“Um pedacinho de pau pintado”. Quem se refere a uma isca artificial desta maneira, por certo não tem intimidade com ela, já que, na mão de um especialista, este equipamento adquire vida. Como tudo, a isca artificial tem seus segredos, e o principal é o seu balanço. Confira.
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Dúvida: qual é o anzol certo?
Uma isca artificial, principalmente as que trabalham na superfície
ou simplesmente boiam (floating), devem obedecer alguns requisitos básicos,
para que possam adquirir vida quando trabalhadas pelo pescador. Alguém já disse
que a melhor isca natural é aquela que mais natural parece, imitando com
perfeição um pequeno peixe. Para conseguir tal resultado, o pescador deverá
fazer com que a isca se movimente e faça barulhos iguais aos produzidos pelos
peixes que são o alimento dos predadores. Em princípio, uma isca artificial
pode ser feita com madeira ou material plástico.
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A montagem das garateias em uma isca artificial
As iscas que boiam podem ter ou não barbelas, que, quando
puxadas, fazem-nas afundar a determinada profundidade e “nadar”. Este processo
é obtido pela ação da barbela na água. É a hidrodinâmica. É normal quando
compramos uma isca artificial, que o fabricante do equipamento nacional ou
importado, tenha testado seu produto e nele colocado garatéias de tamanho ideal
para um perfeito alinhamento, flutuação e balanceamento da isca. Normal seria –
mas não o é – que os peixes fisgados com a isca obedecessem ao tamanho das
garatéias usadas pelo fabricante e na hora da briga, estas não abrissem,
fazendo que, com isso, o peixe obtenha sua liberdade.
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Isca certa, peixe fisgado
E o pescador amador, quando isso acontece, pensa de imediato
em colocar uma garatéia maior e mais forte. Esse é o primeiro e principal erro,
já que com um anzol maior, na maioria das vezes, sua isca artificial irá perder
o balanço, deixando então de ser natural, além do que começará a dificultar o
trabalho do pescador por fatores como enroscos entre anzóis, perda de flutuabilidade,
etc. Pensar, além dos fatores negativos apontados, que o problema está
resolvido, é engano, já que, com anzóis mais fortes, o que não irá aguentar
será a linha, que normalmente é de bitola fina, quando se pesca com iscas
artificiais.
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Não use empates |
Evidente está que há uma solução, que aliás, é a única a ser
adotada. Usa-se neste caso o mesmo número de garatéias, porém, com tratamento
diferente, e assim sendo, teremos garatéias estanhadas ou então o que o
fabricante chama de “strong” (forte), veja quadro. Obedecendo o mesmo número original,
teremos garatéias, duas, três ou até quatro vezes mais forte (x4 strong).
Pronto nosso problema de aumentar a segurança e manter a originalidade da isca
está resolvido. Essa é a opção correta. Entretanto, são vários os pescadores
amadores que ainda cometem outros erros graves na pesca com iscas artificiais.
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O tamanho do alfinete obedece ao tamanho da isca
São eles: A) Amarrar a
linha diretamente na isca artificial. Tal procedimento é errado. O certo é
usar-se um colchete ou alfinete (snap), pois isso dá liberdade ao trabalho da
isca, além do que fica mais fácil se a quisermos substituir durante a pescaria.
Só se admite linha diretamente amarrada quando se dá um nó especial formando
então uma laçada que não aperta. B) É errado usar um alfinete muito grande,
pois isso irá fazer com que a isca fique inclinada para a frente, mudando sua
característica original.
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Garateias: escolha a certa
C) Em hipótese alguma, use um chumbo para fazer a isca
afundar mais. Para isso, existem as iscas de barbela longa ou então as que não
flutuam. Estas ultimas são chamadas em Inglês de sinking. D) Os empates de aço
com giradores também atrapalham o trabalho de uma isca de superfície, além do
que também atrapalham o arremesso de precisão. Com o peso do empate, a
tendência da isca é ficar sempre voltada para a frente e mergulhar diretamente
para baixo. E) A linha de bitola muito grossa também costuma pesar demais, fazendo
a isca artificial sempre pender para a frente e para baixo. E ainda dificultar o arremesso de precisão.
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Garateias
grandes tiram o balanço da isca
Todos os itens aqui apontados referem-se principalmente ao
trabalho das iscas artificiais usadas na superfície. No entanto, quando se usa
uma isca artificial no sistema de corrico, devemos levar em consideração todos
os itens apontados como errados para as iscas de superfície. Uma dica final
para a pesca de corrico: quanto maior for a bitola de sua linha, mais sua isca “nadará”
na superfície. Empates, lideres ou arranques também obrigam a isca de corrico a
nadar mais para cima. |
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A falta de equilíbrio prejudica o trabalho da isca
O mais correto é ver qual o peixe que estamos pescando e usar
a linha certa ou no limite para o peso do peixe que estamos tentando. Para
ajudar a linha a não se romper, lembre-se de que devemos ter em nosso
equipamento, seja molinete ou carretilha, um dispositivo chamado freio, fricção
ou embreagem. Esse equipamento, bem regulado, garantirá o seu peixe. Há casos
no entanto, em que várias espécies de peixes, assim fisgados (robalos, tucunaré,
caranha, etc.), correm direto para os enroscos e não há quem os segure.
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Garatéias grandes enroscam entre si
Isso pode até acontecer,
mas é exatamente desse ponto, onde o peixe tem uma chance, que conseguimos
diferenciar o verdadeiro pescador amador esportista daquele que só vai pensando
no peixe. A esportividade de uma pescaria reside exatamente nesse ponto. O
peixe, como o pescador, deverão ter sempre as mesmas chances, em pé de
igualdade, afinal, a pesca amadora é um esporte/lazer, e não uma competição ou
afirmação do pescador com ele mesmo ou com os amigos. É exatamente a mesma
diferença de quem sabe pescar com iscas artificiais daqueles que as olham com
desprezo e as continuam chamando de “pequenos pedaços de pau pintados”.
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Revista Aruanã Ed:22 publicada em 06/1991
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