São muitas as situações, nas pescarias, vividas pelos
pescadores amadores. De todos os tipos, passamos por algumas como, embaraçosas,
perigosas, constrangedoras, de revolta, mas, em sua grande maioria engraçadas.
Esta aconteceu no Pantanal de MS.
MAIO DE 1990
Havíamos marcado uma pescaria no
Pantanal para levar os quatro pescadores sorteados entre nossos assinantes na
promoção “Cabexy de Graça”. O patrocínio dessa promoção estava a cargo do
Orozimbo Decenzo, da Pantanal Tours, e de seu barco hotel Cabexy. Fomos de
avião até Corumbá (MS) e no aeroporto da cidade o Zimbo nos esperava.
Embarcamos na Cabexy e viajamos a noite toda. Subindo o rio Paraguai, nosso
rumo era o norte, mais precisamente em um local conhecido como Campo Dania.
Pela manhã, colocamos os pescadores sorteados em dois barcos de alumínio com os
melhores piloteiros e os “soltamos” para pescar. Afinal de contas, a pescaria
era deles. Após a saída do pessoal, o Zimbo e eu pegamos outro barco e fomos
pescar também. Havia uns dois ou três corixos mais acima de onde estávamos que
já eram nossos velhos conhecidos e onde já havíamos fisgado alguns dourados.
Chegando ao corixo, paramos na borda e demos alguns lances com iscas
artificiais. Após algum tempo percebemos que os peixes não estavam por ali, mas
sim no rio principal, beirando suas margens. O jeito então foi sair corricando
rio acima. Nesse ponto, o leitor sabe que quando se está pescando, estamos à
vontade, naquela “vidinha dura”. Enquanto o peixe não fisga, vão passando em
nossa cabeça mil pensamentos. O nosso olhar fica perdido naquela beleza imensa
de água, vegetação e muita vida animal. Foi quando, de repente, meus olhos
pararam em cima daquela “coisa”. Demorou um tempo para o cérebro registar o que
meus olhos viam. A única coisa que consegui dizer naquele momento foram alguns
longos e demorados “ih”... Finalmente paramos o barco e descemos para ver a
“coisa” de perto, e agora sim: era mesmo um crânio humano. Receosos a
princípio, ficamos olhando a meia distância e percebendo os detalhes. No lado
direito do crânio havia um pequeno orifício, bem redondinho... O que mais nos
chamou a atenção foi o fato desse crânio estar colocado sobre um mourão de
cerca, provavelmente posto ali por gozação. Passada a surpresa, nos aproximamos
mais. Foi quando o Zimbo se posicionou ao lado do crânio e arreganhou os dentes,
querendo imitar seu “sorriso” estampado. A cena foi muito engraçada e depois da
gozação, foi só pegar a máquina fotográfica e registar o fato. Após revelar o
slide e mostra-lo para algumas pessoas é que percebemos realmente a surpresa
que a foto causa. Depois do primeiro impacto, o riso é geral.
NR: Em maio próximo, fará cinco anos que Orozimbo Decenzo,
sem combinar, passou para o andar de cima. Grande amigo, colaborador da Revista
Aruanã, defensor ferrenho do Pantanal e pioneiro em barco hotel em Corumbá - Mato Grosso do Sul, com sua Cabexy – A Nave Mãe do Pantanal. Saudades eternas.
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