quarta-feira, 4 de outubro de 2017

ESPECIAL - FRAUDE NA PESCA NO BRASIL







CGU vê fraude em dois de cada três benefícios do ‘bolsa pescador’

Auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União aponta que o registro dos segurados é ‘ineficiente em nível intolerável’. 







(Sic) BRASÍLIA - Dois a cada três beneficiários do seguro-defeso não teriam direito a receber o recurso pelas regras do programa - que atende pescadores -, mas acabam custando R$ 1,5 bilhão ao ano aos cofres do governo, segundo resultado de auditoria do Ministério da Transparência e da Controladoria-Geral da União (CGU) obtido pelo Estadão/Broadcast.




A primeira chamada da matéria na ocasião

Essa notícia está no Estadão de hoje, 04/10/2017, mostra claramente algo que a Aruanã, vem denunciando há mais de 25 anos. “Os coitadinhos” dos profissionais recebem um salário mínimo por mês - por exemplo – enquanto durar um período de proibição, como a piracema. Tem gente que recebe esse salário sem nunca ter chegado perto de um rio ou do mar. Estava mais do que na hora, desse pessoal ser investigado, por que é o nosso dinheiro usado em corrupção. E, que isso sirva de alerta aos mais ferrenhos defensores do Cota Zero ou Pesca e Solta total, que mostra claramente que não é essa a solução. Vamos ver no que isso vai dar e aguardar providências, já que como nossas autoridades jurídicas gostam de afirmar, “ninguém está acima da lei” e esse dinheiro de corrupção podia estar sendo usado em um fim mais nobre. 


A canoa levando a rede de mais de 500 metros mar adentro.

Este país ainda precisa ser muito bem explicado. Mas estamos em 2017 e uma nova onda de honestidade e lealdade se alastra em diversos setores da sociedade. Com esta reedição de um artigo há publicado, quem, sabe agora, aproveitando o momento, o Ministério Público do Brasil, tome as providências que são necessárias. Não é justo que a pesca, que podia se tornar uma grande fatia de turismo, esteja por alguns, sendo depredada. Aí está uma razão por que somos contra qualquer ação que envolva o pescador amador na defesa do meio ambiente, já que seu resultado é mínimo. É hora de parar de bater no peito e criticar quem não o faça e dizer: “eu faço minha parte”, que a bem da verdade é uma gota no meio do Oceano. 

Puxando a rede criminosa e proibida.

E não é nossa intenção arrasar aos pescadores artesanais, já que os mesmo podiam ser aproveitados em outras atividades no setor. Também é falsa a afirmação de que a pesca artesanal é herança de avós e pais dos atuais pescadores, já que se essa ação continuar, estes pescadores não irão deixar tal herança para seus filhos ou netos, pela simples razão de que não haverá peixe para ser pescado pelos seus descendentes. E ao pescador amador, o recado continua incansavelmente e uma advertência: se você que pesca hoje em águas brasileiras e queira deixar essa herança a seus filhos e netos, tá mais do que na hora de reagir e partir para a luta, cobrando de quem de direito, uma ação forte e imediata, para assim, realmente, salvar nosso meio ambiente. 

A rede de pesca na praia

Dizer ou publicar imagens soltando peixes e isto, em se tratando de Redes Sociais é muito fácil e cômodo, mas o importante mesmo é uma ação mais forte, levantando o traseiro da cadeira e cobrar das autoridades competentes uma ação efetiva.  E que este recado se estenda a lojas, indústrias, importadores, pesqueiros fixos ou embarcados, mídia escrita falada e televisada, enfim, a todas as empresas que tem na pesca amadora, sua fonte principal de renda.Chega de tanto marketing. Que eles façam a sua parte, pois sem peixes, todos desaparecerão. 

Resultado da pesca profissional em águas interiores


Editorial da época mostrando a realidade.

NOTA DA REDAÇÃO: Diz o ditado de que em algumas situações, devemos dar tempo ao tempo. Poderíamos até concordar com essa citação. No entanto, em se tratando de meio ambiente e em especial no caso da pesca, pode-se afirmar de que não há mais tempo para isso. Sobre o tempo podemos afirmar de que a Revista Aruanã, há muito, vem lutando contra esses desmandos praticados em todo o Brasil, seja em águas interiores ou mar. Muitas foram as pedras em nosso caminho. De algumas, conseguimos nos desviar, mas, a grande maioria tropeçamos e não conseguimos ir adiante. Por várias vezes denunciamos esses abusos, na Aruanã, no Jornal da Tarde e na Rádio Globo SP. Visitas a sede do IBAMA em Brasília eram constantes e sempre infrutíferas. Nunca desistimos e quem sabe agora, com essa “onda” de brasilidade envolvendo como nunca, nosso povo, possamos consertar tudo que está errado no setor pesca. Que assim seja.
Rev. Aruanã Ed:46 publicada em 08/1995


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