sábado, 25 de junho de 2016

ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS - PARTE II











Nesta edição, damos prosseguimento à matéria de animais peçonhentos e venenosos apresentando a parte II, onde estão as dicas de como enfrentar os males causados por aranhas, escorpiões, insetos e escolopendras.









                                                  Aranhas

São do grupo dos animais peçonhentos por terem glândulas de veneno e poderem injetá-los através de seus ferrões. Os acidentes podem ser fatais, principalmente com crianças. As aranhas venenosas no Brasil pertencem a 4 gêneros, com mais de 15 espécies espalhadas por todo o território, com predominância nos estados do sul. A identificação das aranhas é difícil, mas pode ser feita pelos desenhos encontrados em seu dorso e pela coloração, geralmente parda ou escura. Os principais gêneros são: Loxoceles, Latrodectus, Phoneutria, Lycosa. Veremos a seguir algumas espécies e suas características.
1 – Armadeira (Phoneutria nigriventer)
A aranha armadeira possui desenhos semelhantes a pares de folhas no dorso do corpo. Geralmente é encontrada em montes de telhas, tijolos, tábua velhas e bananeiras. São agressivas.
2 – Tarântula (Lycosa erythrognatta) ou aranha de grama, de jardim.
As tarântulas são encontradas em jardins. Debaixo de paus podres, pedras ou capim alto. Costumam picar ao serem tocadas.
3 – Viúva-negra (Ltrodectus curacaviensis)
Os acidentes com a viúva-negra são pouco frequentes. O perigo que representa não justifica sua fama. É pouco agressiva, pequena, faz teia irregular e é encontrada sob arbustos e campos cultivados.





           4 – Aranha-marrom (Loxosceles gauch0, L.laeta.L simílis. Etc).

São aranhas pequenas de até 1 cm de tamanho de corpo e que fazem teias semelhantes a fios de algodão esparsos sobre um substrato, sempre em lugares escuros. Aranhas de índole mansa, só picam quando espremidas contra o corpo na roupa.
5 – Caranguejeira
Aranha cabeluda encontrada nas regiões tropicais. Atinge até 25 cm de comprimento. Apesar do tamanho, a caranguejeira não é considerada perigosa pelo tipo de veneno que apresenta. Sua picada, contudo, é dolorosa (mais pela ação mecânica do que pela ação do veneno). Ao se defender, tira os pelos do abdômen e os joga, o que causa um efeito irritante, podendo desencadear um processo alérgico.
                                                    
                                                 Ação da peçonha

A ação da peçonha das Lycosas pode ser proteolítica. Há dor no local no momento da picada. São as menos perigosas. A peçonha dos demais aracnídeos tem ação neurotóxica, atuando sobre os centros nervosos. No local da picada deixam como vestígio um sinal puntiforme ou uma erosão epidérmica. Dificilmente fazem vítimas e, no caso, somente em indivíduos em más condições físicas, em crianças, ou ainda em pessoas de pequena massa corporal. De 24 a 48 horas após a picada ou a aplicação da terapêutica analgésica, os sintomas desaparecem. 




A soroterapia só é indicada quando houver dor muito acentuada e sinais clínicos de gravidade. A dor, que é o principal sintoma, deve ser combatida com analgésicos e sedativos. Os anti-histamínicos são sempre indicados. Antibióticos, só quando houver necrose e infecções, o que raramente acontece.

                                                    Escorpiões

Há cerca de 150 espécies de escorpiões no Brasil. Dentre elas, as mais perigosas são o Tityus serrulatus, no sul; Tityus bahinsis no centro sul; Tityus canbriggei, na Amazônia e norte e Tityus stigmurus, no nordeste. O maior número de acidentes ocorre nos meses quentes, e 70% dos casos no sudeste devem-se ao Tityus bahiensis, também chamado de escorpião preto. O Tityus cambridgei também é preto, porem de porte maior. Os escorpiões ocultam-se em lugares sombrios e frescos, debaixo de paus, tábuas, pedras, e picam ao serem molestados. Na selva amazônica é comum serem encontrados em plenas áreas inóspitas, chegando a causar surpresa pelo seu número.
                                                    Ação da peçonha

Predominantemente neurotóxica, deixando no local da picada apenas um sinal puntiforme, sem reação. Provoca dor muito intensa, leve hipotensão arterial, taquicardia e sudorese.



