AMBORÊ
Porque o amborê é um peixe muito especial? Simplesmente
porque na pescaria de costão, praia, rios e canais do litoral, este pequeno
peixe é a isca mais preferida por espécies como robalos, pescadas, meros,
badejos, garoupas, caranhas, e mais uma infinidade de peixes esportivos.
Peixinhos do litoral, da família Gobildeos, e seu nome
científico é Gobiodes broussonnetii. Sua coloração principal é de tons
amarronzados com pequenas manchas claras branco azuladas. Sua principal característica
é que ele possui na parte inferior do corpo, nadadeiras ventrais, transformadas
em discos adesivos. Suas escamas são quase subcutâneas. Sua presença está
registrada em todo o litoral do Brasil e até o México. Seu habitat preferido
são as tocas de pedras e grotas, podendo ser tanto em água salgada, como doce e
salobra. Em algumas regiões, na pesca de robalos e pescadas, ele chega a ser
melhor do que o próprio camarão vivo. Sua serventia como isca pode ser
comparada à do lambari nas águas doces. Outra particularidade do amborê é que
se ele ficar, por qualquer motivo, preso a alguma lagoa ou pequena quantidade
de água, se esta começar a secar, simplesmente vai para as margens e consegue
percorrer grandes distâncias por terra, até achar uma lagoa para sua nova
moradia. Nesse percurso, o amborê tem um jeito todo especial de “andar”, que
consiste em movimentos iguais ao de uma cobra, só que bem mais rápido, parando
vez por outra para descansar. Outro fato interessante que pudemos observar
nessas caminhadas, é que sua pele fica seca, parecendo uma folha e talvez isso
lhe sirva de destaque para algum predador que o queira fazer de alimento. No
Nordeste são conhecidos nas variantes “amoré” e outras. A família em apreço,
caracterizada pelas nadadeiras ventrais em disco adesivo, abrange para mais de
20 espécies e desta forma é provável que as duas denominações (amboré e
muçurango) devam definir subdivisões, como também foram estabelecidas em
sistemática. As espécies da subfamília Eleotrígineos, gênero
Dormitator e Eleotris estão em
qualquer água do litoral, salobra ou mesmo doce, ao passo que os da subfamília
Gobilíneos preferem a água mais batida do mar. Não tem valor econômico,
a não ser como isca. No Brasil, dependendo da região onde ele está, pode ser
conhecido por vários nome, e entre esses destacamos: amare, aimoré,
amaré-guaçu, chimboré, moréia–do-mangue, amoré, amaborê, amoreia, babosa,
cundunda, emboré, amiuíra, maria-da-toca, muçurango e tajacida.
Nota da Redação: A melhor maneira de pegar o amborê é com o uso de uma
linha de mão ou caniço simples, um pequeno anzol e de isca, pedaços pequenos de
camarão, sardinha e até mesmo massa de farinha. A fisgada é visual, basta
apenas descer a isca em uma loca de pedra que, havendo amborés, a fisgada e
imediata. Um pequeno balde com água irá mante-lo vivo por várias horas.
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