sábado, 18 de março de 2017

O CASO ARUANÃ





A revista que registrou o alcance de 1 milhão de exemplares


Um número bastante festejado por todos os funcionários da Revista Aruanã
Em outubro de 1992, em nossa edição nº 30, publicávamos uma pagina dupla na Revista Aruanã, que era para nós, um grande vitoria. Com apenas cinco anos, a Aruanã somava um milhão de exemplares publicados. Nossa tiragem era de 50 mil revistas impressas, distribuídas para bancas de jornal e assinantes.  Evidente está que o mercado – alguns – reagiu de forma negativa, pois até então, “uma revista de pesca” não era uma publicação que podia ter uma tiragem dessas. Qual era a aceitação do mercado em ter uma publicação nesse segmento? E mais, o papel dessa revista era de primeira qualidade, bem como, na época, fotolitos e impressão nas melhores gráficas do país. Diagramação, reportagens, informações, defesas de seus leitores, cobrança de diversos órgãos ambientais, enfim uma nova maneira de tratar um público até então esquecido ou não notado pelo mercado. A publicidade da Revista Aruanã abrigava em suas páginas, desde uma pequena loja ou indústria, até produtos contratados por grandes agências de publicidade. 


                                                    Folclore Brasileiro

Apesar de tudo isso, continuava a dúvida referente à quantidade de revistas impressas. Infelizmente em nosso país, a desconfiança dá ao ditado “mate a cobra e mostre o pau”, quase uma obrigação de provar o que se está afirmando. Foi à hora então de contratar um órgão oficial chamado com a sigla IVC – Instituto Verificador de Circulação, o qual tirava qualquer dúvida que existisse, do nosso sucesso. Na data, 1992, festejamos bastante, pelo número alcançado. Mas novidades maiores ainda estavam por vir, à medida que novas edições entravam nas bancas. Das modestas 64 páginas, passamos a 84 e logo depois a 100 páginas, tendo em vista que para não ficar uma revista de anúncios, aumentamos paginas e tiragem. De nossa edição nº1 com 10 mil, chegamos a quantidades de 80 mil exemplares. Além das bancas de jornal, nosso número de assinantes aumentava cada vez mais. Sair com a Aruanã do Brasil, enviando para Japão e Portugal, foi obra da nossa distribuidora. 





60 mil exemplares e agora com a chancela IVC

Nosso sucesso podia ser visto na opinião de nossos leitores. Nunca houve um só leitor que não fosse por nós atendido, pessoalmente ou por telefone. “Inventamos” uma seção que denominamos Álbum, onde nossos leitores enviavam suas fotos com peixes. Tivemos que colocar um aviso na tal seção, que devido ao grande número de fotos recebidas, a publicação poderia demorar até dois anos. Todas as fotos recebiam um número de recebimento e ninguém passava na frente de ninguém. Criamos em nossas páginas espaços para animais e peixes do Brasil, além de contos de lendas do folclore do Brasil. Nossas aventuras pelos rios do Pantanal e Bacia Amazônica, acampando e navegando em barcos de alumínio e dormindo em barracas na beira do rio, mostrava aos nossos leitores que isso era possível e pescar em locais ainda virgens era somente dessa maneira que podia ser feito. Foram muitos os leitores que seguiram nossas dicas e fizeram diversas dessas viagens. 


