Deixar um dourado escapar porque o nó correu é coisa que não
se admite. Em matéria de nó, cada pescador tem o seu. E briga por ele.
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Nó
de enforcado
Não há nada mais irritante do que um
pescador perder seu peixe pelo simples fato do nó ter corrido. E na maioria das
vezes, esse incidente acontece com um grande peixe, talvez o único fisgado em
um dia inteiro de pescaria. Certamente há alguma maneira de se evitar esse
acontecimento, desde que se conheça melhor a linha de nylon e suas limitações.
Como sabemos, toda a linha monofilamento é feita de poliamida (que o leigo
chamaria de uma espécie de plástico), que é um derivado de petróleo. Por
experiência, em testes realizados, pode-se afirmar que os nós que sobrepõe
linha sobre linha, em princípio seriam mais fáceis de, se não correr, romper.
Sobre isso poderá o pescador fazer um teste, com dois pedaços de linha de nylon
de diferentes bitolas. Amarre firmemente e esticada uma linha. Com a outra
linha, vá friccionando sempre no mesmo local a linha esticada. Pronto, é questão
se segundos para a mesma romper-se, pois o nylon entra em atrito violento com o
próprio nylon. Ora, se sabemos disso, é nossa obrigação evitar de toda a
maneira nós que sobrepõe a linha sobre ela mesma. É apenas uma questão de
fazermos um teste para verificar se o nó em nossas pescarias apesenta tal
detalhe. Por essa razão é que no início desse artigo, dissemos que o pescador
tem o seu nó preferido e briga por ele. “Por que mudar, se meu nó nunca deu
problema algum?”
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A essa pergunta responderíamos com outra: por que não
conhecer mais um nó, testado nas fábricas de linha e que mais resistência
apresentou? Nós, da Revista Aruanã, particularmente usamos o nó demonstrado
neste artigo e o chamamos de “nó de enforcado”, que se aperta, tem o aço do
anzol ou girador a servir de isolamento sobre o próprio fio. Sobre ele
informamos ainda que, em testes de resistência, a linha rompeu em outros
lugares e não no nó.
NÓ DE EMPATE OU LIDER
Para quem pesca com linhas mais finas, como é o caso de
pescadores com iscas artificiais ou pesca em praias, o grande problema é a
fragilidade de seu material. No caso de iscas artificiais, um líder do tamanho
variando de 1 a 3 m, auxilia e muito na hora de embarcar o peixe, pois dá ao
pescador alguma resistência a mais em seu material. (NR:
Com o tempo, abolimos essa prática, pois o uso de um puçá ou bicheiro dará essa
segurança). Na praia, o problema maior é no arremesso, que às vezes é
longo e portanto feito com força. Com uma chumbada pesada, é comum a linha
quebrar no nó onde se faz o arranque ou a pernada para os anzóis no arremesso.
Nesse tipo de nó, inevitável é colocar-se nylon sobre nylon. Mas o problema
maior não é este, e sim a passagem do nó pelos passadores das varas sem o menor
atrito, no caso do arranque.
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Nó Palomar
Pois bem, o nó demonstrado neste artigo não enrosca nos
passadores. A bem da verdade, recomenda-se fazer este nó com muita calma e
precisão, tomando-se cuidado para que a linha fique perfeitamente nas voltas
que dá, além de, na hora do aperto final, usar-se um pouco de saliva como
material lubrificante, para evitar-se atrito maior do fio. O comprimento desse
empate ou arranque deve ser sempre maior do que o comprimento da vara e uma
regrinha básica é deixar que a linha mais grossa dê uma ou duas volta completas
no molinete ou carretilha. Para que não haja problemas de linhas de bitolas
diferentes, recomenda-se usar sempre linhas pouco diferentes entre si. Assim
sendo, elaboramos esta tabela com as linhas para o empate:
LINHA MESTRA LINHA
DO EMPATE
0,30 mm 0,35 mm
0,35 mm 0,45 mm
0,40 mm 0,50 mm
0,50 mm 0,60 ou 0,70 mm
0,60 mm 0,70 ou
0,80 mm
0,70 mm 0,80 ou 0,90 mm
Usando esta tabela, o nó sugerido fica mais uniforme, e
portanto, passará com mais facilidade pelos passadores, além do que, terá sua
resistência aumentada. Um outro detalhe muito importante é após apertar bem o
nó do empate, cortar a linha excedente o mais rente possível à emenda.
NOTA DA REDAÇÃO: Com o aparecimento das linhas
multifilamento, pouca coisa mudou. Mas, recomendamos no nó junto ao anzol, com
o multifilamento o chamado ”Palomar”. No arranque ou empate podemos usar o
mesmo nó aqui sugerido.E mais: todos os testes efetuados e aqui relatados,
foram feitos em um dinamômetro profissional.
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Revista Aruanã Ed.04 publicada em 02/1988
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