sábado, 4 de fevereiro de 2017

FOLCLORE BRASILEIRO - GAUCHO









Nesta edição, a seção Folclore traça um perfil deste típico habitante da região sul do Brasil, e de seus costumes característicos.





Gaúcho é o habitante dos pampas do Rio Grande do Sul, descendente de indígenas, portugueses e espanhóis que no século XVIII, foi o instrumento de fixação portuguesa no sul do Brasil. O mesmo nome é dado aos argentinos e uruguaios de hábitos e origem semelhante ao gaucho brasileiro. Só entre esses povos de origem hispânica a palavra é dissílaba com acentuação no “a”: gáucho. Aos poucos a denominação a se estender a todos os habitantes do Rio Grande do Sul. A princípio, a palavra designava os peões vadios, ladrões de gado sem escrúpulos, que hoje, na região são chamados de “gaudérios”. Com o tempo a palavra perdeu o sentido pejorativo e passou a ser elogiosa, designando a reconhecida habilidade campeira do gaúcho e aptidão para a guerra que se tornava importante para manter as fronteiras do Brasil. Como lembrança desse tempo, ficou a palavra “gauchada” para designar embrulhada, valentia inútil, fanfarronada. No gaúcho são proverbiais a coragem, a valentia, o apego à terra e o amor à liberdade. A vida nômade dos primeiros gaúchos ficou marcada em suas tradições, em seu folclore e até na culinária típica. A condução da tropa de gado de uma região para outra tinha, geralmente, o acompanhamento de uma carroça (carreta) na qual levavam os trens de cozinha e outros. Uma culinária simplificada, mas nem por isso menos saborosa, nasceu dessas viagens: o churrasco temperado com água e sal, o arroz carreteiro, etc.. Não é possível falar do gaúcho sem falar do mate e do churrasco. O mate ou “amargo”, como eles chamam, é uma tradição que se estendeu não só às cidades do Rio Grande do Sul, como ainda a qualquer grande metrópole onde se fixa um gaúcho. Consiste o “amargo” na erva mate servida em uma cuia sobre a qual se derrama água fervendo, aos poucos. Bebe-se através de um canudo com boquilha de prata. O “amargo” vai passando de mão em mão, fechando a roda de amigos e congraçando hospedeiro e hóspedes. Entre figuras folclóricas gaúchas se sobressai o Negrinho do Pastoreio (publicado no blog em dezembro/2016), a cuja devoção se entrega todo o peão que perdeu o animal. Ao Negrinho se acendem velas nos pampas gaúchos e o peão jura que ele trará o animal de volta ao seu dono. Vítima de um senhor de escravos cruel que o torturou até a morte por ter perdido um cavalo, a alma do Negrinho continua nos pampas ajudando a quem dele precisa. As danças típicas gaúchas, cultivadas com carinho pelos inúmeros centros folclóricos, exigem roupa também típica: bombachas, botas, camisa, lenço vermelho ao pescoço, chapelão de boiadeiro para o homem; para a mulher é o vestido ramado e largo e o lenço ao pescoço. As danças são alegres e românticas com floreios e voltas em torno do lenço seguro pelos pares ou, saltitante e corajosa com o bater das esporas.

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