Como em outras regiões, a influência indígena e negra no
folclore é muito grande. Os contos e lendas do Amazonas caracterizam bem o
folclore do lugar. Através de heróis indígenas, eles explicam a origem das
coisas. Como na lenda da Vitória Régia.
Segundo a crença indígena, a lua, tal qual a vemos no céu, é
um guerreiro belo e forte, que, nas noites de luar, desce a terra para escolher
na tribo uma índia e casar-se com ela, após o que a índia escolhida torna-se
uma estrela, a fazer parte de alguma das muitas constelações que existem no
céu. É com essa simplicidade, e a partir de muita observação do meio que o
envolve, que o índio encontra explicações para todos os fenômenos naturais que
o cercam. Em certa tribo do Amazonas, vivia uma índia jovem e formosa, cujo
nome era Naiá. Quando soube que a lua era um guerreiro belo e poderoso, por ele
se apaixonou, e passou a namorar a lua, sendo tão avassaladora sua paixão que
recusava as mais diversas propostas de casamento que lhe faziam os homens mais
fortes e bravos da tribo. Todas as noites, Naiá ia para a floresta e ficava
admirando a lua com seus raios prateados. Às vezes, ela saia correndo através
das matas, para ver se conseguia alcançar a lua com seus braços. Mas esta
continuava sempre afastada e indiferente apesar dos esforços da índia para
atingi-la. Numa noite, Naiá chegou à beira de um lago. Viu nele, refletida, a
imagem da lua. Ficou radiante! Pensou que era o guerreiro branco que tanto
amava, e para não perde-lo, lançou-se nas águas profundas do rio. Morreu
afogada. Então a lua, que não quisera fazer de Naiá uma estrela do céu, ao
saber da paixão que esta lhe devotava, resolveu homenagea-la transformando-a em
uma estrela das águas. Tomou seu corpo e fe-lo virar uma linda flor, imensa e
radiosamente bela. Todas as noites, essa flor abre suas pétalas enormes para
que a lua ilumine sua corola rosada. Essa flor é a Vitória Régia.
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