O lobisomem não nasceu lobo. Não
apareceu do nada. O lobisomem, antes do resultado da fértil imaginação do povo,
é um misto de homem e lobo, um produto da metamorfose de um ser humano em um
estranho e pavoroso animal. Segundo a crença popular, tal transformação se dá
nas noites de sexta-feira, quando a lua cheia brilha no céu, e sempre após as
doze badaladas da meia-noite, já que o bicho nunca apareceu durante o dia ou ao
anoitecer, nem mesmo nas primeiras horas de noite escura. Quando não tem lua,
ele não aparece, pois precisa da claridade para poder enxergar melhor suas
vítimas e mostrar a horrenda face a elas, antes de lhes sugar o sangue até a
morte. Há locais onde acredita-se que o lobisomem não faz vítimas humanas, e se
satisfaz com o sangue de pequenos animais, como leitões, cachorros, galinhas,
etc. O aspecto do monstro é terrível: não é mais um homem e nem chega a ser um
lobo, mas mistura características de ambos, grotescamente distorcidas. Os olhos
são vermelhos e inchados, tem focinho de lobo, os dentes são enormes e os
caninos pontiagudos, a face é coberta de pelos escuros assim como o resto do
corpo, o rabo é pelado e, apesar de andar sobre duas patas, tem os quatro
membros de forma animalesca, com unhas enormes e pontiagudas nos dedos de cada
pata, que o ajudam a imobilizar e torturar suas vítimas. Diz a lenda que um
lobisomem é sempre o sétimo filho de um casal que só teve filhos homens, o
caçula. Em outros locais, conta-se que o lobisomem é o nono filho, após oito
mulheres, também o caçula. E há outras versões. O que coincide sempre é o fato
do lobisomem, quando está com
a forma humana, ser um rapaz muito normal em tudo, a não ser pelo aspecto
profundamente amarelado do tom que lhe dá cor à pele e por sua magreza muito
pronunciada, ambos aspectos explicativos como sendo devido à necessidade que o
monstro tem de se alimentar de sangue. Na sexta-feira, à meia-noite, o homem
tem calafrios e suores por todo o corpo. É o sinal da premência da metamorfose.
Então ele procura uma encruzilhada, sempre deserta, atira-se ao chão e começa a
rolar na poeira, convulsivamente. Logo se transforma em lobisomem. Aí sai pelo
mato à cata de seu alimento: sangue. De bicho ou de gente. Após o ataque e,
satisfeito, o lobisomem sobe a colina mais alta que puder encontrar e, lá de
cima, solta seu aterrorizante uivo, que é uma mistura de urro de bicho com grito
agoniado de gente. Quando está próxima a hora do sol nascer, ele vai até um
cemitério, e lá espera que lhe sumam as características monstruosas para então
voltar a ser o rapaz que era antes, amarelo e magro, sem outros indícios da
maldição que carrega. Desencantar um lobisomem não é difícil. Basta de nessa
hora, quando ele está se transformando de novo em gente, espete-se qualquer
parte do corpo com um espinho de laranjeira que tenha sido plantada em uma
sexta-feira e benzido por um padre. Aí quebra-se o encanto, e o homem não mais
virará lobisomem até que morra aquele que o desencantou. Apesar de parecerem
fantásticas demais as histórias de lobisomem, todo mundo sempre conhece alguma.
Por incrível que pareça...
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Pra nós que já moramos em Joanópolis, Sp terra dos Lobisomens, mais que uma lenda a verdade que expressa o folclore de nossa gente. quer exista ou não. Em Joanópolis é uma realidade. e delicioso parar na padaria central e ouvir histórias sobre, por juram que são verdades.
ResponderExcluirÉ exatamente isso Kuringa, a nossa intenção em publicar esta retranca de FOLCLORE. Ela é, uma das postagens mais vistas em nosso blog e, não só no Brasil, como em diversas partes do mundo. Eu mesmo sou testemunha de uma lenda chamada de Bitatá ou Boitatá, onde um caseiro de meu sítio (bem perto da capital paulista), jurava já ter visto e por diversas vezes, o tal Bitatá "rondando nosso pasto. Ao convidarmos ele para nos mostrar esse fenômeno, apesar de jovem (30 anos) se recusou a fazê-lo e nada houve que o demovesse dessa ideia. Nosso folclore brasileiro é muito lindo e singelo e temos várias postagens já prontas para a publicação. Obrigado pela participação. Grande abraço
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