Há mais de meio século o Prof. Manuel Pereira
de Godoy dedica-se às pesquisas cientificas. Reconhecido mundialmente por suas
descobertas, infelizmente em, nosso país quase não é conhecido. Este artigo nos
mostra sua obra e um pouco de sua pessoa
Nascido em Pirassununga (SP) e com 70 anos de idade, o Prof.
Manuel Pereira de Godoy é formado em História Natural. Para se ter uma idéia da
capacidade deste cientista, publicou até hoje 16 livros e 107 obras, versando
sobre peixes, história, arqueologia, flora, fauna e biografias. Em 1987 foi
premiado na Suíça com o Prêmio Rolex de Meio Ambiente, estando novamente este
ano concorrendo à premiação. Recebeu ainda do Ministério da Aeronáutica a
Comenda Santos Dumont, por serviços prestados. Seu trabalho em íctio-fauna já
dura 54 anos e entre eles podemos citar a implantação do peixe dourado no rio
Paraíba do Sul, peixamento esse iniciado em 1945, com 500 alevinos em São José
dos Campos e 500 alevinos na cidade de Guaratinguetá. O sucesso desse
peixamento já era visível após três anos e até 1986, portanto durante 41 anos,
pescou-se dourados na Vale do Paraíba. Atualmente esse peixe está quase
extinto, não pela pesca, mas pela poluição das águas. Um outro exemplo do
trabalho de Godoy é no rio Mogi Guaçu, onde não existia originalmente o
pintado. Em 1954 Godoy trouxe do rio Piracicaba 30 exemplares adultos dessa
espécie.
No transporte de um rio para o outro morreram18, restando
apenas 12 peixes. Soltos no Mogi Guaçu, sobreviveram e proliferaram nas novas
águas. Hoje se tem notícias de exemplares de 40/50 quilos pescados neste rio.
Outro exemplo de peixamento bem sucedido bem sucedido foi a soltura de 300
cascudos pretos também no Mogi Guaçu em março de 1955. Atualmente o cascudo
preto faz parte da pesca no Mogi. Apesar de toda a sua capacidade profissional,
Manuel Pereira de Godoy é um homem simples e atencioso. Ele nos fala de suas
alegrias: “Ter vencido na vida profissionalmente e acima de tudo ter conseguido
provar minhas teses é motivo de muita alegria e satisfação. Nesta trajetória de
54 anos de trabalho, consegui fazer muitos amigos e admiradores. O
reconhecimento internacional é outra alegria a ser citada. Conseguimos levar e
trabalhar em pesquisas no Chile, Argentina, Colômbia, Portugal, França,
Alemanha, Dinamarca, Suécia e Inglaterra , e em duas oportunidades, com o aval
da ONU – Organização das Nações Unidas”. Godoy nos fala também de suas
tristezas. “O fato mais triste da minha vida, foi a perda de minha esposa
Yolanda, ocorrida em maio de 1990, pois era a maior incentivadora de meu
trabalho”.
“Um outro fato também a lamentar ocorreu em 1977. Após ter
trabalhado por mais de 35 anos na Estação Experimental de Biologia e
Piscicultura de Pirassununga (órgão da Sudepe, hoje IBAMA) chegou a hora de
minha aposentadoria. Para minha surpresa, o chefe da estação na época, deu 48
horas para que eu desocupasse as 2 salas que me eram destinadas na repartição,
pois segundo ele, na que me pertencia interessava ao órgão”. “Por esse motivo e
sabendo de que meu trabalho era interessante, montei em minha própria casa, com
recursos próprios, um museu de História Natural, que funciona à Av. Prudente de
Morais, 3039 – CEP 13632-000, no centro de Pirassununga e está aberto a
visitação publica”. “Além desse museu,
mantenho também no rio Mogi Guaçu uma estação biológica denominada Estação
Biológica da Balsa, com recursos próprios”. O Prof. Manuel Pereira de Godoy se
emociona quando fala sobre esses acontecimentos. Cita com orgulho os seus
filhos Manuel Jr., Marcos e Márcia, que lhe deram os netos Sérgio, Marcos
Guilherme, André e Flávia. Para finalizar, comenta: “Deus tem sido muito bom comigo
e graças a ELE estou preparando meus netos André e Flávia para serem meus
sucessores no museu e na estação biológica”.
DEPOIMENTO: Ter conhecido o Prof. Manuel Pereira de Godoy foi
um fato muito marcante em minha vida de jornalista. Nosso primeiro contato
aconteceu na cidade de Sacramento em Minas Gerais, onde estávamos trabalhando
para que uma barragem que estava sendo construída fosse provida de escadas para
peixes. Foi uma batalha que vencemos e
hoje o rio Grande tem na barragem de Igarapava a sua escada de peixes. Contamos inclusive com a ajuda fundamental do pessoal de Sacramento e de um periódico de nome O Rio Grande. Convivi
com ele alguns anos, tendo visitado seu museu particular como acima escrevi.
Tornamo-nos bons amigos tendo eu colaborado na finalização de um de seus livros
e os tenho em minha biblioteca. Era um batalhador e hoje vários rios possuem
ainda peixes que eles soltou, apesar da depredação do meio ambiente. Já está
trabalhando no céu há alguns anos, e daqui eu peço sua benção, meu amigo.
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