                                                       
                                                      Tratamento

Administrar sedativos e analgésicos, pois a dor, que é o principal sintoma, deverá ser combatida. Para tanto, a inserção do membro afetado em água quente traz bons resultados. Anti-histamínicos terão efeito coadjuvante. Sempre nos casos graves será aplicado o soro antiescorpiônico por via venosa. Se possível, anestesiar a região picada e fazer aplicação de cálcio por via venosa. Observação: os escorpiões não se suicidam quando colocados dentro de um círculo de fogo; morrem desidratados. A cauda se enverga seguindo um movimento natural de sua musculatura e articulações. Além disso, seu ferrão não é capaz de perfurar a carapaça de seu corpo para causar envenenamento.
                                                    Insetos e Escalopendras
                                                                 (Lacraias)

As abelhas, vespas e lacraias podem produzir acidentes dolorosos pela inoculação de peçonha, que contém histamina, através de seu ferrão. As reações locais são a sensação de ardência ou queimadura e a formação de edemas. As reações gerais podem ser determinadas por picadas múltiplas, principalmente na face, pescoço e cabeça. A gravidade do caso estará na dependência do número de picadas ou de ter a vítima se tornado alérgica por picadas anteriores. Nesses casos, o quadro clínico rapidamente se agravará com o estado de choque anafilático e morte por edema da glote. Quase todos os casos mortais são devidos a estas manifestações. O tratamento consiste na administração de analgésicos e anti-histamínicos, ou gluconato de cálcio, por via venosa. 



                                               
                                                     Medidas preventivas

As seguintes regras poderão ser utilizadas, a fim de evitar as picadas de ofídios, aranhas, escorpiões e lacraias.
1 – Andar sempre com uma vara, batendo-a nas árvores e galhos; o ruído espantará os animais, e a própria vara poderá servir de defesa.
2 – Antes de sentar ou deitar, verificar o local com a própria vara ou com os pés; evitar sentar sobre toras ou árvores caídas, sem antes examinar à sua volta, pois são locais preferidos, pelo frescor e pela sombra para abrigo de serpentes.
3 – Ao vestir-se, verificar se não há animais peçonhentos que tenham vindo abrigar-se nas peças de roupa, bastando sacudi-las.
4 – Examinar bolsas e sapatos antes de calçá-los, virando e batendo na sola, pois são os locais preferidos para abrigo de aranhas e escorpiões.
5 – Ter cuidado ao mexer em folhas de palmeira, montes de folhas ou palhas e paus e tábuas empilhadas.
6 – Na selva, evitar sempre andar isolado. Quando possível, deslocar-se, no mínimo, em grupos de três pessoas.
                                                       INFORMAÇÃO
Complementando a matéria sobre animais peçonhentos, a revista ARUANÃ voltou ao Instituto Butantã, em São Paulo.


       Drª Sylvia Lucas 

Lá conversamos com a Drª Sylvia Lucas, bióloga formada pela USP, pesquisadora científica do Instituto, chefe da Seção de Animais Peçonhentos há 20 anos e diretora da Divisão de Biologia há 5 anos, que nos cedeu as informações acerca de aranhas, escorpiões e escolopendras que ora publicamos. Aqui uma relação dos principais órgãos de atendimento em todo o Brasil especializados em tratamento de acidentes com animais peçonhentos:
Acre (Rio Branco), Alagoas (Maceió), Amapá (Macapá), Amazonas (Manaus), Bahia (Salvador), Ceará (Fortaleza), Distrito Federal (Brasília), Espirito Santos (Vitória), Goiás (Goiânia), Maranhão (São Luís), Minas Gerais (Belo Horizonte), Mato Grosso (Cuiabá), Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Pará (Belém), Paraíba (João Pessoa), Paraná (Curitiba), Pernambuco (Recife), Piauí (Teresina), Rio Grande do Norte (Teresina), Rio Grande do Sul (Porto Alegre), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Rondônia (Porto Velho), Roraima (Boa Vista), São Paulo (São Paulo), Santa Catarina (Florianópolis) Sergipe (Aracajú).

Nota da Redação: Na matéria original, publicada na Revista Aruanã edição nº2, em abril de 1988, mostramos os telefones de cada cidade citada. Evidente está que seu uso não é mais indicado, devido as modificações que aconteceram durante os anos posteriores mas, essas informações atuais podem ser conseguidas atualmente, em vários veículos de procura. É de interesse de cada pescador ou leitor, essa importante atualização.


Revista Aruanã Ed.04 Publicada em 02/88



sexta-feira, 24 de junho de 2016

ESPECIAL: ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS - PARTE I










No meio ambiente, há inúmeros animais que poderão atuar como inimigos do homem, se este não estiver capacitado a evita-los ou debelar os malefícios que podem decorrer de sua peçonha ou de seu veneno.














                                             

                                             Animal peçonhento

É aquele que segrega substâncias tóxicas com o fim especial de serem utilizadas como armas de caça ou defesa. Apresentam órgãos especiais para sua inoculação. Portanto, para que haja uma vítima de peçonhamento, é necessário que a peçonha seja introduzida por este órgão especializado, dentro do organismo da vítima.

                                            Animal Venenoso

É aquele que, para produzir efeitos prejudiciais ou letais, exige contato físico externo com o homem ou que seja por este digerido. Como exemplo de animais venenosos existem o sapo cururu e o peixe baiacu.

