CGU vê fraude em
dois de cada três benefícios do ‘bolsa pescador’
Auditoria do Ministério da
Transparência e Controladoria-Geral da União aponta que o registro dos
segurados é ‘ineficiente em nível intolerável’.
(Sic) BRASÍLIA
- Dois a cada três beneficiários do seguro-defeso não teriam direito a
receber o recurso pelas regras do programa - que atende pescadores -, mas
acabam custando R$ 1,5 bilhão ao ano aos cofres do governo, segundo resultado
de auditoria do Ministério da Transparência e da Controladoria-Geral da
União (CGU) obtido pelo Estadão/Broadcast.
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A primeira chamada da matéria na ocasião
Essa notícia está no Estadão de
hoje, 04/10/2017, mostra claramente algo
que a Aruanã, vem denunciando há mais de 25 anos. “Os coitadinhos” dos
profissionais recebem um salário mínimo por mês - por exemplo – enquanto durar
um período de proibição, como a piracema. Tem gente que recebe esse salário sem
nunca ter chegado perto de um rio ou do mar. Estava mais do que na hora, desse
pessoal ser investigado, por que é o nosso dinheiro usado em corrupção. E, que
isso sirva de alerta aos mais ferrenhos defensores do Cota Zero ou Pesca e
Solta total, que mostra claramente que não é essa a solução. Vamos ver no que
isso vai dar e aguardar providências, já que como nossas autoridades jurídicas
gostam de afirmar, “ninguém está acima da lei” e esse dinheiro de corrupção
podia estar sendo usado em um fim mais nobre.
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A canoa levando a rede de mais de 500
metros mar adentro.
Este país ainda precisa ser muito
bem explicado. Mas estamos em 2017 e uma nova onda de honestidade e lealdade se
alastra em diversos setores da sociedade. Com esta reedição de um artigo há
publicado, quem, sabe agora, aproveitando o momento, o Ministério Público do
Brasil, tome as providências que são necessárias. Não é justo que a pesca, que
podia se tornar uma grande fatia de turismo, esteja por alguns, sendo depredada.
Aí está uma razão por que somos contra qualquer ação que envolva o pescador
amador na defesa do meio ambiente, já que seu resultado é mínimo. É hora de
parar de bater no peito e criticar quem não o faça e dizer: “eu faço minha
parte”, que a bem da verdade é uma gota no meio do Oceano.
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Puxando a rede criminosa e proibida.
E não é nossa intenção arrasar aos
pescadores artesanais, já que os mesmo podiam ser aproveitados em outras
atividades no setor. Também é falsa a afirmação de que a pesca artesanal é
herança de avós e pais dos atuais pescadores, já que se essa ação continuar,
estes pescadores não irão deixar tal herança para seus filhos ou netos, pela
simples razão de que não haverá peixe para ser pescado pelos seus descendentes.
E ao pescador amador, o recado continua incansavelmente e uma advertência: se
você que pesca hoje em águas brasileiras e queira deixar essa herança a seus
filhos e netos, tá mais do que na hora de reagir e partir para a luta, cobrando
de quem de direito, uma ação forte e imediata, para assim, realmente, salvar
nosso meio ambiente.
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A rede de pesca na praia
Dizer ou publicar imagens soltando
peixes e isto, em se tratando de Redes Sociais é muito fácil e cômodo, mas o
importante mesmo é uma ação mais forte, levantando o traseiro da cadeira e cobrar
das autoridades competentes uma ação efetiva. E que este recado se estenda a lojas, indústrias,
importadores, pesqueiros fixos ou embarcados, mídia escrita falada e
televisada, enfim, a todas as empresas que tem na pesca amadora, sua fonte
principal de renda.Chega de tanto marketing. Que eles façam a sua parte, pois sem peixes, todos
desaparecerão.
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Resultado da pesca profissional em águas
interiores
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Editorial da época mostrando a
realidade.
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NOTA DA REDAÇÃO: Diz o ditado de
que em algumas situações, devemos dar tempo ao tempo. Poderíamos até concordar
com essa citação. No entanto, em se tratando de meio ambiente e em especial no
caso da pesca, pode-se afirmar de que não há mais tempo para isso. Sobre o
tempo podemos afirmar de que a Revista Aruanã, há muito, vem lutando
contra esses desmandos praticados em todo o Brasil, seja em águas interiores
ou mar. Muitas foram as pedras em nosso caminho. De algumas, conseguimos nos
desviar, mas, a grande maioria tropeçamos e não conseguimos ir adiante. Por
várias vezes denunciamos esses abusos, na Aruanã, no Jornal da Tarde e na Rádio
Globo SP. Visitas a sede do IBAMA em Brasília eram constantes e sempre
infrutíferas. Nunca desistimos e quem sabe agora, com essa “onda” de
brasilidade envolvendo como nunca, nosso povo, possamos consertar tudo que está
errado no setor pesca. Que assim seja.
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Rev. Aruanã Ed:46 publicada em
08/1995
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