terça-feira, 22 de agosto de 2017

REALIDADE - TEM BICHO NO PEIXE II


                                                                                    







Anisaquíase é o nome de uma parasitose intestinal provocada por vermes da espécie Anisakis, que são habitualmente adquiridos após a ingestão de frutos do mar ou peixes crus.A anisaquíase ainda é uma doença rara, mas que, devido à crescente popularização dos pratos à base de peixes crus ou mal cozidos, tais como sushis, carpaccios de salmão, salmão defumado ou ceviches, tem vindo a se tornar cada vez mais descrita. 




Filé de um tucunaré pescado no rio Piqueri. Publicado em maio 2015 blog Aruanã



O QUE É A ANISAQUÍASE
A anisaquíase é uma parasitose intestinal provocada por vermes nemátodes da família Anisakinae, nomeadamente Anisakis simplexAnisakis physeteris e Pseudoterranova decipiens.



Foto ampliada do “bicho”. Publicado maio 2015 blog Aruanã
A Revista Aruanã é apenas uma publicação – como tantas outras – sobre o segmento pesca amadora. Como tal, publica assuntos relacionados à pesca, ao pescador, tem seções como dicas, equipamentos, curiosidades, humor, entre outras. No entanto, como editor e jornalista, outros assuntos foram publicados em suas edições, que achei convenientes para que o pescador amador tirasse algumas experiências e observasse alguns cuidados. Por exemplo, falamos sobre doenças a que estamos sujeitos quando no meio ambiente; animais peçonhentos e venenosos foram abordados, etc, sempre sob a supervisão de cientistas/médicos e outros especialistas no caso, que nos passaram as informações. No entanto, uma matéria em especial, publicada em maio de 2015 em nosso blog http://revistaaruana.blogspot.com.br chamou muito a atenção, cujo título era “TEM BICHO NO PEIXE” já que cerca de 10% de nossos leitores em todo o planeta, visualizaram essa postagem. A simples visão das fotos chama muito a atenção e são de nossos arquivos, cujo autor das mesmas é de nosso colaborador e fotografo/jornalista Kenji Honda. Nessa postagem, contamos com a supervisão científica do Prof.Dr. Gilberto Cezar Pavanelli (autor deste artigo) é professor titular do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá (PR), coordenador do curso de pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (Mestrado e Doutorado da Universidade Estadual de Maringá) e pesquisador científico do CNPq.

O Prof.Dr. Gilberto Cezar Pavanelli. Cientista que comentou este bicho em especial Publicado maio 2015 Blog Aruanã

O Dr. Gilberto C. Pavanelli afirma então que o tal bicho é um parasita conhecido cientificamente como Eustrongylides ignotus e que o mesmo, segundo a opinião desse pesquisador, não causa qualquer problema a saúde de quem ingerir peixes portadores de tal parasita. Essa publicação gerou várias opiniões dos admiradores e usuários do prato típico japonês sushi e sashimi. Algumas reações engraçadas, outras idiotas, enfim o direito a livre manifestação em uma democracia, podem e devem ser toleradas. Entre elas, uma em especial chamou a atenção deste jornalista, já que me pareceu, quando dita pessoalmente, não só um caso de masculinidade ou mesmo de valentia, o popular “machão alfa”. Dizia então o tal pescador: “eu faço sashimi na beira do rio e descrevia a receita. Assim que pego o peixe, imediatamente o mato, tirando dois bons filés e usando para isso o remo do barco e na planta do mesmo. Ali mesmo, fatio o file em tiras, adicionando então os temperos do sashimi e comemos assim, o sashimi mais fresco do mundo”. Em minha opinião - que não externei no momento - foi de que, a planta do remo ou seja, o local que faz com que possamos remar com eficiência, digamos não é o lugar mais limpo para se manusear um alimento. A água do rio onde o pescador estava não deve ser totalmente potável, podendo ter todos os micróbios possíveis naquele local.

Anisakis identificado em uma endoscopia digestiva (legenda foto Net) 

Enfim dizer o que mais, diante dessa prática? Outro caso que é bastante discutido refere-se ao peixe baiacu. Publicamos postagem mostrando que o baiacu é um peixe perigoso de ser comido, pois, segundo alguns cientistas e com trabalhos publicados sobre o assunto, várias pessoas já morreram ao ingerir tal espécie. Mais uma vez ouvi de alguns pescadores que a carne do baiacu é de primeira qualidade, sendo a maior de todas as dicas, a maneira de limpa-lo e tendo o cuidado de tirar as vísceras, principalmente o fel, sem que se rompa. E ainda que, a carne do baiacu, é uma das melhores para o sashimi. A esse pescador eu disse apenas que não comia o baiacu e, que com tantas espécies de peixes no Brasil, porque arriscar? Ficou por isso mesmo. Pois bem, mais uma vez e agora com muitas publicações a respeito, um “novo bicho” é citado por cientistas e este sim, segundo a opinião de médicos e especialistas, faz muito mal a saúde de quem o ingerir cru, ou seja na forma de sushis, sashimis, carpaccios de salmão, salmão defumado ou ceviches. Pesquisando na Internet, achei um artigo do Dr. Pedro Pinheiro - Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (U.F.R.J) em 2002. Especialista em Medicina Interna e Nefrologia. Títulos reconhecidos pela Faculdade do Porto, Ordem dos Médicos de Portugal e Colégio de Nefrologia Português, o que por certo não pode ser contestado. 
Lula  -  A seguir alguns esclarecimentos do Dr. Pinheiro que achei oportuno transcrever, alertando que o citado artigo pode ser lido em sua íntegra na citada fonte, sob o título ANISAQUÍASE.
“(Sic) Anisaquíase é o nome de uma parasitose intestinal provocada por vermes da espécie Anisakis, que são habitualmente adquiridos após a ingestão de frutos do mar ou peixes crus.A anisaquíase ainda é uma doença rara, mas que, devido à crescente popularização dos pratos à base de peixes crus ou mal cozidos, tais como sushis, carpaccios de salmão, salmão defumado ou ceviches, tem vindo a se tornar cada vez mais descrita. Neste artigo vamos explicar o que é a anisaquíase, quais são os seus sintomas, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento.