                                           Função da Peçonha

Possui uma dupla ação: paralisante e digestiva. Em virtude da reduzida mobilidade das serpentes, elas necessitam de sua vítima, de modo a poder ingeri-la. Dai a função paralisante da peçonha. A digestão nos ofídios se faz por putrefação, acelerada pela peçonha inoculada na vítima.

                                           Ação Patogênica da Peçonha

Vários fatores interferem na ação patogênica da peçonha. Será de acordo com esses fatores que haverá maior ou menor gravidade para uma vítima de peçonhamento.




1ª PARTE – OFÍDEOS –
                                             Família crotalidae
1 – Cascavéis
Gênero – Crotalus
Espécie – Crotalus durissus terrificus
As cascavéis possuem a cabeça triangular, recoberta por escamas, e tem fosseta loreal (ou lacrimal) – um pequeno orifício entre os olhos e as narinas. Seu corpo é recoberto de desenhos em forma de losangos marrom-escuros, com frisos amarelo-pálidos ao longo da coluna vertebral. São solenóglifas (possuem os dentes maxilar superior na parte anterior da boca, apresentando um canal interno por onde circula e se escoa o veneno). De hábitos noturnos, a cascavel vive em lugares arenosos e secos. Entretanto, confirmando que a presença de serpentes numa área é consequência da própria presença do homem, em Rondônia já foram identificadas cascavéis.
2 – Jararacas
Gênero - Brothrops
Espécies – Compreende todas as espécies e variedades vulgarmente conhecidas como “jararacas”. É bem acentuada a forma triangular da cabeça das jararacas, sendo em algumas quase bi-ogival, coberta por escamas. Possuem fosseta loreal. 




Os desenhos ao longo de seu corpo variam quanto a forma e cores. São solenóglifas. As serpentes desse gênero não vivem em lugares específicos, mas a maioria é encontrada em locais úmidos e alagadiços. Porém, no Nordeste, existe a jararaca de seca. Têm hábitos noturnos.
3 – Surucucu, surucutinga
Gênero – Lachesis
Espécies – Lachesis muta muta e Lachesis muta rhombeata.
Tem a cabeça triangular, recoberta por escamas, possuindo fosseta loreal. Os desenhos ao longo de seu corpo apresentam formato de losangos irregulares, pretos sobre fundo amarelo. São solenóglifas e possuem hábitos noturnos. Agressivas, podem picar a vítima mais de uma vez ou fazer mais de uma vítima. Suas escamas são bem proeminentes. As Lachesis possuem porte bastante avantajado, já tendo sido encontrados exemplares de 4 metros. Vivem nas partes altas das selvas, em tocas de tatu e ocos de pau, ou enrodilhadas atrás de árvores caídas e embaixo de montes de palhas ou cipoal.
                                               Família Elapidae
Corais
Gênero – Micrurus




Espécies – Devido à enorme dificuldade que há em diferenciar as corais verdadeiras (peçonhentas) das falsas corais (não peçonhentas), já é norma considerar toda coral como peçonhentas. A cabeça da coral não é triangular, é coberta por placas e praticamente não se destaca do corpo. Não possuem fosseta loreal. Com algumas variações, seus desenhos são em cores (amarelo, vermelho e preto). Possuem a pupila redonda. As corais não picam, mordem. Possuem vivenda subterrânea e, sendo de hábitos noturno, são identificadas comumente ao amanhecer ou ao cair da tarde.

                                              Família Boidae

A família Boidae compreende vários gêneros, com inúmeras variedades, cujas dimensões variam entre 50 cm e até 5 m. Não são peçonhentas, mas movimentam-se com extrema agilidade, sendo o bote rapidíssimo, preparado para enrodilhar e constringir a vítima. Não possuindo peçonha, matam por constrição, realizada por sua musculatura extremamente desenvolvida. Em consequência das variedades que comporta a família Boidae, também são diversas as vivendas das espécies, sendo algumas aquáticas, arborícolas, ou mesmo, simultaneamente aquáticas e terrestres ou terrestres e arborícolas.




1 – Sucuri
Gênero – Eunecles murinus
Possuem manchas arredondadas, bem nítidas, dispostas em duas fileiras sobre a coluna vertebral. Tem vida semi-aquática; por consequência, procuram suas vítimas à margem de cursos d’água. Têm bote rapidíssimo e musculatura poderosa, Pode atingir em média 6 m de comprimento.
2 – Jibóia
Gênero – Boa constrictor
Quando irritada, a jibóia emite um prolongado silvo. Possui vivenda arborícula, terrestre ou aquática. Tem grande poder de constrição e atinge, em média, 4 m de comprimento.
3 – Cobra-papagaio
Gênero – Corallus caninus
É muito encontrada no Norte do Brasil. Na Amazônia, é tida pelos nativos como peçonhenta, apesar de não o ser. Tem vivenda arborícola.

