A chamada da
publicação
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Dificilmente algum molinete, seja nacional ou
importado, irá vender o que a Paoli vendeu em todo o Brasil.
Octávio
Paoli
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Pioneiros na fabricação de molinetes, os Paoli têm uma
história a contar. O comando da indústria está a cargo de Octávio Paoli, mais
conhecido como Octavinho. Mas assim não era por volta de 1955. Naquela época, o
“velho” Rodolfo Paoli, que desde 1947 já fazia giradores, fundava precisamente
no dia 2 de março de 1955, a Paoli, Paoli e Cia. Ltda. Fabricando diversos
complementos para a pesca, a então pequena empresa prosperava lentamente. Em
1962, partindo de uma cópia exata do molinete Luxor, os Paoli lançavam no
mercado o modelo Super. Hoje, a quantidade de modelos fabricados já tingiu 600
mil unidades. Bastante simples, mas muitos resistentes, os molinetes Paoli são
conhecidos em todo o Brasil. Uma das razões do sucesso desse molinete, segundo
Octavinho, é a reposição constante das peças. Aliás, nos consertos feitos pela
fábrica, a mão de obra não é cobrada, tendo o pescador apenas o valor da peça
como despesa. Um dos compromissos da Paoli é nunca deixar de consertar um molinete
de sua fabricação, esteja ele no estado em que estiver. A seção de consertos é
supervisionada diretamente por Octavinho e, segundo ele mesmo, “é incrível o
estado em que alguns molinetes retornam às nossas mãos”. Pescador, Octavinho
Paoli conta: “Meu local de pescaria, quando garoto, era nas várzeas da Lapa.
Naquela época, havia muitas olarias naquela região.
A fachada da
fábrica na Lapa em SP
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Para extrair o barro, essas olarias iam fazendo enormes
buracos, e quando o rio Tiête transbordava, esses buracos viravam lagoas. Era
nessas lagoas que pescávamos traíras, lambaris, bagres, acarás e tabaranas.
Hoje, pelo menos uma vez por ano para matar a saudade, pesco em Coxim e em Cáceres
no rio Paraguai, e, fora disso, vou muito à região de Bertioga, à procura dos
robalos”. “A indústria da pesca – continua Octavinho – é rentável, mas antes de
tudo, é um ramo de atividade alegre, pois recebo muitas visitas de pescadores
aqui na empresa, onde batemos longos papos. Fora isso, eu sinto muito orgulho
quando viajo pelo Brasil e vejo um pescador com um molinete nosso nas mãos.
Essa é a razão principal de continuarmos no mesmo ramo de atividades, pois das
autoridades responsáveis, nunca recebemos, nesses 30 anos, qualquer incentivo.
Talvez seja essa a razão de estarmos engatinhando nesse setor, além dos altos
tributos que temos de pagar em impostos”. Sobre a pesca propriamente dita,
Octavinho nos mostra orgulhoso, o pôster de uma arraia, com 150 kg de peso,
pescada por ele e seus amigos na confluência do rio Paraguai com o Jauru, em
1974. Mas o peixe que lhe traz mais recordações é um jaú de 32 kg, pescado no
Coxim, em 1982, usando um Paoli Malcon e linha 0.60mm. “A melhor de todas as
brigas”, rememora ele. Desde a sua fundação, a Paoli vem conquistando seu lugar
dentro do mercado de pesca brasileiro, e hoje está instalada em prédio próprio,
à rua Ricardo Cavatton, 121, na mesma Lapa das pescarias do então garoto
Octávio Paoli.
Publicado na
Rev. Aruanã Ed.4 em 04/1988
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