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Rio Mörrum
A cidade de Svängsta fica no sul da Suécia, próxima do Mar Báltico. É uma pequena cidade às margens do rio Mörrum, que é o rio mais
importante desse país. Nele, a pesca do salmão é a atração principal, com peixes
de até 31 quilos (recorde). Registros mostram a pesca amadora praticada ali a partir
do ano de 1243. Há cerca de cem metros da margem direita do Mörrum está
localizada a fábrica da Abu Garcia, com suas modernas instalações. Pode ser
considerada uma metalúrgica, porém em nada afeta as águas do citado rio.
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Nossa visita começou pelo museu da Abu Garcia, que está
localizado nas instalações antigas da fábrica. Ali funcionava desde 1887 a AB
Urfabrikem. “Ab” significa sociedade anônima (SA), e “Urfabrikem” significa
fábrica de relógios, sendo então usada a sigla Abu para definir a marca. Nesse
museu estão todas as máquinas originais, que fabricavam relógios e anos mais
tarde, taxímetros, mostrando então que a Abu começou fabricando máquinas de
precisão. Seu fundador, Henning Hammarlund, fundou a empresa em 1887, com o
nome de Halda Watchmaking.
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Fábrica
Em rápidas pinceladas, podemos citar algumas datas
importantes. Em 1920, Carl A. Borgström assumiu a direção da empresa, e em 1921
fundou a Abu. Em 1939, a Abu fabrica o primeiro molinete, e em 1941 a primeira
carretilha. O nome original de tais equipamentos era Record, porém em 1952 as
carretilhas passaram a se chamar Ambassadeur e em 1965 os molinetes receberam o
nome Cardinal. Em 1969, a Abu começou a fabricar varas, e em 1979 adquiriu um
distribuidor americano chamado Garcia, sendo que em 1984 mudou seu nome para
Abu Garcia.
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Record, a
primeira carretilha
Em 1991, as carretilhas passaram a ser montadas automaticamente em
linha robotizada. Em 1993 saiu a primeira carretilha com corpo de alumínio, e
em 1995 a OTG Outdor Technnologies – adquiriu a marca Abu Garcia. Essa empresa
norte americana é também detentora das marcas Berkley e Fenwich. Na visita à
fábrica acompanhamos as seis etapas de fabricação. Começamos pela estamparia
das peças, passando depois para o setor de polimentos, e logo a seguir pela
cromeação e cor, que é feita pelo processo eletrolítico.
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Linha de
montagem manual
A fase seguinte é das engrenagens, com coroa e pinhão em
bronze, passando então à montagem das carretilhas e molinetes. A maior parte é
feita manualmente, sendo que as carretilhas do lado direito já estão sendo montadas
em linhas automatizadas e robotizadas. Por fim, visitamos a seção de
embalagens. A Abu Garcia fabrica hoje anualmente de 800 a 1 milhão de
carretilhas e 2 milhões de molinetes, que após um período sendo fabricados fora
do país, passam agora a serem fabricados novamente na Suécia.
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Computador a
laser
Como detalhes, podemos citar que todos os furos feitos no
corpo da carretilha são conferidos em um computador a laser, bem como eixos e
peças internas. No setor de testes, verificamos que o desarme é acionado 50.000
vezes, e o freio 15.000 vezes. O guia-linha e o carretel ficam cem horas
trabalhando, e as carretilhas marinizadas recebem água salgada vaporizada durante cem
horas. Não é a toa, portanto, a qualidade dos produtos Abu Garcia.
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Lançamentos para
1998
Para 1988, podemos citar em primeira mão algumas novidades e
alguns lançamentos, sendo que a carretilha Ultra Cast já está a disposição dos
pescadores brasileiros. A carretilha Mörrum chegará brevemente; além dela, chegarão
também as carretilhas C4 e Big Game. No setor de molinetes, foram lançados o
Tournament e a série 50 da Cardinal. Para os amantes de fly, a Abu Garcia está
lançando dois novos modelos de carretilhas: o Diplomat e a série 56.
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Bengt
Olofsson, diretor presidente da Abu Garcia Henrik Rosencrantz Björn Everman
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Mas a grande novidade, que estávamos reservando para o final,
é uma carretilha “anti-cabeleira”. Será lançada em abril de 1998, e realmente é
um modelo revolucionário,
onde fica impossível
provocar uma cabeleira na linha ao dar um arremesso errado. Trata-se de um
dispositivo (veja foto) em cima do corpo da carretilha que funciona como uma
espécie de alavanca móvel, que é atravessado pela linha de pesca. Para os mais
experientes no arremesso, esse dispositivo pode ser trancado, voltando a ser
uma carretilha tradicional.
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Antonio , Henrik
e Alexandre
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Protótipo da carretilha que impede a “cabeleira”
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Para o pescador que não tem intimidade com o lance de
carretilhas, esse dispositivo pode ser aberto, evitando a formação da
cabeleira. Testamos esse modelo e podemos afirmar que torna-se impossível, faça
o que se fizer nos lances, acontecer uma cabeleira. Finalmente, visitamos a
seção de peças e consertos, onde todas as reclamações são atendidas. O gerente
industrial deu-nos inclusive alguns conselhos sobre a lubrificação tanto dos
molinetes como das carretilhas.
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Mapa da
localização da Abu Garcia
Segundo ele, os pescadores devem lubrificar esses
equipamentos com uma mistura de 50% de graxa e 50% de óleo mineral; para as
engrenagens e na parte do eixo, deve-se utilizar somente óleo mineral. Aí está
portanto, um breve relato sobre a fábrica da Abu Garcia na Suécia. Queremos
agradecer a atenção com que fomos recebidos pelos senhores Bengt Olofsson
(diretor-presidente), Björn Everman (relações públicas) e Henrik Rosencrantz
(gerente para a América Latina).
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O museu da
pesca
Vai ainda um agradecimento especial ao Alexandre Mussi
Fortes, diretor da Mustad do Brasil, representante da Abu Garcia em nosso país,
que nos acompanhou em toda a viagem. Como novidades, podemos esperar este ano
ainda uma redução nos preços dos equipamentos da Abu Garcia, o que vai tornar
essa marca muito mais competitiva em preços, já que na qualidade a Abu Garcia é
incontestável.
NOTA DA
REDAÇÃO
Não podíamos deixar de citar uma visita que fizemos a uma estação
de piscicultura e a um museu de pesca na cidade de Mörrum, junto ao rio do
mesmo nome.
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O melhor
pesqueiro do rio Mörrum
O que vimos pode ser descrito como impressionante. Para se
ter uma idéia, nessa estação de piscicultura são criados e soltos por ano cerca
de um milhão de alevinos de salmão. Na temporada de pesca é cobrada uma taxa de
até 150 dólares por dia, de acordo com a qualidade de pesca do local, podendo o
pescador levar para casa um salmão e duas trutas do oceano. Se pescar no
sistema de pesque-e-solte, poderá fisgar quantos peixes quiser. No museu,
encontramos toda a história do rio Mörrum, bem como dados sobre a topografia do
rio, melhores locais de pesca, melhores iscas e o registro da primeira pescaria
de salmão datada de 1243. Sem mais comentários...
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Revista Aruanã Ed:60 Publicada em 12/1997 |
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