                                             Família Colubridae

1 – Cobra-cipó ou parelheira
Gênero – Philodryas schottii
É ifiófaga, e devora principalmente corais. É arborícola, fina e totalmente esverdeada. A cobra-cipó não atinge mais de 1,5 m de comprimento.




2 – Caninana
Gênero – Spilotes pullatus
É arborícola, possui dorso escuro manchado de amarelo e ventre amarelo com faixas negras transversais. Quando irritada, infla o pescoço e investe com agressividade, embora não ofereça risco.
                                                  INFORMAÇÃO

Para realizar esta matéria de forma clara, objetiva e exata, a REVISTA ARUANÃ, foi até o Instituto Butantã, em São Paulo. Em se tratando de ofidismo, certamente é lá que se encontram as informações mais precisas e os cientistas mais capacitados. Tivemos a oportunidade de conversar na seção de Herpetologia, com a Drª Iara Lúcia Laporta Ferreira, pesquisadora científica, que nos deu detalhes de grande importância para a execução deste artigo, e com o também pesquisador científico, Dr. Giuseppe Puorto, que nos mostrou diversas serpentes (algumas bem nervosas). É ele quem segura as serpentes que aparecem nas fotos desta reportagem. No Instituto Butantan, há uma grande variedade de livretos, prospectos, posters e folhetos explicativos sobre os diversos aspectos dos ofídeos em geral. Todo esse material encontra-se à disposição do público que visita o Instituto, e é de grande utilidade para todas as pessoas que têm interesse em conhecer mais sobre o assunto. O Instituto Butantan localiza-se em São Paulo à Av. Vital Brasil, 1500.

Na próxima postagem:
2ª Parte – Aranhas, escorpiões e escolopendras.

Revista Aruanã Ed 03 publicada em 12/87

sábado, 18 de junho de 2016

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - SARGOS DE BEIÇO E DE DENTE





Espécies bastante procuradas pelos pescadores amadores brasileiros, tanto o sargo-de-beiço como o sargo-de dente fazem a alegria dos praticantes da pesca de costões. Vamos conhece-los melhor.





Além da óbvia diferença que a própria denominação indica, existem outras características a ser consideradas para distinguir o sargo-de-beiço do sargo-de-dente. O primeiro designado cientificamente como Anisotremus surinamensis, família Pomadassydae é espécie marinha muito semelhante ao roncador, sendo no entanto bastante distinta. Vivem os sargos-de-beiço em cardumes e preferem as tocas de pedras para se esconder. Têm o corpo compacto, bastante robusto, com a cabeça curta e achatada no sentido frontal. Os olhos são grandes e a boca é moderada, porém emoldurada por grossos beiços. A coloração é acinzentada, sendo que existem também algumas faixas escuras no sentido transversal. Esta espécie pode alcançar até 50 cm de comprimento, e atinge peso máximo de aproximadamente 10kg. A outra espécie a que iremos nos referir, o sargo-de-dente, não pertence à mesma família do sargo-de-beiço, integrando em vez disso a família Sparidae, e sendo denominado cientificamente como Archosargus probatocephalus. Apresenta o corpo comprimido e elevado e sua coloração tende para o cinza prateado, com faixas transversais e escuras e nadadeiras amarelas. Esta espécie é ligeiramente maior que o sargo-de-beiço, podendo atingir pouco mais de 70cm de comprimento. Porém, segundo afirma Hitoshi Nomura em seu Dicionário dos Peixes do Brasil (edição 1984), o recorde brasileiro de pesca submarina pertence a um exemplar cujo peso era de 4,85kg. Uma peculiaridade acerca do sargo-de-dente é que essa espécie apresenta uma dentição muito semelhante à humana, sendo que seus dentes a auxiliam a triturar mariscos, que são um de seus alimentos preferidos. As duas espécies podem ser pescadas durante o ano todo ao longo de todo o litoral brasileiro, e seus pesqueiros habituais são costões e ilhas, onde serão preferencialmente encontradas junto a formações de rocha. Para pescar tanto o sargo-de-beiço como o sargo-de-dente, o material indicado será o que se enquadra dentro da categoria média/pesada, constituído por vara com molinete ou carretilha, linhas 0.45 a 0.60mm e anzóis de 1/0 a 3/0. É conveniente utilizar também um pequeno empate de aço, sendo que alguns pescadores optam por pescar com varejões de bambu e dispensam o empate, usando a própria linha totalmente de aço. Como não poderia deixar de ser, além dos mariscos que integram a costumeira refeição destas espécies, outras boas iscas serão também encontradas no próprio local da pescaria, e entre elas podemos citar os caranguejos, siris, saquaritás, sarnambis, tatuíras, corruptos, baratinhas-do-mar e camarões. O sinônimo mais comum encontrado para designar o sargo-de-dente é “sargo-do-mar”. Já o sargo-de-beiço ao longo de todo o território brasileiro, também é conhecido como “pirambu”, “salema-açu”, “salgo” ou simplesmente “sargo”. 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

FOLCLORE BRASILEIRO - TAMANDUÁ BANDEIRA














Eis aqui mais uma crônica de Eurico Santos onde, com seu estilo delicioso, nos descreve uma lenda indígena acerca da criação dos bichos, mais especificamente o tamanduá-bandeira.