Uma de nossas muitas aventuras

Entrevistas com autoridades – na maioria sem resultado algum – eram feitas e publicadas pedindo providências. Foi uma batalha onde nossa luta acumulava muitas derrotas e poucas vitórias. Isso era jornalismo na sua mais pura essência. Tínhamos ainda em parceria o Jornal da Tarde e mais tarde um pouco a Rádio Globo SP, que muitas portas nos abriram, em locais onde poucos entravam. Em reunião de pauta em nossa redação, nunca foi discutida a mínima possibilidade de fazermos uma reportagem fora do Brasil, aconselhando alguém a ir lá pescar. Saímos do Brasil sim, como convidados das maiores indústrias de materiais de pesca. Mostramos ao pescador como era o local onde os artigos que ele consumia, eram fabricados, Nossas páginas contaram essas viagens profissionais em vários países do mundo. Enfim, foi isso nos treze anos de duração da Revista Aruanã. Fica no ar a pergunta do porque paramos. Era evidente que o mercado começa a ficar “diferente”, publicidade diminuindo, concorrência discutível e outros itens nos mostravam que a solução era, ou diminuirmos a qualidade e o número de páginas, ou paramos nossa publicação. 




                                                   Dicionário Animais do Brasil

Optamos por parar a revista. Isso aconteceu por volta de 2001/2002. Tivemos inclusive ofertas de compra do nosso nome da revista. O amor que adquirimos pela revista, não nos deixaram praticar esse ato. Pareceria, pelo menos para nós, uma traição ao nome Aruanã, que antes da revista, alguns conheciam como sendo um peixe ou uma cidade de Goiás. Hoje existem muitos “aruanãs”, mas revista, só existiu e existirá sempre uma. Como o leitor leu acima, a revista esteve no mercado durante treze anos. Depois de treze anos de nossa saída do mercado, uma idéia surgiu naturalmente: ora, aquela garotada que na época em que paramos estavam na faixa entre 12 e 15 anos, talvez nunca tivessem visto a Revista Aruanã. Treze anos depois, portanto em 2014, esses garotos eram homens adultos e quem sabe gostariam de ler alguns artigos publicados na revista original. Com a moderna tecnologia e com o aconselhamento de um profissional do ramo, ouvi a palavra “blog”.



Dicionário Peixes do Brasil

Sim, era possível transportar para a Internet, as mesmas reportagens e com a mesma qualidade da edição original. Modestamente comecei a estudar esse chamado blog. Vivi uma situação parecida, quando a minha velha máquina de escrever teve que ser substituída pelo teclado de um computador. Sem compromisso e sem depender de ninguém comecei a publicar o http://revistaaruana.blogspot.com.br reeditando as matérias já publicadas e como jornalista fazendo novas matérias no mesmo estilo da revista. O sucesso veio devagar, sem grandes demonstrações públicas e modestamente os primeiros números de visualizações, começaram a surgir. A cada novo número em milhares, eu publicava e agradecia. Agora, ninguém poderia duvidar desses números, já que eram oficiais e fornecidos pelo Google. Depois de um tempo achei melhor publicar somente quando o tal número chamasse a atenção do leitor. Todos os dias, pela manhã, eu entro no blog e verifico se está tudo em ordem e se há algum comentário. 



                          Apenas uma, das muitas edições com 100 páginas

Se houver, a resposta é imediata e publicada logo após a pergunta. Mas algo mais estava me chamando à atenção nos tais números. A cada dia, vários novos países/leitores estavam vendo nossas postagens, até que chegou um dia em que constatamos a nossa presença em todos os continentes do mundo. E, agora chegamos a um número que me permito festejar e que para mim tem o mesmo valor daquele primeiro milhão da Aruanã. Aí está esse número que agora publico e que, mais uma vez, é oficial. Mais de 100 mil visualizações. Talvez para alguns, esse número seja pequeno ou irrelevante, mas, para quem tem um computador e uma digitalizadora, como companhia, são números muito importantes. E, acabo esta postagem dizendo apenas um muito obrigado a todos vocês pescadores, independente de qual país vocês estejam. Valeu mesmo. Antonio Lopes da Silva





         100 mil

                                                               A verdade dos números segundo o Google:


Visualizações de página de hoje
176
Visualizações de página de ontem
418
Visualizações de página do mês passado
8.758
Histórico de todas as visualizações de página
100.028



  MUITO OBRIGADO!

