sábado, 11 de julho de 2015

DICIONÁRIO ARUANÃ ANIMAIS DO BRASIL - QUERO QUERO














Também conhecido pelos nomes de “téu-téu”, “terém-terém” e “espanta-boiada”, de acordo com a região do país, o quero-quero, cuja denominação científica é Belonoppterus cayennensis, é ave de características muito especiais. Vamos conhecê-lo.











Este elegante e empertigado habitante das grandes campinas úmidas e dos espraiados dos rios e das lagoas, caracteriza-se bem por ter algumas penas longas na região posterior da cabeça e um esporão encarnado no encontro das asas. O colorido geral é cinza-claro, com ornatos pretos na cabeça, peito, asa e cauda; as coberteiras menores das asas são verde-metálicas, as maiores e a barriga são brancas; o bico e as pernas destacam-se pela cor vermelha.
Sua voz diz claramente as duas sílabas que lhe valeram as denominações onomatopeicas, gritadas com timbre quase metálico. As capivaras tiram bom proveito com a convivência com o quero-quero; pastando no campo, elas prestam atenção aos gritos da ave e quando, pela entoação característica, percebem que o clamor denuncia a aproximação do caçador, prontamente os grandes roedores se refugiam nas águas. Relatou o Dr. Sérgio Meira Filho que em seu aviário várias vezes tirou prova de que esta ave perscruta a terra, batendo com o pé. Quando percebe algo que lhe pareça suspeito, insiste na auscultação, tateando fortemente ora com um, ora com outro pé. Finalmente, convencida de ter achado o que procurava, escava a terra e infalivelmente o bico arranca de lá uma minhoca. Como explicar tal agudez de sentido e como interpretar essa auscultação?
São aves briguentas, que provocam rixas com quaisquer de outra espécie, habitantes das mesmas campinas; a própria ema é atacada, às vezes por um casal apenas, mas com tal insistência e petulante violência, que a grande ave, disposta a princípio a não ligar-lhe importância e procurando afugentá-los com movimentos bruscos de cabeça e das asas, por fim se vê obrigada a correr quase meia légua, para livrar-se dos importunos atormentadores.
O. Monte (Alm. Brasil, 1926) relata que no norte o matuto, na sua gíria, diz que “tem sono de ‘téu-téu’ quem acorda facilmente, com qualquer rumor”.
Bibliografia:


Dicionário dos Animais do Brasil

Rodolpho Von Ihering     

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