O tamanduá-bandeira é um mamífero esquisitão, cuja cabeça, com longo focinho, alcança 26 cm, o pescoço e o corpo 94 cm e a cauda empenachada quase outro tanto. Isso em referência ao maior deles, o tamanduá-açu, mais conhecido como tamanduá-bandeira, pois existem ainda duas espécies bem menores. A estruturação um tanto extravagante desta alimária sempre encheu de curiosidade os próprios indígenas do Brasil. Explicando como teria surgido aquela criatura, encontra-se a seguinte lenda: Os “caingangs” possuem, como algumas outras nações de índios, uma tradição sobre o dilúvio universal. Nessa lenda se dá notícia de como foram feitos vários animais e muito particularmente o tamanduá, que por usar singular estrutura decerto lhe excitava a atenção. As coisas então se passaram assim logo após o dilúvio. Não havia escapado nenhum animal, tudo morreu ou foi carregado pela água. Então o cadjurucré, que morto pela água se transformara em espírito, começou a fabricar os bichos que teriam que povoar a terra. Com carvão e cinzas das fogueiras começou a tarefa e fez a onça, o veado, o porco-espinho, o macaco, o tatu, a cobra, a coruja, etc. À proporção que os ia fazendo, soltava-os, dizendo o que cada um devia comer. Ensinou também a onça a rugir, ao veado a correr, ao macaco a saltar, à preguiça a não se mexer, ao tatu a cavar e assim por diante. Cada qual sabia logo o suficiente para comer, lutar e viver e se reproduzir. A onça pôs-se logo a campo à procura de carne, o macaco já pulava pelas árvores a descobrir bananas, a preguiça tratou no mesmo instante, de se acomodar em um galho. Cada um, segundo o grande espirito foi granjear a vida. O cadjurucré continuou, sem parança, fabricando bichos e mais bichos. Após dar o ultimo toque na beiça da anta, foi-lhe dizendo já apressado: - Podes ir comer caça. Toca ! Porém a anta surda como o quê, parou e perguntou qual seria seu alimento. O espírito de novo repetiu: carne, carne. – Não entendi bem – disse a anta. –Olha – berrou-lhe aos ouvidos o espírito já sabreirritado – ó surda, vai por aí afora e coma galhos de árvores. Escutou dessa vez a boa alimária e lá se foi correndo, à procura de ramúsculos de árvores, como lhe preceituara o criador. Desde então, a vida delas é correr e comer folhas e galhos de árvores. Cadjurucré já estava cansado de fabricar tantos bichos e as matas já se achavam apinhadas deles. Então disse consigo, já que é a ultima noite de trabalho, “vamos aproveitar esse resto de cinza e de carvão, porque amanhã nada mais farei”. Moldou um corpo longo, peludo, pôs-lhe a cabeça, afinou tanto que ela ficou pontuda quase sem lugar para a boca. Olhou o bicho, que era por demais esquisito e ia já remodelar o conjunto quando a fogueira se extinguiu e a luz do primeiro dia após o dilúvio começava a surgir. Não havia tempo de terminar, e então, o espírito pegou uma varinha que ali estava e, enfiando na boca do bicharoco, disse-lhe: Toca prá frente, vai-te que já chegou o dia. O bicho, entretanto, protestou: - “Isso não se faz” Que vou comer, se nem sequer tenho dentes? O espírito então lhe disse: - Já que não foi possível lhe dar dentes, comerás formigas. Eis porque o tamanduá é mal amanhado e de formigas somente se alimenta.

sábado, 11 de junho de 2016

SAÚDE: CUIDADO - VENENO!










Nós, pescadores amadores, temos muitas preocupações em nosso segmento. Vamos abordar mais uma, que passa desapercebida para muita gente, mas é algo sério. Confira.






Chumbadas usadas no Brasil
Quer ver um pescador amador contente, é quando ele começa a mexer em suas tralhas de pesca. Além da pescaria, é lógico, mexer com as tralhas é sinônimo de algumas horas de cabeça fresca, onde molinetes, carretilhas, linhas, anzóis, iscas artificiais, caixas de pesca, empates, facas, alicates, bonés e mais uma infinidade de equipamentos (e isso depende de cada pescador) passam por um crivo que é pior do que qualquer controle de qualidade apurado e exigente. Propositadamente, na relação acima não falamos dos chumbos, ou seja, das populares chumbadas, usadas por quase todos pescadores, sejam de água doce ou mares. E é sobre as chumbadas que nós resolvemos falar nesta matéria, já que são um perigo que está rondando nossas águas e nossos peixes, e além disso, pondo em risco a saúde do pescador amador. Para que o pescador entenda logo ao que queremos nos referir sobre chumbos, temos que dar um exemplo, para não deixar qualquer dúvida no ar. Vamos a ele. Suponhamos que em um lago de 1.000 metros quadrados pesquem diariamente 100 pescadores amadores, e que os mesmos, para lançar suas linhas, usem chumbadas (de qualquer formato) com peso de 50 gramas.

