sexta-feira, 3 de março de 2017

FOLCLORE DO BRASIL - A LENDA DO BOTO





A cultura popular é pródiga em suas lendas e costumes. Na região amazônica, a do boto cor-de-rosa é uma delas. Frequenta as festas juninas principalmente e, engravida as donzelas que encanta. Como explicar essa gravidez a comunidade, sendo a moça solteira? É  o que explica a lenda.





Ainda nos dias atuais, principalmente na região amazônica, costuma se afirmar que uma criança é filha do boto, quando não se sabe quem e o pai. Precisamente não se tem uma afirmação de onde surgiu a lenda do boto cor-de-rosa. Dizem alguns que data, o seu surgimento, por volta do século XVIII. Entre o povo indígena, principalmente na mitologia dos Tupis uma lenda parecida afirma que há um deus que se transforma em boto, o Uauiará, que adora namorar belas mulheres. Mas voltando a lenda do boto, que ainda hoje é citada na Amazônia, podemos esclarecer alguns detalhes descritivos desse “personagem”. A noite tem que ser sempre de lua cheia e a época certa para acontecer será durante o período das festas juninas, muito festejadas na região e em diversas locais do Brasil. Ele aparece na forma de um belo rapaz e busca sempre belas donzelas, normalmente desacompanhadas.  Sua vestimenta é um terno branco e um chapéu da mesma cor. Após o primeiro contato, o galanteador as leva até a beira dos rios onde as encanta. Convida-as a um mergulho onde as engravida. Feito isso, desaparece nas águas para sempre. A moça retorna a sua comunidade grávida. Como explicar a família essa gravidez? Evidente está que em uma festividade, alguns excessos são cometidos e a presença de um jovem e belo rapaz desconhecido, chama muito a atenção das donzelas. Ele, o boto, sabe dessa condição e escolhe sempre uma virgem. Praticado o ato e com a gravidez se tornando visível, a família tenta explicar essa condição em moça solteira, para que com isso atenue o fato e a culpa ou deslize da tal rapariga, que digamos “se entusiasmou demais” na festa. Ainda nos dias de hoje, tal desculpa justifica a indesejada gravidez. Uma outra curiosidade é que, quando um homem estiver usando um chapéu, o responsável pela festa, pede a ele que tire esse chapéu e mostre sua cabeça. Essa providencia se faz necessário, já que o homem sendo boto irá ter dois buracos no centro da cabeça, por onde respira. Esses dois buracos são por onde os botos de verdade, respiram e assim denunciam sua presença, nas evoluções que fazem nas águas dos rios amazônicos. Várias crianças são registradas com o sobrenome boto, costume esse ainda usado nos dias de hoje.

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