10 comentários:

  1. Parabéns, Toninho! Que venham mais 100 mil! Grande abraço!

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  2. Obrigado meu amigo Marcão. Bons tempos com certeza. Não havia lugar longe e nem assunto qualquer que não pudesse ser abordado. Fizemos o que tínhamos que fazer e pronto. Mas hoje, saber que estamos no mundo todo é algo diferente, que eu ainda não sei explicar muito bem. Acho que uma hora dessas a ficha cai. Vamos em frente. Abraço

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  3. Um merecido resultado por fazer Sempre um Trabalho Honesto ! Parabéns ! Rumo aos 200.000 !

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  4. Elogios, vindo de amigos, são suspeitos. Em todo caso, Reginaldo, muito obrigado. Vamos em busca dos 200 mil, já que matérias são o que não faltam. Abraço fraterno X 3

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  5. Antoninho meu querido amigo de deis anos atras quando eu colecionava as revistas Aruanã !!! Ganhei a publicação da ¨História de um gurí pescador"Maio 97 ,Grande abraço.
    paulocruzmello@gmail.com agora morando em Guararema SP

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  6. Aqui em Guararema infelizmente não encontro a bela Aruanã,quem sabe poderia assinar ? mande notícias amigão de longa data.paulocruzmello@gmail.com Guararema SP

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  7. Muito bom te ver ainda na ativa para alegria dos pescadores do Brasil !!!!Saúde, paz e alegrias !paulocruzmello@gmail.com era de Jacareí agora em Guararema SP Grande abralçai amigo velho !

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  8. Paulo Cruz Mello: Muito bom reencontrar velhos amigos. "História de um guri pescador", lembro muito bem dessa matéria e agora mesmo, fiz questão de le-la nas revistas que tenho guardadas. Seja bem vindo e Aruanã agora, somente no formato blog e o melhor, grátis rs. Para ver como estamos funcionando hoje, coloque na ferramenta de busca do Google o seguinte: "Índice do blog Aruanã". pronto, abrirá uma página onde você irá ver como ler varias postagens publicadas, desde de fevereiro de 2014. Até agora, são 289 publicadas. Abraço fraterno amigo e boa leitura.

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  9. Parabéns Sr Antônio, há muito tempo procuro notícias suas e da aruanã e fico feliz por este novo projeto. A revista foi um divisor de águas na minha vida. Lembro que com meus 12 anos (hoje tenho 45) comprei um dos exemplares iniciais e fiquei fascinado. Depois, não perdia nenhuma publicação e também comprei todas anteriores. Até hoje, foram muitas mudanças de estado à serviço, não possuo mais eles. Hoje, além de pescar quando tenho tempo, trabalho com criação de espécies nativas de peixes e com certeza a revista tem sua grande influência nessa minha profissão. Mono em Rio Branco-AC (sou paulistano) e por muitas vezes passo por locais onde foram feitas reportagens pela revista e dá aquela saudades. Fico um puco triste por lembrar da fartura que tínhamos na época e hoje muitos rios quase sem peixes. Um grande abraço e sucesso!

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  10. Muito obrigado meu amigo. Uma pena você não ter assinado, já que assim não consigo ver seu nome. Pois saiba, que garotos como você, na época com 12 anos, foi que me fizeram voltar com as matérias da Revista Aruanã, agora no formato de blog. E mais, para ver todas as matérias até agora publicadas, entre no Google e coloque na procura a frase -Índice do blog Aruanã. Lá vão estar, até agora 302 postagens, que farão você lembrar de suas antigas leituras. Quanto a depredação de nosso meio ambiente, bem que avisamos e lutamos muito para que não fosse destruído, mas foi em vão. O nosso pais, infelizmente não sabe o que tem de mais belo e poderoso em suas terras e águas. Mas nem tudo está, ainda, perdido. Quem sabe algum dia destes aparece um ser que poderá mudar nosso rumo. Com certeza dá tempo. Grande abraço e seja bem vindo.

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