Quem disse que o pescador só sabe contar mentira? Há
pescadores que juram ter visto e ouvido o pescador encantado, que nas noites de
lua cheia vai para a beira do rio e faz companhia a eles.
Muitas histórias que fazem parte da cultura nacional envolvem pescadores
e pescarias. Devido à grande extensão do território brasileiro, ocorre
incríveis variações nos contos populares. Uma lenda contada no sul, muitas
vezes tem seu enredo completamente alterado quando é contada no norte do país.
Outras vezes a mesma história é repetitiva com grande semelhança, inclusive de
detalhes, do Oiapoque ao Chuí. Quem se arrisca a explicar esse tipo de coisa? É
o caso da lenda do Pescador Encantado. Em certos lugares existem pescadores que
se recusam terminantemente a praticar a pesca em noites de sexta-feira,
principalmente quando se pode ver o reflexo de uma imensa lua cheia nas águas
dos rios, a espalhar sua claridade e proporcionar aquela estranha atmosfera de
mistério. Em termos de religião muitos conhecem a proibição da pesca em
determinados dias santos e na quaresma. Por outro lado, os pescadores muitas
vezes se revoltam ou se aborrecem com quem lhes nega a veracidade de suas
narrações. Esta lenda é uma delas, e muitos pescadores asseguram firmemente
tratar-se de um fato verídico. Contam eles sobre uma visão nas lagoas, rios,
corixos, enseadas, pesqueiros, etc. Durante a pescaria noturna, especialmente
quando se pesca com linhada, avista-se outro pescador também pescando nas
imediações. Às vezes ouve-se o rumor da chumbada caindo n’água, ruído
inconfundível, perfeitamente identificado no ouvido dos pescadores. Centenas de
depoimentos afirmam a existência do fantasma inofensivo, que amedronta pelo
silêncio teimoso com que responde aos gritos amáveis dos pescadores, tendo-o por
uma criatura humana, ansiosa pela aproximação ao terminar a tarefa. De repente
o pescador desaparece, dissipando-se como fumaça ou sumindo, de pronto, numa
curva, Está o pescador encantado em toda parte do mundo onde haja pescaria
noturna.
Toninho, quem sabe não nos tornaremos pescadores encantados quando partirmos? Se tiver vaga em aberto, desde já me candidato... E você?
ResponderExcluirMeu amigo Marcão. Prá te dizer a verdade, posso até concordar com você mas, não compartilho não kkkkk. Não estou com pressa nenhuma e acredito que você também não. Ainda temos algumas "coisas"que podemos fazer por aqui, em prol da pesca amadora que vivemos e participamos. Do jeito que as coisas estão indo, nosso lazer tá ficando chato. Infelizmente. Abraço meu amigo
ResponderExcluirTambém não tenho pressa nenhuma... eheheh...
ExcluirBenedito Ruy Barbosa deu vida, na sua maior obra, PANTANAL, ao Velho do Rio. Acho que tem tudo a ver com essa lenda. Na última cena, no último minuto do capítulo final, fomos brindados com um pequeno poema que segue: "O homem é o único animal que cospe na água onde bebe; O homem é o único animal que mata pra não comer; o homem é o único animal que corta a árvore que lhe dá sombra e frutos. Por isso está se condenando à morte". Precisamos de um mundo que tenha mais pescadores misteriosos e Velhos dos Rios, juntos de nós nas nossas pescarias. Abçs SEMPRE.
ResponderExcluirSandro: Muito bem lembrado. Foi uma novela que assisti, já que não sou muito fã do gênero. Mas ver aqueles imagens do Pantanal do rio Negrinho, foi umas das mais belas imagens que vimos em nossa TV brasileira, tão pobre de cenas iguais aquelas. Uma pena que não exploraram mais a pesca, talvez porque não tinham ainda conhecimento do potencial do segmento. Como esquecer os personagens da Juma, Joventino, Zé Leôncio, Filó, Maria Marrua, Trindade, Muda, Bruaca, Tibério e tantos outros. Ficaram eternizados em nossa lembrança. Abraço
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