A linha de
fabricação das varas Yamato
Quando se trata de equipamentos de pesca, a vara deve ser
considerada em posição de destaque. Suas funções específicas são o arremesso, a
ação de cansar o peixe e proporcionar o perfeito balanceamento entre o
equipamento de pesca, ou seja, molinete ou carretilha e isca, seja esta natural
ou artificial. E não existe ninguém melhor para falar sobre varas do que o
próprio fabricante. É o caso de Kikuo Endo, de nacionalidade japonesa, com cinquenta
e sete anos de idade, dos quais cinquenta e dois no Brasil. Sua indústria, a
Metalúrgica Daito está situada em São Paulo, no bairro do Jabaquara, à Rua
Jurupari, 100. Formado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), fez
curso de pós graduação em Filologia da Língua Portuguesa, além de ter lecionado
nesta mesma faculdade por cinco anos, as matérias de Língua e Literatura
Japonesa. Pois bem, o que estaria fazendo um homem formado em Letras e
professor de línguas em uma indústria de materiais de pesca? O próprio Endo nos
conta: “Minha paixão vem desde a infância, pois a partir daí que comecei a ter
contato com a pesca. Isto aconteceu na cidade de São José do Rio Pardo (SP),
onde existe um rio do mesmo nome, no qual eu, criança, costumava pescar bagres,
mandis, piaus, lambaris e traíras”. “Após meus estudos – continua ele –
pesquisando no mercado nacional constatei que existia uma grande procura por
materiais de pesca, e em minhas andanças pelo exterior, mais precisamente no
Japão, em Formosa e na Coréia, pude visitar algumas fábricas nesse setor.” “O
começo foi de muito trabalho, mas hoje conto, em minha linha de fabricação, com
cinquenta modelos diferentes de varas de pesca, que podem ser classificadas em
quatro grupos: ultra-leve, leve, médio e pesado. A indústria tem hoje 60
funcionários e, além de varas, fabricamos passadores, fixadores, emendas,
ponteiras, cabo de espuma sintética e fieiras”. A esta altura da conversa interrompemos Endo
para saber se existe algum tempo para ele pescar. A resposta foi afirmativa.
Sempre que pode visita o rio Paraná, o Pantanal, represas e litoral. Mas sua
pescaria favorita é de garoupas, modalidade essa que ele pratica embarcado e
que já lhe rendeu seu recorde marítimo: uma garoupa de oito quilos, pescada na
Baía dos Pinheiros, perto de Paranaguá.
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