalmente para quem pesca com iscas artificiais, pois serve às pescarias de categoria leve, média e até mesmo pesada. Na briga com um peixe grande, é mais firme e fácil de apoiar na barriga, dando maior segurança no chamado movimento de “alavanca”. Além disso, pelo seu tamanho, não atrapalha o trabalho das mãos com as iscas de superfície. Pode ser usado também com iscas naturais, porém, para estas, recomendamos o cabo de duas mãos, descrito a seguir.
                                              CABO DE DUAS MÃOS
Sem dúvida alguma, este é o cabo de vara mais versátil, sendo amplamente utilizado por quem pesca com iscas naturais, já que facilita muito o arremesso, além de ser o mais indicado para suportar a briga com peixes maiores. Também é muito eficiente para a pesca de espécies menores, permitindo ao pescador comodidade para ficar o tempo inteiro com a vara de pesca nas mãos, pois seu tamanho é facilmente posicionado junto à cintura do pescador. 

Cabo para praia ou costão  
Alguns desses cabos têm inclusive uma borracha na ponta para facilitar esse apoio. Na pesca com iscas artificiais, tal cabo é usado principalmente em duas situações: na modalidade de corrico e na pesca de lances onde não seja preciso trabalhar a isca com movimento das mãos. Corricando, temos a oportunidade de segurar a vara de pesca com as duas mãos, já que a “pegada” do peixe no corrico é violenta e repentina. Em um lance normalmente executado puxando-se a isca artificial por intermédio do equipamento, ou seja, uma espécie de corrico em menor escala, a vara de duas mãos presta-se sempre às chamadas pescarias mais pesadas, com peixes mais violentos. Se formos trabalhar uma vara de duas mãos com iscas de superfície ela será um pouco incômoda, já que o tamanho do seu cabo praticamente “enrosca” no antebraço, dificultando o trabalho. Para isso temos a vara de mão e meia, que a despeito de não ser tão forte, é muito mais cômoda. Como vimos, para cada modalidade de pesca, o cabo de vara é um item muito importante, principalmente no que diz respeito a tamanho. 

Pesca de costão
             VARAS DE PRAIA OU COSTÃO

Este é um capítulo todo especial, já que na maioria dos casos, o cabo de vara para esse tipo de pesca é uma continuação da própria vara, tendo apenas uma manopla para a mão e um apoio na ponta, que pode ser do mesmo material da manopla ou então em borracha ou capa feita com fios de cerda, servindo esse item mais como proteção quando da colocação da haste na espera em pedras. A distância do equipamento, seja molinete ou carretilha, atinge, às vezes, mais de 70 centímetros do fim da vara. Para isso também há uma explicação: tal distância facilita a posição para o recolhimento da linha, pois os pescadores costumam colocar o cabo desse tipo de vara de pesca na virilha, ou mesmo entre as pernas, trazendo com essa ação o equipamento mais para perto do corpo. Esse tipo de cabo de vara auxilia muito nos arremessos em que são usadas as duas mãos e na briga com grandes peixes, considerando que com linhas finas, ocorrem brigas que demoram muito e cansam bastante. Inclusive, existem varas desse tipo onde o fixador do equipamento é móvel, facilitando ao pescador estabelecer a regulagem de distância conforme sua vontade e comodidade. 

Pesca embarcada                                               
                                     VARAS PARA A PESCA EMBARCADA
Caso o pescador opte por iscas artificiais, os tipos mais indicados de cabo são os já descritos acima, ou seja: pistola, meia mão ou duas mãos. No caso de iscas naturais, o mais indicado será sempre o cabo de duas mãos, usado nas mãos ou deixado na espera, colocado em porta varas. Complementando, há outras dicas muito importantes no que se refere à segurança e higiene que devem ter aqueles pescadores que permanecem com a vara de pesca nas mãos ao longo de suas pescarias. O ideal é manter as mãos sempre limpas. No caso de usar isca natural, após iscar o anzol, lave as mãos muito bem, antes de executar o lance, tanto em pescarias no mar como em água doce. Se o cabo de sua vara for de madeira, enxugue as mãos antes do lance; se for de cortiça ou espuma, a mão úmida ou mesmo molhada vai dar maior segurança ao contato. Caso você pesque apenas com iscas artificiais, vez por outra molhe as mãos para obter maior segurança na hora do lance, e após fisgar o peixe e retira-lo da isca, lave as mãos ante de executar o próximo lance. Esse simples procedimento, além de impedir que a vara escorregue de suas mãos, permitirá que a haste se mantenha bonita e conservada por mais tempo. Além disso, principalmente quando o cabo é de espuma preta, você estará evitando que o limbo do peixe “grude” no material e torne-se algo semelhante a um verniz esbranquiçado, o qual, diga-se de passagem, é muito mal cheiroso. Lembre-se disso em sua próxima pescaria.

Revista Aruanã Ed:56 Publicada em 04/1997

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