sexta-feira, 15 de março de 2019

MODALIDADE: PRAIA PESCARIA ULTRA LEVE










A pesca de praia ultra leve é uma modalidade bastante praticada em nosso litoral e em outros países do mundo. Conheça aqui suas técnicas e equipamentos e experimente sua esportividade em sua próxima pescaria.



Os pequenos grandes peixes de praia 
Atualmente é difícil pescar um peixe de bom tamanho em nossas praias, particularmente nas de grande movimento como nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e grandes cidades litorâneas, pois além da poluição que toma conta desses grandes centros, a pesca profissional de arrastão é praticada indiscriminadamente, deixando para o pescador amador apenas os peixes de médio e pequeno porte. Mesmo assim, a pesca desses peixes com equipamentos e técnicas corretas proporcionam momentos de grande emoção e um bom resultado, permitindo que quase sempre se leve para casa peixes para no mínimo preparar um bom tira-gosto. Use de preferência varas tubulares de no máximo 3,2 m de comprimento, fabricadas com diversas fibras (vidro, grafite, carbono) que por serem leves proporcionarão bastante conforto e sensibilidade. 



Betara 
Para montar um conjunto perfeitamente equilibrado, use um molinete/carretilha que comporte de 100 a 200 metros de linha 0.20mm (Ex: Daiwa série 700, 1000 ou 1300) e varas que variam de 3 a 15 libras de resistência. A chumbada mais comumente usada é a de formato pirâmide e o seu peso pode varias entre 20 a 50g, dependendo de fatores como vento, correnteza do mar, dimensões do equipamento, etc. O chicote deve ter 70 a 90 cm de comprimento, linha de no máximo 0,30mm e dois anzóis. A pernada (linha que une o anzol ao chicote) deve ter mais ou menos 30 cm. Os anzóis devem estar em harmonia com seu conjunto, devendo se usar o bom senso ao escolher. Anzóis da marca Mustad, tipo Acu Point série 52270 N em tamanhos que variam de nº6 ao nº15 são um bom exemplo. 

Parati Barbudo 
As iscas utilizadas para esta pescaria são: camarão, corrupto e minhoca de praia, com predominância do camarão. Os melhores dias para a pesca são terceiros e quartos dias das luas crescente e cheia, pois normalmente o mar se apresenta calmo, sem ressacas. O melhor horário é no reponto da maré, quando os peixes encostam para se alimentar. Nas praias de tombo esta pescaria é feita numa distância de até 60 m, no máximo.  Nas praias abertas pesca-se desde o pé na areia até o segundo canal, procurando sempre o lugar mais fundo. Na pescaria de praia ultra leve existe uma variedade muito grande de equipamentos a ser usada com muitos artifícios no que se refere a chicotes, pernadas, chumbadas, anzóis e iscas, dependendo de cada pescador e da pescaria a ser feita. 

Cocoroca
Procuramos aqui mencionar o que se usa comumente, de forma que o pescador possa já em sua próxima pescaria fazer suas experiências e obter bons resultados. Somamos então outras dicas: use um arranque de 0.30 ou 0.35 mm com comprimento um pouco maior que a vara a ser usada emendado na linha do molinete. Isso fará com que a linha não se rompa na hora do arremesso. Não esqueça de regular a fricção do molinete para uma carga ligeiramente menor que a resistência da linha utilizada, pois às vezes você pode ser surpreendido por algum peixe de maior porte e assim poderá retira-lo da água sem o perigo de rompimento da linha. Quando o peixe predominante na praia é a betara, bagre e outros que se alimentam no fundo, procure encurtar as pernadas para mais ou menos 25 cm e baixar a ponta da vara para que as iscas fiquem mais no fundo. 

Pampo 
Caso o peixe predominante seja o pampo, carapicu, salteira ou outros que se alimentam em meia-água ou superfície, procure deixar as pernadas com mais ou menos 40 cm e a ponta da vara completamente voltada para cima. Dessa forma, suas chances de fisgar um peixe aumentam consideravelmente. Use camarões frescos descascados e cortados em pequenos pedaços, pois esta forma não escapam do anzol com facilidade. É muito comum entre os pescadores especializados aqui no Brasil e em países do primeiro mundo que a pescaria ultra leve seja realizada apenas como passatempo e uma forma de estar em contato com o mar, pegando peixe e o devolvendo à água. Neste caso, costuma-se eliminar a farpa do anzol com uma lixa, evitando assim provocar ferimentos no peixe ao soltá-lo. Equipamento correto, um pouco de técnica e muita paciência. E boa pescaria ultra leve. 





 NR: Nelson de Melo era, além de amigo, nosso consultor em assuntos que envolviam pesca de praia. Não houve nenhuma matéria da Revista Aruanã, com referência à praia, que não passasse por sua avaliação sempre precisa e de profundo conhecimento.


Revista Aruanã Ed: 36 publicada em 10/1993
            Edição Especial com 100 páginas


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