São muitos os
pescadores amadores que indagam se as iscas artificiais funcionam em nossas
praias. Para obter uma resposta mais concreta, devemos analisar alguns pontos.
Confira.
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Robalo
As praias do litoral brasileiro, com raras exceções, são
consideradas rasas para um perfeito funcionamento das iscas artificiais. Mesmo
as chamadas praias de tombo se enquadram nessa classificação. Nas praias
comuns, para se atingir um profundidade de 1,5 m, por exemplo, é necessário
entrar na água mais de 50 m. Este é o principal motivo pelo qual nossas praias
deixam a desejar quando se trata de pescar com iscas artificiais. Explico: a
vastidão de uma praia não proporciona ao pescador nenhuma dica sobre onde jogar
a sua isca, e convenhamos, ninguém tem paciência de ficar andando e dando
lances a esmo, já que, se após alguns lances não houver reação, qualquer um
desiste. Mas continua a pergunta: isca artificial na praia funciona? Se
levarmos em consideração todas as dificuldades acima apontadas, podemos afirmar
que funcionam, e bem. Nossas tentativas com as iscas artificiais chegamos a
conclusão de que os jigs, os spinners, e os pequenos plugs são as melhores iscas
para a praia. Quando nos referimos aos jigs, afirmamos que qualquer tipo ou
tamanho são perfeitos. Podem ser confeccionados com penas, cerdas, ou outros
materiais, inclusive os de minhoca plástica, também conhecidos como “grub”.
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Garoupa
Não há cor especifica para se citar, mas se levarmos em
consideração os organismos vivos que estão nas praias, diríamos que o branco, o
amarelo, ou com menos ênfase o vermelho, seriam as melhores cores. Com os jigs
já foram fisgados em praia espécies como o pampo, salteiras e robalos. A maneira correta de trabalhá-los é fazer com
que a isca venha dando saltos no fundo da areia após o lance. Tal ação se
consegue com a ponta da vara dando-se puxões contínuos para cima. As varas devem ter no mínimo 2,5 m e a linha
deverá ser bem fina (0.20mm por exemplo), pois auxilia nos logos arremessos.
Normalmente o peixe fica nos chamados canais de praia. Uma boa dica, após se
localizar o canal de praia é pescar paralelamente a ele, e ir dando lances
sempre a direita, ou seja, em direção sul, já que a correnteza de nossas praias
ocorre sempre no sentido norte-sul. Esse método faz com que obrigatoriamente
tenhamos que pescar dentro da água. Uma outra isca usada foi o spinner. Mais
uma vez, cor e tamanho não serão os itens mais importantes. Aqui vai uma dica:
o spinner não poderá vir arrastando o fundo. O melhor mesmo é dar o lance e
imediatamente recolher a linha com carretilha ou molinete a uma velocidade
equivalente à velocidade de um pequeno peixe nadando.
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Pesca de
praia
A linha poderá ser a mesma utilizada para os jigs, e as varas
poderão ser um pouco maiores. Tanto faz dar os lances em frente ou
paralelamente aos canais. No caso de usar linha fina, é aconselhável usar
também um líder de linha mais grossa como garantia no caso de fisgar um peixe
maior. Peixes fisgados com spinner: robalos, salteiras e até algumas anchovas.
Finalmente chegamos aos plugs, que são iscas com formatos de pequenos peixes.
Os plugs mais indicados para a pesca em praia são os de tamanho pequeno, por
exemplo, entre 5 e 9cm, e que sejam “sinking”, ou, para usar um termo bem
próprio de pescador, “afundativos”. Esses plugs só nadam quando tracionados com
o equipamento. Podemos deixa-los ficar parados na areia e depois de tracionar
com a carretilha ou molinete para que nadem. Os plugs devem possuir barbela
para um perfeito funcionamento. A dica é a seguinte: dá-se o lance, que tanto
pode ser em frente ou paralelamente ao canal, e corrica-se com o equipamento.
Vez por outra, dá-se uma parada deixando por alguns segundos na areia para
novamente faze-lo nadar. Usamos de
preferência as cores preta no dorso, azul, verde e amarela, todos de barriga
branca. As iscas cromeadas nas cores citadas no dorso também são indicadas.
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Casco de
navio
Essas são as iscas que “funcionam” nas praias. Com paciência
e muito, mas muitos lances mesmo conseguiremos fisgar alguns peixes na praia.
Agora, se a praia escolhida apresentar alguns obstáculos (pedras, navios
afundados, restos de embarcação, plataformas ou ilhas), suas chances de obter
sucesso aumentam em 80%. E, além das espécies já citadas, acrescente também
badejos, garoupas, xareus, miraguaias, caranhas, etc.. E mais: se na praia
existir um rio com “boca limpa”, ou seja, com boca de pedras, parabéns. Suas
chances de sucesso serão de 100%. Neste caso, pesque sempre na vazante da água
do rio para o mar. Dê lances em todas as direções, principalmente do raso para
o fundo. A propósito, o raso estará sempre do outro lado das pedras. Boa
pescaria com iscas artificiais nas praias.
Nota da redação: Com a chegada de novas iscas, como os camarões artificiais,
a possibilidade de fisgar mais peixes com esses formatos, temos notícia de que
aumentou e muito a pescaria de robalo, principalmente em praias que tenham a
foz dos rios por perto. Segundo informação, os jigs de tamanho pequeno são os mais indicados. As
cores não importam muito e também não precisam da cabeça de chumbo. Os que nele
vêm inseridos em seu corpo são o bastante, para um perfeito trabalho.
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Revista
Aruanã Ed:39 Publicada em 04/1994
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