sexta-feira, 22 de março de 2019

É ÉPOCA DE CAVALA








Encontrada em todo o litoral brasileiro, a cavala está entrando em sua época mais ativa, principalmente no litoral sudeste e nordeste. Vamos sair em mar aberto e corricar este magnífico exemplar de força e esportividade.


Corricando na água azul
Cientificamente a cavala está classificada como Scomberomus cavalla e pertence à família Scombridae. Inconfundível em seu formato longilíneo, tem como cores predominantes o azul no dorso e ventre prateado. Normalmente encontra-se em mar aberto, principalmente na chamada água azul, mas às vezes costuma chegar bem perto do costão e mesmo da praia. A melhor maneira de se pescar esse peixe é na categoria embarcada e preferencialmente no sistema de corrico, já que a própria embarcação atrai a cavala pelo deslocamento da água, bem como pela reverberação das hélices na água. Este sistema também é indicado porque a cavala costuma percorrer grandes distâncias e estar sempre em movimento. Esta de imediato é uma boa dica para o pescador, indicando que as iscas devem ficar no máximo a 30 ou 40 metros da popa do barco. É normal usar-se quatro varas, sendo duas no out rigger em cada lateral do barco, e duas na popa central. Para obter melhor resultado, as linhas do out rigger deverão ser mais longas e as linhas centrais mais curtas, com no máximo 20 metros. As melhores iscas artificiais serão as lulas, os plugs e mesmo colheres cromadas; as naturais serão os farnangáios, paratis e outros peixes pequenos sempre “surfando” na superfície. 

Lulas artificiais.
Quanto ao material, recomenda-se o uso de varas de ação pesada e carretilhas grandes para boa capacidade de linha. Estas devem estar entre as bitolas de 0.45 a 0.70 milímetros, dependendo da esportividade de cada pescador amador. Usando iscas naturais, aconselha-se fazer um empate com linha mais grossa, de 0.80 milímetros por exemplo, e anzóis entre 7/0 e o 9/0. Como dica final, diríamos que tanto na utilização de iscas naturais ou artificiais, não devemos usar chumbo ou qualquer outro peso na frente da isca. Estando as varas montadas, para que as iscas executem perfeitamente seu trabalho, devemos manter a velocidade do barco entre 4 a 8 nós, dependendo essa variação das condições de navegabilidade, tais como ventos, marés, mar agitado, etc. Como as varas estarão montadas à espera da fisgada do peixe, por precaução é bom regular a fricção da carretilhas, e para isso existe uma pequena regra: dependendo da resistência da linha, use sempre um quinto dessa resistência para regular a fricção. Por exemplo, se a linha tiver sua resistência marcada para 20 quilos, use uma regulagem para 4 quilos. Tal regulagem pode ser obtida por intermédio de uma balança de gancho. 



Cavala de porte médio
Amarre a balança em um local firme e a linha no gancho. Aperte a fricção e vá soltando lentamente, mantendo a pressão na balança, sempre em quatro quilos. Quando a linha soltar, a sua fricção estará regulada corretamente. A cavala costuma fisgar de uma só vez e violentamente. Após estar com a vara de pesca na mão, será conveniente dar-se uma ou duas conferidas para maior segurança, o que significa dar uma ou duas fisgadas. E prepare-se para uma boa briga, pois uma cavala de bom tamanho exigirá do pescador amador alguns minutos de disputa violenta e constante. Após cansar-se muito bem o peixe, será conveniente usarmos um bicheiro e traze-lo para a embarcação e faze-lo acalmar-se, o que pode ser conseguido dando algumas pancadas em sua cabeça. Só após essas providências, poderá ser manuseado. Dependendo da região do Brasil, a cavala costuma atingir peso em torno de 20 quilos. Sua prima próxima, a cavala aipim, chega a atingir 50 quilos. A diferença entre as duas está na cor, já que a aipim é de um azul prateado mais claro. De acordo com a região, a cavala é conhecida pelos seguintes nomes: cavala-boca-larga, cavala-branca, cavala-canguçu, cavala-de-bandoleira, cavala-do-reino, cavala-perna-de-moça, cavala-preta, cavala-sardinheira e cavala-verdadeira. Boa pescaria.

Revista Aruanã -  Ed: 30 Publicada em 10/1992

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