Existem diversas espécies de Corcorocas;
especificamente, vamos falar de duas, pois acreditamos serem as mais
encontradas pelo pescador amador e seus anzóis. Confira.
As duas espécies que acreditamos serem mais comuns em nossas
pescarias pertencem à mesma família, ou seja, a família Pomadasydae.Seus nomes científicos pouco diferem um do outro, já
que uma chama-se Haemulon plumieri e
a outra Haemolun sciurus. A primeira,
ou seja, plumieri, é espécie marinha encontrada desde a Baía de Chesapeake
(EUA) até o Rio de Janeiro, sendo muito comum no litoral nordestino. Sua
coloração é de corpo bronzeado-denegrido, com quatro estrias azuladas na parte
superior do tronco e acima da linha lateral. Sua principal alimentação é à base
de vermes, moluscos, crustáceos e pequenos peixes. Pode atingir 50 centímetros
de comprimento e pouco mais de 1 quilo de peso. A segunda, ou seja, sciurus,
tem como área de atuação desde a Flórida até o Rio de Janeiro. Sua coloração é
amarelada e seu ventre esbranquiçado. Seu tamanho é parecido com a anterior,
bem como seu peso, assim como a alimentação. Estas citações, devidamente
científicas, encontramos em alguns livros. Porém, pela nossa prática de
pescadores amadores, podemos confirmar que a área de atuação das duas espécies
vai um pouco mais longe, e sem medo de errar, consideramos que atingem até o
Rio Grande do Sul e que podem ser pescadas nas praias, nos costões e até mesmo
em alto mar. O material mais correto para sua pescaria, em se tratando de
praias e costões, poderá ser o considerado da categoria leve. Uma linha entre
0,20 a 0,30 milímetros está mais do que suficiente. O formato do chumbo e seus
pesos dependem do lugar em que o pescador esteja pescando, já que sabemos e já
comentamos os tipos de chumbo e seus pesos em edições anteriores da Revista
Aruanã. Os anzóis podem ser pequenos a médios, ou seja, entre 2 e 14 são
tamanhos mais do que suficientes para se poder brigar e tirar uma corcoroca de
seu habitat. No capítulo das iscas a variação é enorme, e podemos citar:
corruptos, camarão, filé de sardinha, sarnambi, barata-do-mar, saquaritá,
minhoca-de-praia, tatuíras e até pequenos peixes, iscados em filés ou mesmo
inteiros. Sua carne é de sabor regular a bom, fazendo lembrar um pouco a carne
de pescadas e corvinas. Uma outra boa dica é que a corcoroca costuma andar em
cardumes, não sendo difícil fazer-se um “double”, ou seja, dois peixes fisgados
ao mesmo tempo. Oferece pouca briga, a não ser na pesca de praia quando, bem na
rasura das águas, costuma dar algumas corridas, tentando livrar-se do anzol que
a prende. Um outro fato curioso sobre a corcoroca, refere-se aos sinônimos
pelos quais é conhecida ao longo do litoral brasileiro. Vamos a eles: “abiquara”, biquara, boca-de-velha,
capiúna, corocoroca-mulata, negra-mina, biquara-do-raso, cambuba,
corcoroca-boca-de-fogo, macassa, pirambu, sapuruna, uribaco e xira. Em
tupi-guarani, vamos encontrar o nome mais aproximado de pirambu, que podemos
traduzir como peixe parecido com o sargo, ou se preferir mais “ao pé da letra”,
peixe que ronca, ou seja, emite sons, ou que tenha coloração preta. Boa
pescaria de corcorocas, seja ela qual for e que nome tenha.
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