Você sabia que dependendo de seu formato,
tamanho e material, o cabo de uma vara de pesca pode ajudar ou atrapalhar o pescador
amador durante suas pescarias? Confira
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Cabo pistola (Pistol grip)
Com a atual tecnologia empregada na fabricação das hastes de
nossas varas de pesca, a cada dia que passa temos materiais mais leves e
resistentes. Todo esse avanço tecnológico começou há apenas uma década atrás,
quando alguns fabricantes começaram a soltar no mercado produtos com o nome de
“conolon”, que nada mais era do que varas ocas de fibra. Antes disso, tínhamos
as varas de fibra maciça (usadas até hoje em algumas modalidades) e bem antes
disso, as varas de bambu. E mesmo nestas últimas, o pedaço considerado como
sendo o cabo era determinado pela distância entre o ponto de fixação do
molinete/carretilha e o fim da haste. Apenas como curiosidade: bem antigamente,
as carretilhas e molinetes eram presos na vara de bambu por intermédio de tiras
de borracha feitas com câmeras de pneus de bicicleta, e ainda hoje há quem use
tais artefatos, alegando que, pela segurança que proporcionam, são
insubstituíveis. Mas voltando às varas de fibra maciça, os primeiros cabos eram
fabricados com madeira e, mais tarde, alguns passaram a ser confeccionados em
espuma ou outros materiais semelhantes à borracha. Alguns anos depois começaram
a aparecer os cabos de cortiça, já usados também nas varas de fibra oca.
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Cabo de mão
e meia
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Pois bem. Quando esses cabos de cortiça surgiram, a bem da
verdade, o comentário era que foram feitos para dar maior segurança e firmeza
às mãos do pescador. E alguns desses mesmos pescadores, sob o pretexto de
“conservar” melhor esses cabos, revestiam esses cabos com verniz tipo Araldite.
O que acontecia era o seguinte: com o verniz os cabos de cortiça realmente
ficavam protegidos contra o desgaste, mas ganhavam também 100% de dureza e
tornavam-se escorregadios ao contato com as mãos. E assim íamos vivendo... ou
seria pescando? Finalmente, vamos ao que realmente interessa: independente do
material ou do formato do cabo da vara de pesca, vamos tratar aqui
especificamente de seu tamanho, já que esse sim é um item essencial.
CABO
FORMATO PISTOLA
É aquele cabo tradicional que possibilita que a haste seja
empunhada com uma só mão, tanto para carretilha como para molinete.
Normalmente, é indicado para facilitar o trabalho iscas artificiais, principalmente
com os modelos que exigem trabalho constante, tais como as iscas de superfície.
Pescando-se com iscas naturais, este tipo de cabo normalmente será em material ultraleve,
independentemente do tipo de equipamento usado.
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Cabo duas
mãos
Existem vantagens e desvantagens. A maior vantagem é a leveza
do conjunto e a grande desvantagem é notada quando se fisga um peixe de grande
porte, pois somos obrigados a apoiar a vara no peito ou na barriga para obter
maior segurança.
CABO
DE MÃO E MEIA
Em nossa opinião é o melhor, principalmente para quem pesca
com iscas artificiais, pois serve às pescarias de categoria leve, média e até
mesmo pesada. Na briga com um peixe grande, é mais firme e fácil de apoiar na
barriga, dando maior segurança no chamado movimento de “alavanca”. Além disso,
pelo seu tamanho, não atrapalha o trabalho das mãos com as iscas de superfície.
Pode ser usado também com iscas naturais, porém, para estas, recomendamos o
cabo de duas mãos, descrito a seguir.
CABO DE DUAS MÃOS
Sem dúvida alguma, este é o cabo de vara mais versátil, sendo
amplamente utilizado por quem pesca com iscas naturais, já que facilita muito o
arremesso, além de ser o mais indicado para suportar a briga com peixes
maiores. Também é muito eficiente para a pesca de espécies menores, permitindo
ao pescador comodidade para ficar o tempo inteiro com a vara de pesca nas mãos,
pois seu tamanho é facilmente posicionado junto à cintura do pescador.
