Pode ser considerada como o peso pesado das represas. Sua
pesca não é difícil, pois sua presença é garantida nas cevas.
Nos dias atuais, podemos afirmar que a carpa está presente em
praticamente todas as represas do Brasil. Ao contrário do que muitos pensam,
esse peixe é originário da China e não do Japão. Foi introduzida no Brasil em
1882, primeiramente com a espécie comum denominada Cyprinus carpio. Muitos foram os peixamentos efetuados em represas
por autoridades em piscicultura, mas o grande contribuinte para que as carpas
proliferassem em nossas águas foram os pequenos criadores. Há alguns anos, as carpas eram os primeiros peixes que os pequenos sitiantes escolhiam
para povoar seus açudes. Muitos desses açudes, por sua rusticidade, acabaram
por desmoronar, levando então vários peixes água abaixo, para riachos e rios e
finalmente para as represas. Assim sendo, é muito comum ver-se hoje carpas, que
originalmente eram amarelas e com o dorso escuro, nas cores branca, vermelha,
preta e até bicolores em nossas represas. Tudo isso devido às criações
particulares, citadas acima. Outras importações de carpas foram efetuadas e
soltas nas represas. Assim, temos hoje espécies denominadas como carpa-capim,
carpa-espelho, carpa-prateada, etc., chegando algumas dessas espécies a atingir
mais de 40 quilos. Na pesca, não há muitos segredos para se fisgar as carpas, e
a dica principal seria utilizar as cevas que atraem os peixes para um local
determinado pelo pescador amador. Os melhores locais para se fazer uma ceva são
aqueles que não têm profundidade maior do que três metros e que sejam limpos,
de preferência sem galhadas, pedras ou outros obstáculos. Como material para a
ceva, devemos usar mandioca crua em pedaços, batatas doces, restos de queijo,
pães e acondiciona-los em sacos de ráfia, juntando-se nesse saco uma pedra para
faze-lo ficar no fundo das águas. O saco de ráfia é usado principalmente para
fazer com que a ceva fique em um mesmo lugar, já que, se a deixarmos solta, as
carpas irão leva-la para longe de onde fora colocada. No saco, com o passar dos dias,
esses alimentos irão se soltando, e mesmo após a descoberta da ceva, serão sugados
pelas carpas através da malha da ráfia. Uma outra dúvida do pescador refere-se
à massa para ser usada como isca. Por uma questão de raciocínio lógico, devemos
usar como massa o mesmo material usado na ceva. Assim sendo, podemos fazer uma
boa massa usando farinha de mandioca crua, uma batata doce cozida e amassada em
forma de purê, um saquinho de queijo ralado e farinha de trigo (para dar melhor
liga). Juntamos tudo em uma bacia e vamos adicionando água até formar a massa.
Normalmente, devemos fazer a massa na noite anterior à pescaria. Depois de
pronta, colocamos a massa em um saco plástico hermeticamente fechado e a
conservamos na geladeira. Na hora da pescaria, só abriremos o saco para retirar
a quantidade necessária para cada isca, voltando a fechar o saco e tendo o
cuidado de conserva-lo ao abrigo do sol e calor. Normalmente, uma bolota de
isca será do tamanho de um limão galego. O material de pesca será uma linha com
bitola 0.35 a 0.50 milímetros e anzóis entre 1/0 a 3/0. Existe hoje “uma
“invenção” chamada de chuveirinho” que consiste em vários anzóis e uma pequena
mola colocada dentro da isca. Faça sua experiência e opte pelo que achar
melhor. Após fisgar uma carpa, canse bem o peixe, já que sua boca é considerada
“mole” e, se não trabalhada e cansada suficientemente, perderemos vários
peixes. Quando for pescar em um pesque e pague, lembre-se que as cevas já
estarão feitas. A dica aqui é fazer a massa a partir da ração com que são
alimentadas as carpas naquele lugar. A melhor época para se começar uma ceva será
o mês de abril, já que as carpas são muito produtivas durante o inverno, ou
seja, a partir de maio até meados de setembro. Boa pescaria.
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