A pesca de praia ultra leve é uma modalidade bastante praticada
em nosso litoral e em outros países do mundo. Conheça aqui suas técnicas e
equipamentos e experimente sua esportividade em sua próxima pescaria.
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Os pequenos
grandes peixes de praia
Atualmente é difícil pescar um peixe de bom
tamanho em nossas praias, particularmente nas de grande movimento como nos
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e grandes cidades litorâneas, pois além da
poluição que toma conta desses grandes centros, a pesca profissional de
arrastão é praticada indiscriminadamente, deixando para o pescador amador
apenas os peixes de médio e pequeno porte. Mesmo assim, a pesca desses peixes
com equipamentos e técnicas corretas proporcionam momentos de grande emoção e
um bom resultado, permitindo que quase sempre se leve para casa peixes para no
mínimo preparar um bom tira-gosto. Use de preferência varas tubulares de no
máximo 3,2 m de comprimento, fabricadas com diversas fibras (vidro, grafite,
carbono) que por serem leves proporcionarão bastante conforto e sensibilidade.
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Betara
Para montar um
conjunto perfeitamente equilibrado, use um molinete/carretilha que comporte de
100 a 200 metros de linha 0.20mm (Ex: Daiwa série 700, 1000 ou 1300) e varas
que variam de 3 a 15 libras de resistência. A chumbada mais comumente usada é a
de formato pirâmide e o seu peso pode varias entre 20 a 50g, dependendo de
fatores como vento, correnteza do mar, dimensões do equipamento, etc. O chicote
deve ter 70 a 90 cm de comprimento, linha de no máximo 0,30mm e dois anzóis. A
pernada (linha que une o anzol ao chicote) deve ter mais ou menos 30 cm. Os
anzóis devem estar em harmonia com seu conjunto, devendo se usar o bom senso ao
escolher. Anzóis da marca Mustad, tipo Acu Point série 52270 N em tamanhos que
variam de nº6 ao nº15 são um bom exemplo.
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Parati
Barbudo
As iscas utilizadas
para esta pescaria são: camarão, corrupto e minhoca de praia, com predominância
do camarão. Os melhores dias para a pesca são terceiros e quartos dias das luas
crescente e cheia, pois normalmente o mar se apresenta calmo, sem ressacas. O
melhor horário é no reponto da maré, quando os peixes encostam para se
alimentar. Nas praias de tombo esta pescaria é feita numa distância de até 60
m, no máximo. Nas praias abertas
pesca-se desde o pé na areia até o segundo canal, procurando sempre o lugar
mais fundo. Na pescaria de praia ultra leve existe uma variedade muito grande
de equipamentos a ser usada com muitos artifícios no que se refere a chicotes,
pernadas, chumbadas, anzóis e iscas, dependendo de cada pescador e da pescaria
a ser feita.
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Cocoroca
Procuramos aqui
mencionar o que se usa comumente, de forma que o pescador possa já em sua
próxima pescaria fazer suas experiências e obter bons resultados. Somamos então
outras dicas: use um arranque de 0.30 ou 0.35 mm com comprimento um pouco maior
que a vara a ser usada emendado na linha do molinete. Isso fará com que a linha
não se rompa na hora do arremesso. Não esqueça de regular a fricção do molinete
para uma carga ligeiramente menor que a resistência da linha utilizada, pois às
vezes você pode ser surpreendido por algum peixe de maior porte e assim poderá
retira-lo da água sem o perigo de rompimento da linha. Quando o peixe
predominante na praia é a betara, bagre e outros que se alimentam no fundo,
procure encurtar as pernadas para mais ou menos 25 cm e baixar a ponta da vara
para que as iscas fiquem mais no fundo.
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Pampo
Caso o peixe
predominante seja o pampo, carapicu, salteira ou outros que se alimentam em
meia-água ou superfície, procure deixar as pernadas com mais ou menos 40 cm e a
ponta da vara completamente voltada para cima. Dessa forma, suas chances de
fisgar um peixe aumentam consideravelmente. Use camarões frescos descascados e cortados em pequenos pedaços, pois esta forma não escapam do anzol com
facilidade. É muito comum entre os pescadores especializados aqui no Brasil e
em países do primeiro mundo que a pescaria ultra leve seja realizada apenas
como passatempo e uma forma de estar em contato com o mar, pegando peixe e o
devolvendo à água. Neste caso, costuma-se eliminar a farpa do anzol com uma
lixa, evitando assim provocar ferimentos no peixe ao soltá-lo. Equipamento
correto, um pouco de técnica e muita paciência. E boa pescaria ultra leve.
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NR: Nelson de Melo era, além de amigo, nosso
consultor em assuntos que envolviam pesca de praia. Não houve nenhuma matéria
da Revista Aruanã, com referência à praia, que não passasse por sua avaliação
sempre precisa e de profundo conhecimento.
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Revista
Aruanã Ed: 36 publicada em 10/1993
Edição Especial com 100 páginas
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