                    “CONTAMINAÇÃO DOS SERES HUMANOS PELO ANISAKIS

Como já mencionado, o homem contamina-se com o parasito Anisakis quando ingere carne crua ou malpassada de peixes contaminados. Salmão, arenque, cavala e lula costumam transmitir espécies de Anisakis enquanto Alabote e anchova transmitem espécies de Pseudoterranova. O bacalhau pode transmitir ambas espécies.
A larva do verme costuma estar alojada no músculo dos peixes, sendo possível sua identificação no momento em que o peixe está sendo fatiado.
As melhores medidas preventivas são a cozedura do peixe a, no mínimo, 70ºC ou congelamento a -20ºC por um período mínimo de 72 horas (idealmente por 7 dias) ou a -35ºC por, pelo menos, 24 horas.
Anchova
O processo de defumação não mata o parasito. Apesar da recente explosão no número de restaurantes de sushi no mundo ocidental nos últimos anos, a anisaquíase continua sendo pouco comum. Isso ocorre por 3 motivos:
1-    Restaurantes de qualidade congelam o peixe antes destes serem servidos ao público.
2- Muitos restaurantes utilizam peixes criados em cativeiro, sem contato com a vida marinha natural.
3- Chefs de sushi devidamente treinados são capazes de detectar as larvas do Anisakis no momento do preparo do peixe”.
Como afirmei acima, transcrevi apenas alguns trechos do artigo do Dr.Pedro Pinheiro, pinçados da Internet, mas que achei oportuna a divulgação em nosso blog, “já que sobre pesca e peixes são os principais assuntos do mesmo”. Ao ler e analisar o artigo do Dr. Pedro, alguns fatos me vem a lembrança e perguntas afloram a minha mente: será que todos os restaurantes que se dedicam a culinária japonesa, tem chefs devidamente treinados e capazes de detectar as larvas do Anisakis?  E os peixes que esses restaurantes usam, vem de que fonte fornecedora? Eu por exemplo conheço alguns que compram peixes diretamente de pescadores amadores ou mesmo de profissionais, sem passarem por fiscalização dos órgãos competentes. No Japão, país com maior incidência dessa verminose, a taxa anual de infecção é de 3 casos novos para cada 1 milhão de habitantes. Isso significa, aproximadamente, 400 novos casos por ano. Na Holanda, país no qual há o hábito de comer arenque cru (haring), essa parasitose também é relativamente conhecida. Aliás, o primeiro caso de anisaquíase descrito na literatura médica veio exatamente da Holanda, em 1960. Atualmente, porém, devido a uma lei que obriga o congelamento do haring por 7 dias antes da comercialização ao público, a doença praticamente desapareceu.
NR: Agradeço publicamente ao Dr. Reginaldo Calil Daher, que me informou desse artigo sobre o uso de comer peixes crus, através de mensagem no Facebook . Muito obrigado.



 Dr. Pedro Pinheiro

Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (U.F.R.J) em 2002.  Difilobotríase Títulos reconhecidos pela Faculdade do Porto, Ordem dos Médicos de Portugal e Colégio de Nefrologia Português.


4 comentários:

  1. S. Antonio, o Sr poderia tentar saber se é verdade mesmo que o uso do wasabi e do shogá (raiz forte e gengibre, seria eficaz pra eliminar a possibilidade de contaminação, mesmo com a ingestão dos parasitas. É algo que a gente ouve sempre.

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    1. Sando Almeida, meu amigo e leitor da Aruanã. Não posso afirmar nada sobre esses temperos e sua ação nos vermes. Mas posso sim, como leigo que sou, dizer que me parece, que somente no caso do verme em questão o que reduz algum mal que ele possa causar é o congelamento, medidas essas informadas pelo Dr. Pedro Almeida, que assim afirma na postagem. Grande abraço

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  2. Parabéns por sua constante luta na busca e disseminação da Verdade !

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  3. Acho que é o mínimo a fazer Dr.Reginaldo Calil Daher, quando posto uma matéria, sem querer criar alarde ou emitir opinião. Só transcrevi o que um cientista afirmou, com seu trabalho de pesquisa e, mesmo assim em partes. O que deve ser sim lido, é o trabalho cientifico do Dr. Pedro de Almeida, na sua totalidade, no endereço que informo na postagem TFA Obrigado

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