DICA
Uma aventura no pantanal. Barco
carregado e combustível no tanque. Dê a partida no motor e boa pescaria..
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Ao marcar uma pescaria, temos sempre a preocupação de
observar todos os detalhes e cuidar para que o nosso equipamento esteja em
perfeitas condições. Após conferir tudo, lá vamos nós com a tralha completa e
pronta para ser usada, principalmente o motor de popa, que é um dos itens mais
importantes no nosso lazer. Um comportamento recomendável e que deveria ser
adotado pela maioria dos pescadores é
feito por apenas alguns mais atentos: antes de viajar, eles levam seu motor de
popa para uma revisão completa, prevenindo assim surpresas desagradáveis. Sinceramente: o que pode ser mais chato do que ficar dando várias partidas em um motor de popa e ele não pegar? Além disso, é cansativo e frustrante.
Nessas horas, é um tal de mexe aqui, mexe ali, afoga motor, dasafoga, tira capô, olha vela, vê se a gasolina está passando para o
carburador e um monte de outras coisas, até que finalmente desistimos e
voltamos para casa. No dia seguinte, quando levamos o motor na oficina, estamos
dispostos a, no mínimo, sacrificar o mecânico, já que “por causa dele” ficamos
sem pescar.
Navegando com segurança. Nada melhor. |
Vem então a surpresa: o mecânico coloca o motor
no tanque de teste, injeta gasolina do carburador e o “bicho” pega na primeira.
E a cara de bobo? E o sorrisinho amarelo? Como escondê-los? Ainda mais quando o
mecânico, agora cheio de razão, mostra e comprova que a revisão anterior havia
sido bem feita. E ainda aproveita para afirmar que nós é que fizemos alguma
coisa errada e acabamos sem saber como fazer o motor funcionar. Mas o quê exatamente
podemos ter feito de errado? Afinal quem está com a razão?
A resposta é bem simples: ninguém tem razão, ou
melhor, não se trata de provar quem tem razão, e sim descobrir de quem é a
culpa. E isso não é difícil: a culpa é do pescador, já que foi ele quem tentou fazer
o motor funcionar com aquele combustível velho, que estava no tanque há dias,
semanas, ou mesmo meses. É a famosa economia idiota.
Voltar para casa e ter aquela despesa toda sem
pescar, além da raiva e da frustração, com certeza saiu mais caro do que se
tivéssemos jogado fora o combustível velho e abastecido o tanque com uma nova
remessa. Para entender tudo isso, vamos ver o que acontece com o combustível
velho. Segundo Eduardo Sala Polati,
supervisor de desenvolvimento de combustíveis da Shell Brasil S/A, “qualquer
derivado de petróleo, principalmente combustíveis como a gasolina, sofre ao
longo do tempo e em contato com o ar, um processo de deterioração química
conhecido como oxidação. Esse fenômeno ocorre normalmente quando o combustível
é armazenado por longos períodos. Uma forma de detectar se o processo de oxidação
já está avançado é observar a cor do combustível, que adquire uma tonalidade
castanho, tornando-se bem escuro”.
E ele conclui: “a oxidação está diretamente associada à
formação de goma e verniz nos carburadores e sistema de injeção de combustível
dos motores. O envelhecimento do combustível é natural e não há como evitá-lo totalmente.
No entanto, este processo é sensivelmente retardado no caso das gasolinas
aditivadas, pelo efeito inibidor de oxidação promovido pelos aditivos
detergentes dos pacotes a elas adicionados”.
Tanque de combustível
de metal e enferrujado. Outro grande problema.
Tanques modernos já
fabricados em plástico.
Finalmente, devemos considerar que os antigos tanques de
metal costumam enferrujar, problema já solucionado nos modelos de motores mais modernos,
que trazem tanque de combustível
fabricado em material plástico.
Por si só, esse detalhe do tanque de plástico já evita muitos
problemas. Agora que você já sabe dos problemas causados pela oxidação e pela
goma, vem a pergunta final: vale a pena guardar a sobra de combustível para
reutilizar na próxima pescaria, que você nem sabe quando vai ser? A resposta é
óbvia.
Cuba e carburador com
resíduos de goma. Efeito de combustível velho.
Se ainda assim o pescador quiser economizar o combustível, deve observar o quanto seu motor de popa consome e levar então só meio tanque, sem esquecer que nesse procedimento há um pequeno inconveniente: e se acontecer algum imprevisto durante a pescaria e o pescador precisar de mais combustível? Pois é, felizmente existe outra opção para o reaproveitamento das sobras de combustível de nossos motores de popa, a qual nos parece bem mais razoável. Trata-se simplesmente de colocar esse combustível diretamente nos tanques de nossos carros (obviamente excluindo-se os carros a álcool) e completar com gasolina pura.
Este é o procedimento que particularmente adotamos (aconselhados por um mecânico), já há muito tempo, e nunca tivemos problemas com o carro em decorrência disso. Desse modo, economizamos de forma racional, utilizando as sobras no lugar apropriado. E o mais importante: sem sacrificar as próximas pescarias.
NOTA DA REDAÇÃO: Este artigo sobre combustível velho, foi publicado na Revista Aruanã, em abril de 1996. Na época fez muito sucesso entre os pescadores, já que muitas pescarias não foram mais interrompidas pelos problemas aqui explicados. Uma questão muito simples e que só faltava ser citada e explicada. A Aruanã, com exclusividade o fez.
Um outro ponto a ressaltar é que os nomes de pessoas ou empresas aqui citadas, podem ter sido modificados, devido ao espaço de tempo decorrido entre a publicação original e o agora aqui publicado no blog da Aruana.
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Uma aula de mecânica de motores de popa!
ResponderExcluirValeu jhoji. Eu aprendi com os melhores nesse setor. Obrigado
ExcluirToninho Lopes sempre nos presenteando com publicações deslumbrantes, não só de pesca mas de conhecimentos gerais.
ResponderExcluirParabéns amigo continue assim.
Grande abraço Osvaldo ( Peruíbe)
Grande Oswaldo, amigo e companheiro de pesca. Obrigado pela visita e vamos marcar uma próxima aqui no pedaço. Tem muito peixe esperando nossas artificiais. Elogio de amigo não devia valer, em todo caso obrigado. Toninho Lopes
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