Bass na minhoca artificial 

Digamos que 30% desses pescadores percam seus chumbos em enroscos, quebra de linhas, peixes que estourem a linha, etc. Usando da matemática, sabemos então que 1,5 quilos de chumbadas ficam nas águas do lago. Continuemos a calcular. Se 1,5 quilo por dia foram perdidos, será 45 quilos em um mês e portanto 540 quilos em um ano. Pois bem, nossa matemática está correta e portanto no “nosso lago”, serão depositados, ano após ano, mais de meia tonelada de chumbo anuais. A seriedade do assunto é a seguinte: como todos sabemos, o chumbo é considerado um metal pesado e muito perigoso à saúde do ser humano. Em contato com a água, sua solubilização é possível, ou seja, com o passar dos anos, ele vai se desintegrando até sumir completamente, deixando na água que é “respirada” pelos peixes, sua total toxidade. Vamos entrar em detalhes mais técnicos. O chumbo é um material relativamente pouco abundante no meio ambiente, e é encontrado em minérios concentrados.

Quanto tempo leva o chumbo para dissolver-se na natureza? 

Não temos no Brasil, nenhuma indústria que fabrique o chumbo. Todo nosso chumbo é importado. Ao ser analisado, vamos encontrar no chumbo a quantidade dos seguintes materiais em PPM (partícula por milhão): chumbo = 99.9986 ppm; prata 2 ppm; cobre 2 ppm; bismuto 10 ppm; antimônio 2 ppm; titânio 2 ppm. E tudo isso dependendo do tipo de análise, já que podemos encontrar ainda no chumbo outros materiais tais como ferro, zinco, estanho e arsênico. O detalhe é que esta análise foi feita, a nosso pedido, por uma empresa que importa chumbo, à qual estaremos nos referindo no quadro de nota da redação. Não há dados precisos de quantos anos são necessários para que o chumbo desapareça na água. E se levarmos em conta os tamanhos de cada chumbo e seus formatos, essas datas serão ainda mais imprecisas. Mas sabemos, no entanto, que quanto mais for a água alcalina, menor será o tempo de decomposição. Note bem o pescador que estamos nos referindo a chumbo com o mais alto grau de pureza, ou se preferirem, virgem.


                              O chumbo afeta o peixe e o homem ao ser consumido

Em uma pesquisa com alguns fornecedores de chumbadas, apuramos que os mesmos compram a sua “matéria prima” em ferros velhos ou em qualquer outra fonte que tenham esse produtos para vender. A bem da verdade, não foi feita uma análise nessas chumbadas tradicionais, mas por certo, deverão apresentar, se análises forem feitas, alguns materiais a mais em sua composição. Em nosso país, o chumbo virgem é muito utilizado em baterias automotivas, em materiais de solda e até em revestimento de salas de radiografia, isto para citar apenas alguns usos e não entrar em maiores detalhes. Agora, o perigo. Segundo alguns técnicos, uma dose tóxica varia de 2 a 4 gramas e uma dose mortal de 10 a 40 gramas de chumbo, e é conhecida como “intoxicação aguda por chumbo”. O chumbo é absorvido muito lentamente pelo organismo, podendo ingressar por diversas vias. Sua principal absorção é no intestino delgado. Em menor quantidade no cólon e praticamente nenhuma no estômago.


Chumbadas de bronze

Os sintomas serão então transtornos gastrointestinais, alopecia, eritema dos membros, vômitos intensos com aspecto leitoso, retenção urinária, fezes negras, gosto metálico e cãibras. Em uma recente reunião no Ibama de Pirassununga (SP), em conversa com um biólogo, disse-nos ele que, se uma pessoa consumir 300 gramas diárias de peixe infectado durante um ano, é o bastante para ter sérios problemas de saúde. Voltemos então à realidade. Um vários estados norte-americanos, o chumbo tradicional está proibido, e optaram então por pesos feitos de bronze ou latão. Na Europa, em vários países também esta proibido o seu uso, e os europeus optaram por pesos feitos de pedras que receberam o nome de “Eco Weight” (peso ecológico), fabricados e patenteados pela Normark Corporation, que é uma das empresas da Rapala. Como se vê, a coisa é bem séria e muito importante. Voltemos ainda mais na realidade e vamos esquecer o tal lago de 1.000 metros quadrados, indo direto para o nosso querido Pantanal, cuja artéria principal é o rio Paraguai, onde deságuam todos os rios, baías, lagoas e corixos pantaneiros.


