Nossa equipe esteve nos Estados Unidos para visitar uma
exposição de artigos para a pesca e duas empresas fabricantes de produtos para
a pesca amadora. O ano foi em 1998, quando essas empresas fabricavam os seus próprios produtos e os distribuíam ao mercado.
Bons tempos.
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Golfo do México |
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Entrada da fábrica da OTG em Iowa
A nossa saída de São Paulo deu-se no dia 11 de maio, em vôo
direto para Chicago. Dessa cidade partimos em outro vôo, agora com destino a
Minneapolis. Após o desembarque, alugamos um carro e rumamos para nosso destino
em Spirit Lake, no estado de Iowa. Spirit Lake é uma pequena cidade
norte-americana muito bonita e acolhedora, às margens de um grande lago, famoso
pela sua piscosidade. Aliás, o estado de Iowa orgulha-se dos dez mil lagos em
seu perímetro. Pois bem, nessa cidade está a fábrica da OTG – Outdoor
Technologies Group. Entre seus produtos e marcas, estão velhos conhecidos dos
pescadores amadores brasileiros, como Abu Garcia, Berkley, Fenwick e Red Wolf,
sendo que esta ultima marca está sendo introduzida no mercado. |
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Setor de testes
Fomos recebidos pelo seu presidente Tom Bedell, que colocou à
nossa disposição seus funcionários especializados em cada setor, para que
conhecêssemos toda a indústria. Assim sendo pudemos constatar a fabricação de
varas, linhas e molinetes da Fenwick, iscas artificiais, minhocas, varas,
linhas e acessórios da Berkley e finalmente os produtos Abu Garcia, fabricados
na Suécia, alias motivo de reportagem especial a respeito, publicada em edição
anterior da Aruanã. A OTG foi fundada em 1937 pelo pai do atual presidente,
Sr.Berkley Bedell, e inicialmente fabricava somente linhas para fly.
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Tanque de testes com black bass
De 1938 a 1956, sua linha de produtos foi ampliada, passando
a fabricar também fios de aço e linhas de monofilamento. Em 1959, houve a
introdução das linhas Trilene e de 1964 a 1967, das varas e molinetes Berkley.
Em 1969, foi fundada a subsidiária da fábrica em Taiwam. Em 1988, a compra da
Fenwick. Em 1994 é fundada então a OTG e em 1995 é comprada a fábrica da Abu.
Hoje a OTG tem cerca de 1.300 funcionários e seus produtos são distribuídos no
mundo inteiro, podendo mesmo ser citada como a maior indústria de artigos para
a pesca do mercado americano.
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Fábrica da OTG
Nossa visita começou pelo setor de linhas de monofilamento,
onde essa produção é toda robotizada. No setor de minhocas plásticas, a
primeira surpresa, já que ficamos sabendo que as tais minhocas (ao contrário do
que muitos pensam) não são feitas de silicone e sim de PVC, além de outros
materiais, onde entram ainda componentes como aromatizantes e pigmentos, que
dão forma, cor e acabamento final a esse tipo de isca artificial. Mas as
surpresas melhores ainda estavam por vir, já que a próxima seção visitada foi a
de tanques de testes.
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Setor de minhocas artificiais
Pois bem, só para resumir, encontram-se nesses tanques
centenas de peixes vivos, principalmente black bass, cuja reação é examinada,
no que se refere aos produtos fabricados pela OTG. Assim sendo, existe um robô
que circula nos tanques, com uma isca artificial, e onde existe uma câmera
submarina, para registrar o trabalho da isca e o ataque dos peixes. Nesse
setor, o responsável é o biólogo Phd Keith A. Jones. Sem, comentários... Nos
laboratórios da fábrica, são registrados em computadores e desenvolvidos todos
os produtos de sua fabricação. No setor de varas, são feitas as hastes e todos
os acabamentos.
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Fábrica da Plano
Depois de prontos, alguns modelos são enviados para a fábrica
de Taiwam, sempre com a supervisão da OTG. Passamos ainda pela seção de linhas
de fly e ainda vimos, no setor de monofilamentos, a fabricação da linha de
marca Sensithin, uma nova marca de linha fina e bastante sensível, que aliás já
está sendo comercializada no Brasil, por intermédio da Mustad. Vimos ainda a
fabricação da linha Fireline, que é uma linha de fibra sem ser abrasiva e que
também já pode ser encontrada em nosso país.