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Cabo para praia
ou costão
Alguns desses cabos têm inclusive uma borracha na ponta para
facilitar esse apoio. Na pesca com iscas artificiais, tal cabo é usado
principalmente em duas situações: na modalidade de corrico e na pesca de lances
onde não seja preciso trabalhar a isca com movimento das mãos. Corricando,
temos a oportunidade de segurar a vara de pesca com as duas mãos, já que a
“pegada” do peixe no corrico é violenta e repentina. Em um lance normalmente
executado puxando-se a isca artificial por intermédio do equipamento, ou seja,
uma espécie de corrico em menor escala, a vara de duas mãos presta-se sempre às
chamadas pescarias mais pesadas, com peixes mais violentos. Se formos trabalhar
uma vara de duas mãos com iscas de superfície ela será um pouco incômoda, já
que o tamanho do seu cabo praticamente “enrosca” no antebraço, dificultando o
trabalho. Para isso temos a vara de mão e meia, que a despeito de não ser tão
forte, é muito mais cômoda. Como vimos, para cada modalidade de pesca, o cabo
de vara é um item muito importante, principalmente no que diz respeito a
tamanho.
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Pesca de
costão
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VARAS DE PRAIA OU COSTÃO
Este é um capítulo todo especial, já que na maioria dos
casos, o cabo de vara para esse tipo de pesca é uma continuação da própria
vara, tendo apenas uma manopla para a mão e um apoio na ponta, que pode ser do
mesmo material da manopla ou então em borracha ou capa feita com fios de cerda,
servindo esse item mais como proteção quando da colocação da haste na espera em
pedras. A distância do equipamento, seja molinete ou carretilha, atinge, às
vezes, mais de 70 centímetros do fim da vara. Para isso também há uma
explicação: tal distância facilita a posição para o recolhimento da linha, pois
os pescadores costumam colocar o cabo desse tipo de vara de pesca na virilha,
ou mesmo entre as pernas, trazendo com essa ação o equipamento mais para perto
do corpo. Esse tipo de cabo de vara auxilia muito nos arremessos em que são
usadas as duas mãos e na briga com grandes peixes, considerando que com linhas
finas, ocorrem brigas que demoram muito e cansam bastante. Inclusive, existem
varas desse tipo onde o fixador do equipamento é móvel, facilitando ao pescador
estabelecer a regulagem de distância conforme sua vontade e comodidade.
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Pesca
embarcada
VARAS PARA A PESCA EMBARCADA
Caso o pescador opte por iscas artificiais, os tipos mais
indicados de cabo são os já descritos acima, ou seja: pistola, meia mão ou duas
mãos. No caso de iscas naturais, o mais indicado será sempre o cabo de duas mãos,
usado nas mãos ou deixado na espera, colocado em porta varas. Complementando,
há outras dicas muito importantes no que se refere à segurança e higiene que
devem ter aqueles pescadores que permanecem com a vara de pesca nas mãos ao
longo de suas pescarias. O ideal é manter as mãos sempre limpas. No caso de
usar isca natural, após iscar o anzol, lave as mãos muito bem, antes de
executar o lance, tanto em pescarias no mar como em água doce. Se o cabo de sua
vara for de madeira, enxugue as mãos antes do lance; se for de cortiça ou
espuma, a mão úmida ou mesmo molhada vai dar maior segurança ao contato. Caso
você pesque apenas com iscas artificiais, vez por outra molhe as mãos para
obter maior segurança na hora do lance, e após fisgar o peixe e retira-lo da isca,
lave as mãos ante de executar o próximo lance. Esse simples procedimento, além
de impedir que a vara escorregue de suas mãos, permitirá que a haste se
mantenha bonita e conservada por mais tempo. Além disso, principalmente quando
o cabo é de espuma preta, você estará evitando que o limbo do peixe “grude” no
material e torne-se algo semelhante a um verniz esbranquiçado, o qual, diga-se
de passagem, é muito mal cheiroso. Lembre-se disso em sua próxima pescaria.
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Revista
Aruanã Ed:56 Publicada em 04/1997
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