Chumbada usada na Europa

Como se sabe, todos os anos o Pantanal norte e sul, recebe mais de 50.000 pescadores amadores, sem contar os profissionais que também usam chumbos em suas redes e tarrafas. A conta é simples, e lembrando que as chumbadas no Pantanal tem peso maior. Para calcular em números redondos, vamos dizer que as chumbadas pesem 100 gramas cada uma, e cada pescador perca uma por pescaria (sabemos que a perda é muito maior). Teremos então um resultado igual a 5.000 quilos de chumbo a contaminarem aquelas águas, todos os anos. Há quantos anos se pesca no Pantanal é uma pergunta que pode ser respondida por cada pescador, e é só fazer uma conta simples de multiplicação, para termos um resultado que chega a ser assustador. Agora, a pergunta final a você pescador: será que o peixe que você está comendo está contaminado por metais pesados? E, só para lembrar, nessa conta acima não estamos colocando o mercúrio, muito usado nos garimpos de ouro, cujas águas também descem para os rios da Bacia do Prata. Com a palavra o Ibama, Secretarias do Meio Ambiente, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Saúde e a quem mais isso possa interessar.




Publicada na Revista Aruanã  Ed. 73 – 04/2000


sexta-feira, 10 de junho de 2016

DICA: CARRETILHA: LANÇAR, EIS A QUESTÃO.









São muitos os pescadores que, querendo usar uma carretilha, na hora do lance não conseguem êxito. Outros, só de ouvir falar dessa dificuldade, não ousam nem comprar uma. Lançar é simples. Confira.






Carretilha artesanal usada na década de 50
Para começar este artigo, nós da Aruanã queremos deixar bem claro que o importante é pescar bem, e isso pode ser feito com qualquer equipamento, seja linhada de mão, vara de bambu, molinete ou carretilha. Só para se ter uma idéia, o melhor pescador que nossa equipe já conheceu pescava somente com vara de bambu. Trata-se do “seu” Juju, morador do Pantanal de Corumbá. Jamais vimos um pescador que dominasse tão bem essa arte como ele. Com um simples olhar no movimento da água do rio, sabia de qual espécie se tratava. Realmente, o “seu” Juju era um fenômeno. Hoje, devido a sua idade avançada (NR: junho 1992), não está mais pescando, mas ainda tem muito a nos ensinar. No entanto, para nós que somos simplesmente pescadores amadores e queremos ter bons equipamentos, realmente a carretilha atrai por suas formas simples e modernas. Alguns nos pedem para compararmos a carretilha e o molinete e dizermos qual é o melhor equipamento.


Botão de ajuste do carretel
A princípio, podemos dizer que enquanto o molinete é mais fácil executar os lançamentos (principalmente quando se trata de pesca na categoria super leve, com iscas de 3 a 4 gramas), o mesmo é quase impossível com a carretilha. Mas esta, por sua vez, tem algumas qualidades que o molinete não apresenta. Exemplo: possui mais tração de força no recolhimento e não torce a linha. No que se refere a velocidade, tanto os molinetes quanto as carretilhas são exatamente iguais hoje. Há quem diga que quem pesca com carretilha é melhor pescador, ou então que é bem mais hábil, e talvez por essa falsa idéia alguns pescadores queiram mudar para a carretilha, e sem qualquer informação, se dirigem a uma loja de pesca e compram a carretilha que mais lhe chama a atenção, seja por marca, beleza ou ainda por receber informação errônea do vendedor. Na hora da pescaria, cometem alguns erros primários e acontece o inevitável: a linha se enrosca toda.



Modelos de carretilhas
Este fato recebe vários nomes, como back lash, cabeleira, chumaço, peruca de “veia” e mais uma infinidade de outros que são impublicáveis. Além disso, é importante salientar a raiva e frustração de quem está tentando lançar e não consegue. Pacientemente o desavisado pescador desenrosca a linha, dá novo arremesso e tudo volta à estaca zero, ou seja, ao enrosco. “Mas com os diabos” – exclama o pescador – “vejo tanta gente pescando sem enroscar, porque é que essa merda comigo não quer funcionar?”. Se você já se viu em situação semelhante, vamos tentar, por partes, explicar o que está errado. Devemos começar por selecionar a carretilha adequada para o tipo de pescaria que queremos fazer. Nesse caso, o tamanho do equipamento é muito importante. Vamos dividir as modalidades de pesca em três categorias: leve, média e pesada. Na categoria leve podemos incluir modelos como a Abu 4600, a Daiwa TD1H1, a Quantum Pro Lite e tantas outras com o mesmo tamanho e capacidade de linhas.



