Após uma onda forte, o “milagre” dos sarnambís
Parecendo um “jet-sky” , a Rural ia vencendo as águas. Pelas
margens, milhares de caranguejos nos assistiam passar. É um tipo de caranguejo
comum, e realmente contam-se aos milhares.
Novamente em terra firme, ou se preferirem, areia firme,
continuamos a viagem. Passamos por um “fofo” e o encalhe foi inevitável.
Descemos todos do carro e, com o auxilio de pás e mãos, livramos as rodas da
areia. A tração dianteira, que até agora não estava operando, foi ligada para
sairmos do encalhe.
Na praia, o local escolhido para a pescaria era a Chata, que
também é um barco afundado.
Foram montadas oito varas, sendo quatro de categoria
barra-pesada e quatro de barra-leve. Iscas de peixe e savelha, encastoado de
aço e anzol 10/0. Lançada a isca nos canais mais profundos e, com a chumbada
chamada de “aranha” fincada na areia, foram as varas para os descansos.
As barras-leves, iscadas com sarnambis (chamados por eles de
mariscos brancos), ficavam na pesca mais leve. Uma curiosidade: para se conseguir
sarnambis, era só esperar uma onda mais forte, pois na descida da água, às
centenas eles apareciam, mudando de lugar. Era só pegar um balde e recolher o
quanto se quisesse ou precisasse para a pescaria.
Pois bem, nessa pescaria que durou mais ou menos 4 horas,
fisgamos mais de 50 betaras(papa-terra) algumas com bom tamanho e por várias
vezes dois peixes ao mesmo tempo. As barras-pesadas não deram sinal de vida.
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Boa tarde, Antônio Lopes!
ResponderExcluirÉ uma grande satisfação estar novamente entrando em contato com a Revista Aruanã, que me tornei leitor assíduo a partir de 1993. Após ler a matéria sobre o Farol da Solidão, quero fazer alguns comentários, pois sou frequentador há pelo menos 45 anos daquela região: A notícia boa é que ainda dá para fazer boas pescarias em nosso litoral, mas não no Farol da Solidão, hoje repleto de moradores pseudo pescadores com um infinidade de cabos de redes! Pescamos no eixo Bojuru - Estreito (lugarejos da cidade de São José do Norte, a uns 150 km ao sul do Farol da Solidão), que mesmo assim está começando a ter pressão de pescadores, mas não amadores como nós. Nas duas últimas pescarias que fizemos por lá (novembro 2013 e junho 2014) vimos pescadores não nativos, utilizando a pesca do arrastão, um verdadeiro crime ambiental, que infelizmente não é fiscalizado, pois segundo informações, o Ibama só controla parques e fora deles é com a patrulha ambiental da Brigada Militar do RS, ou seja, só via denúncia e olhe lá! E não é só isso, há muitos barcos desrespeitando o limite para a pesca e vêm bem próximo da arrebentação lançar suas redes e espinéis! Por tudo que eu tenho visto, ainda irá demorar um pouco para termos uma conscientização de preservação ambiental, pois isso passa pelos nossos problemas sociais ainda não resolvidos!
Abraços,
Regis Souza
Regis: Obrigado pelas palavras. Sua informação, sobre o Farol da Solidão, me deixa triste e mais uma vez revoltado com nossas autoridades de meio ambiente. Você deve ter lido na postagem que eu narrei que essa praia, foi a mais linda e piscosa em nossas andanças por esse Brasil. Citei também as redes armadas nas praias. Tomei conhecimento dos pescadores que dizimam as mangonas e feliz ou infelizmente não os encontrei, porque queria tirar algumas fotos desses bandidos desgraçados e malditos. Na época, fui saber onde era a sede do Ibama em Tramandaí. Foi lá que fiquei sabendo que o telefone onde ele, Ibama, recebia as denuncias, o "dono" da linha era a Colonia de pescadores profissionais de Tramandaí. Dizer mais o que? Omisso, inoperante, burocrático, medíocre e corrupto, citei esses "adjetivos" várias vezes na Revista Aruanã. Em Brasilia, fui diversas vezes falar com o presidente desse órgão de bosta. Foram vários presidentes, que ficavam olhando para mim com cara de quem estava pensando o quanto eu ia demorar para sair da sala dele. Para você ter uma ideia, fui recebido pelo pescador Jarbas Passarinho, que "só" era o Ministro da Justiça do Brasil. Ele sim, me prometeu tomar providências e aliás o fez depois de alguns dias: demitiu a presidente do Ibama na época, uma tal de Tânia sei lá o que. Fizemos uma audiência também com o Secretário do Meio Ambiente do governo Color de Melo. Tudo pronto para que as coisas começarem a caminhar. Você, eu e milhões de brasileiros vimos o que aconteceu com esse governo. Isto é um desabafo que faço agora, pela primeira vez. Imagino a sua revolta pelo tempo que você frequenta aquelas praias. Sua revolta agora também é minha. E, só para terminar. O que você quer de um país que proíbe a caça em seu território e ao mesmo tempo permite a pesca profissional em águas interiores? Conquistei algumas vitórias em minha vida de jornalista especializado em pesca e meio ambiente, mas as derrotas foram tantas, que muitas vezes desanimei, mas mesmo assim continuei lutando, para colecionar mais e mais derrotas. Nós, "condôminos do meio ambiente", perante nossas autoridades somos um bando de trouxas e eles continuam a nos fazer de bobos. Peço desculpas a você amigo e aos milhares de leitores da Aruanã. Não vamos perder a esperança. Quem sabe um dia, Deus olhe por nós e pelo meio ambiente brasileiro. Abraço
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