terça-feira, 8 de abril de 2014

BEIJA-FLOR - Coleção Aruanã - Animais do Brasil

 OUTROS BICHOS





 BEIJA-FLOR



 É tarefa difícil descrever a beleza do colorido dessas criaturas, que parecem jóias vivas, pois não bastariam os nomes de todas as pedras preciosas e metais brilhantes para dar uma idéia da variedade de seus matizes, sempre cintilantes.





Beija-flor é o nome usado para designar as minúsculas aves da família dos Troquilídeos, a qual encerra cerca de 500 espécies, todas elas só da América do Sul e Central. É entre os beija-flores que se encontra o menor representante de toda a classe das aves, medindo apenas 65mm de comprimento total. Descontando porém a cauda e o bico, restam apenas 35mm como dimensão do corpo propriamente dito, havendo portanto muitas moscas que são mais volumosas do que tais avezinhas. Há também beija-flores gigantes, que medem até 20cm (Topaza pella, da Amazônia), no entanto, tais dimensões avantajadas são atingidas em boa parte à custa do bico, que se tornou tão ou mais comprido que o corpo todo, ou então às penas caudais, que se alongam outro tanto.





Muitos naturalistas, depois de descreverem a mimosa estrutura dos beija-flores, salientam, em contraste, o gênio irascível, briguento e mesmo violento dessas criaturas. Pequenas escaramuças, entre dois beija-flores que se encontram, são acontecimentos frequentes. A alimentação dessas aves consiste quase que unicamente de néctar e pequenos insetos. É á procura deles que vemos os beija-flores “sugar” as flores. Os ninhos são lindos e delicados, como seus habitantes adultos; os míseros filhotes são, ao contrário, talvez as mais feias criaturas: quase nus, apresentam um enorme bico ao qual está apenso um corpo tão desajeitado quanto se possa imaginar. Também a descrição do modo como a ave mãe os alimenta, inspira comiseração: ela enfia o longo bico, juntamente com o alimento já digerido, quase até o fundo do estômago dos filhos e assim o faz repetidas vezes, parecendo antes querer matá-los do que cuidar deles.
Os ovos são sempre alvíssimos, variando o tamanho entre 1 e 1,5cm. São chocados em duas semanas, mais ou menos (de 12 a 16 dias).
O material empregado na construção do ninho é a mais fina paina, branca ou amarela, disposta em forma de taça ou de cadinho e de tamanho de um pêssego quando muito. Por fora é enfeitado com líquens de cores variadas e escamas de samambaias. Além disso, a ave ainda serve-se de teias de aranha como amarrarilhos, e de fato, assim consegue aliar a máxima delicadeza à necessária solidez. Há dois tipos de arquitetura: os beija-flores de bico reto constroem tigelas ou taças, ao passo que os de bico curvo adotaram a forma de maçã, ornada de apêndices mais ou menos compridos em que termina o ninho propriamente dito.
“Beija-flor” é termo empregado na linguagem culta, brasileira; cuitelo dizem os caipiras (derivados de cutelo, segundo Amadeu Amaral, em alusão ao bico); “guanambi” é a denominação de tupi e colibri é termo de origem americana, usado mais comumente pelos europeus e pelo poetas.


Bibliografia consultada:
Dicionário dos Animais do Brasil – Rodolpho Von Ihering


COLEÇÃO ARUANÃ DE ANIMAIS DO BRASIL

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