Botão de ajuste de carretel em outro modelo
Nesses modelos usaremos linhas de bitola entre 0.25 a 0.35 mm. Na categoria média, temos a Abu 5500, a Daiwa Milionaire 5000M, a Quantum Pro 4 e outras. Para esses modelos, usaremos linha entre 0.35 a 0.45 mm. Na categoria pesada, estão incluídas a Penn 500, a Abu 7000, a Daiwa Sea line e outras de tamanho grandes. As linhas nesse caso podem variar entre 0.45 a 0.60 mm. Há ainda as grandes carretilhas onde usamos linha 0.70 mm ou mais, mas estas não são adequadas a lances e sim para a pesca na modalidade de corrico, onde deixaremos a linha desenrolar por intermédio do movimento do barco. No que se refere ao peso da isca para arremesso, podemos classificar da seguinte forma: equipamento leve, entre 8 a 12 g; equipamento médio, entre 12 a 18 g; e equipamento pesado, acima de 18g. Muito bem. Já sabemos qual a linha e qual o peso da isca para um bom arremesso.


Vara com cabo para carretilha
Podemos passar então para outro item muito importante: as varas. Novamente teremos que dividi-las em três categorias: leve, média e pesada. A vara correta para o uso de carretilhas é aquela dotada de gatilho. Esse gatilho tem como principais funções não permitir que a vara escape das mãos do pescador na hora do lance e servir de apoio mais firme para as mãos durante a briga com o peixe. Não é norma, mas podemos sugerir os seguintes tamanhos para o comprimento das varas, segundo seu tipo: leve, entre 1.6 a 1.9 m; média, entre 1.7 a 2.1 m; pesada, entre 2.1 a 4 ou 5 m. Nesta classificação não entram as varas de corrico, que devem ter no máximo (para a pesca na categoria pesada) 2 m de comprimento. Isto posto, vamos à dica mais importante: toda a carretilha tem um botão que serve para o ajuste e balanceamento do carretel. Em alguns modelos ele está localizado embaixo da “estrela” da ficção, do mesmo lado da manivela de recolhimento.


Outros modelos de carretilhas
Em outros modelos, localiza-se do lado contrário à manivela e fica sozinho bem no meio da carretilha. Quando se quer aprender a arremessar com a carretilha, deve-se primeiro montar a vara completa, inclusive com a isca. Antes de abrir o equipamento para o lance, aperta-se ao máximo o botão de ajuste do carretel. Feito isso, abra a trava do lance e perceba que a linha não sai. Com a vara na posição “duas horas” em relação a você, deixe a trava do lance aberta e lentamente vá desapertando o botão de ajuste. Quando perceber que a isca começa a se movimentar para baixo, pode parar.  Faça mais um teste. Com a vara na mesma posição, deixe a isca descer até bater no chão. Quando a isca tocar o solo, o carretel de linha terá que parar automaticamente. Pronto, a sua carretilha estará regulada para não enroscar no lance. Simples não? Uma outra boa dica é que o pescador dê lances sempre com força suficiente para que a isca vá além do local desejado.


A posição correta do polegar no carretel
Acompanhe com os olhos a isca e quando estiver sobre o local desejado, cesse o desenrolar do carretel com o dedo polegar. O lance interrompido dessa maneira e a melhor opção com a carretilha. Outra forma de lançamento é parar o carretel com o dedo polegar quando a isca estiver descrevendo a descendência. No começo, tudo parece difícil, mas com a prática, os lances serão cada vez mais precisos, e principalmente, sem os terríveis enroscos. Depois de algum tempo, quando já se está arremessando muito bem, não será mais necessário fazer a regulagem a partir do peso da isca, pois o pescador aprenderá sozinho que com leves toques do dedo polegar, é possível brecar aos poucos o desenrolar do carretel.  No entanto, a dica de jogar a isca sempre para passar o alvo terá de ser seguida sempre. Para finalizar, podemos dizer que vez por outra será inevitável um enrosco qualquer, já que não existe um só pescador amador que pesque com carretilha que não tenha algumas vezes um enrosco nas mãos.


Modelo de carretel diferente, mas o botão de ajuste igual
A propósito, para desenrolar esses enroscos, o melhor é ir puxando lentamente a linha com a trava do carretel aberta, quando perceber que a mesma está parada no meio de um arco da linha, puxe esse arco um pouco apenas e volte a puxar a linha que o enrosco se desatará imediatamente. Pescar com carretilha é muito bom e tem suas vantagens, mas não lhe dará necessariamente “status”, pois pescar bem depende de cada um de nós, seja qual for o equipamento que estivermos usando. Boa pescaria.

NOTA DA REDAÇÃO: Foram muitos os pescadores que se utilizaram destas dicas para passar a pescar com carretilhas e usufruir de suas vantagens. Por outro lado, aos sábados, em nossa loja da Aruanã, eram também muitos os pescadores que iam até lá para ter a aula prática de arremessos. E uma curiosidade: todos nossos funcionários, tanto da loja como da editora, sabiam arremessar e muito bem com carretilhas, havendo inclusive, uma “disputa” entre eles para ver quem arremessava com mais precisão. O “alvo” era um copo de água de plástico e a 10 metros de distância.


Um pouco de humor – Zé Lambari aprendendo
Publicado na Revista Aruanã ed. 34 – 06/1993