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Peter H. Henning - Presidente da Plano
Pois bem, hoje a OTG conta com três fábricas nos Estados
Unidos, Suécia e Taiwam, e seus produtos são exportados para o mundo inteiro, o
que lhe dá um faturamento de aproximadamente US$120 milhões, sendo portanto
considerada como a maior fabricante de produtos para a pesca. Saímos de Spirit
Lake após três dias de visita à OTG. Nosso destino agora é o estado de Illinóis,
mais precisamente, a cidade de Plano, distante de Chicago cerca de 100 milhas.
Nessa cidade, nossa visita foi a fábrica dos estojos Plano, velhos conhecidos
dos pescadores amadores brasileiros. Em nossa companhia agora estava Michael R.
Norton, gerente internacional da Plano.
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Truta do mar
Ao chegar a fábrica, fomos recebidos pelo seu presidente,
Peter H. Henning. A Plano foi fundada em 1932 pelo avô do atual presidente,
Warren K. Hening. São quatro fábricas que perfazem um total de 257 mil metros
quadrados, contando com apenas 650 funcionários, já que sua linha é totalmente
automatizada. Sua produção hoje conta com mais de trezentos modelos diferentes,
fabricando cerca de vinte milhões de caixas por ano que são exportadas para
todo o mundo, assegurando à Plano 70% do mercado americano e o posto de líder
no mercado mundial. Todos os seus produtos são fabricados nos Estados Unidos.
Foi muito interessante ver os moldes de aproximadamente dois metros quadrados
onde os estojos de pesca são injetados.
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Entrada da feira de pesca em Orlando
A novidade é o lançamento, em junho de 1998, do modelo 1259,
totalmente novo e para uso de todos os materiais de pesca, em qualquer
modalidade. Nossa visita à fábrica da Plano durou dois dias. Do estado de
Illinois, nosso destino era a Florida, mais precisamente Tampa, onde finalmente
faríamos uma pescaria em Sarasota, no litoral, já que ninguém é de ferro. Nosso
alvo nessa pescaria seriam os tarpons. Infelizmente só vimos um e mesmo assim à
distância. Como os tarpons não queriam nada, nos “vingamos” nas trutas de água
salgada. Em apenas algumas horas, fisgamos mais de trinta peixes. Essa truta é
um parente próximo da nossa pescada, pela conformação de seu corpo e boca.
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Estande da OTG
É um peixe muito bonito e que briga bastante. O detalhe
especial dessa pescaria ficou por conta das aves aquáticas que vinham pousar no
nosso barco, em sua maioria biguás, garças e pelicanos. Dois dias em Sarasota
foram suficientes para vermos toda a beleza de seu litoral, muito limpo e
protegido, com seus canais à beira do Golfo do México. Nosso destino agora é
Orlando, onde estava acontecendo a ASA Show, a feira de pesca americana.
Visitar essa feira foi também muito proveitoso. Lá estavam os estandes da
Plano, OTG, Mustad e de mais uma centena de expositores de artigos para a
pesca, de marcas conhecidas pelo pescador brasileiro. Alguns detalhes a
comparar com a feira brasileira: na ASA, não existe venda no varejo, nem
tanques de pesque-e-pague e aquela bagunça que foi nossa ultima feira de pesca.
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Estande da Plano
Só para ter uma ideia, nem mesmo amostras de produtos
expostos nos foram cedidas. Quando muito anotavam nosso endereço e diziam que
nos mandariam tais amostras pelo correio. Foi uma feira muito bonita,
principalmente por vermos e conversarmos com fabricantes das mais diversas
categorias. Finalmente nossa visita aos Estados Unidos foi muito proveitosa,
pois agora conseguimos mostrar ao nosso leitor um pouco da história de produtos
que há muitos anos estamos usando em nossas pescarias. Mais uma vez, estivemos
nessa viagem em companhia de nosso particular amigo e anunciante Alexandre
Mussi Fortes, diretor da Mustad do Brasil, ao qual queremos agradecer
publicamente a sua assessoria. Foi intenção do Alexandre, na visita a essas
fábricas, nos mostrar a seriedade de seus fornecedores, já que a Mustad do
Brasil é a distribuidora oficial dos produtos aqui citados em todo o território
nacional.
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Revista Aruanã Ed.63 publicada em junho/98
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