terça-feira, 30 de abril de 2019

ESPECIAL QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ




Photoshop dos “antigamente"

Realmente o pescador brasileiro – principalmente os “novos mestres” – precisa ser estudado em suas pescarias, ações, crenças, convicções, achismos e personalidade. Não é possível que se use artifícios eletrônicos modernos para tentar justificar que é “fera”, é só ferra os top das espécies. Isso para não falar em campanhas absurdas que ele, “mestre” quer que sejam feitas leis, segundo suas tresloucadas idéias. Senão vejamos.

                                  Eu originalmente era assim

Nós pescadores somos cheios de manias, crenças, sabemos de bons locais de pesca e não contamos para ninguém, temos os melhores equipamentos: barcos, carretas, cadeiras giratórias, motores elétricos de ultima geração, baterias mais potentes, motores, carretilhas/molinetes, linhas, iscas artificiais (quanto mais melhor), anzóis das melhores marcas, encastoados (os mais bem feitos), snaps de fabricação própria (os melhores), giradores modernos, chumbos de cores e formatos diversos, “pega peixe” importados, sonares, radares, roupas exclusivas e especiais com os peixes preferidos estampados em camisas/calças, bonés “de marca”, sapatos/tênis especiais, óculos polarizados feitos nas melhores óticas do mundo, temos satisfação em mostrar fotos em locais de pesca diversos no mundo, celulares ultra super atuais e principalmente câmeras da melhor qualidade e definição. A grande maioria economiza o ano inteiro para a sua pescaria dos sonhos, que tanto pode acontecer no Pantanal, Bacia Amazônica, lagos e represas diversas e até no seu pesque e pague preferido. Somos praticantes do Pesca e Solta mais o Cota Zero, sem qualquer exceção ou discussão. 

                       Mas para os amigos/público mostrei assim  

Bradamos em frente ao nosso computador (também da melhor marca) nossa ira quando vemos fotos de pescadores com vários peixes, ou até somente um e com frases como: filhos da puta, passa fome, assassinos, um peixe desse tamanho desova milhares de ovos, não pensam nos filhos, destruidores do meio ambiente, manda a polícia prender, quer peixe compra nas peixarias e mais um monge de babaquices, já que teclado aceita tudo. Chegada à hora, lá vamos nós para a tão sonhada pescaria. Não importa o local, o que importa é pescar o peixe e tirar o máximo de fotos possíveis e em diversas poses. Às vezes os mesmos peixes são divididos entre os amigos que são da turma, para a tradicional foto. Outra prática comum é também fazer vídeos. Para tanto, tem que se entrar na água, obrigatoriamente mostrando o peixe sair nadando tranquilo. Se tiver celular à prova d’água a coisa fica ainda mais linda e o vídeo será exibido e contado/mostrado em prosa e verso. Em outras comemorações, vamos ver diversas latas de cerveja, nacionais e importadas e bebidas mais fortes e “da moda” em cima de coolers também importados, ora. Publicar vídeos no Face é coisa boba e comum. Os mais fortes publicam no youtube, editados e montados com fundo musicais, câmeras lenta e a pafernália mais moderna. 

O original era assim

E toca fazer chamadas em diversos locais e pedir que os amigos compartilhem. Seriam os tão falados 5 minutos de fama? Seriam prova de alguma coisa? Seria ter que provar o quanto se é bom como pescador? Afinal o que é esse mal que atacam os pescadores amadores, com muitas e a grande maioria de exceções?
                                                 PHOTOSHOP
É esse o nome da “coisa”. Alguns são tão mal feitos que parecem piadas. Outras para saírem perfeitos, são feitos por técnicos altamente qualificados, que cobram e muito bem. Afinal pagaram para aprender e então é justo cobrarem. De acordo com o profissional, para ele não existe peixe pequeno. Com um toque de mestre o faz parecer enorme. E aí saem as publicações da tal foto e em diversos segmentos. E os comentários abaixo das fotos? Fera, mestre, top, terror, terrível, matador, etc.,etc. Paramos por aqui? Ainda não. E o que dizer quando o peixe foi fisgado com uma isca artificial ou natural e na hora da foto, colocar outra, “do amigo fabricante” na boca do peixe? “Essa é 1.000 bradam os comentários; matadora sem igual; com essa o peixe fisga mesmo; a melhor do mundo; e mais um monte de adjetivos. 


Mas me entusiasmeis demais e coloquei um dourado na Rússia 

Mas quando o pescador olha a foto devidamente manipulada e, no silencio de sua intimidade será que ele não lembra de que aquilo mostrado é falso? Ou será que a mentira de tanto contada, em sua mente vira uma “verdade? Pois é, essa “pérola” que mostramos desta feita, apenas é para lembrar que pesca amadora é uma arte e sendo bem feita, “não precisa de outras artes”. Quando estamos com diversas pessoas em um circulo qualquer, ao começar a falar de pescarias, os que não pescam começam a esboçar disfarçados sorrisos. Todo pescador é mentiroso. Placas de muito mau gosto apregoam em seus dizeres: “aqui se reúnem, caçadores, pescadores e outros mentirosos”. Diante dessa “fama” que está presente no Brasil e conhecida de todos nós, não mostra as nossas autoridades governamentais que somos pessoas que não se deve levar a sério? Pois é meu prezado pescador, a pesca é uma arte de gerações para gerações e não precisa de nenhuma “arte” para ser passada aos nossos filhos e netos. Já que não conseguimos – por motivos diversos – deixar um meio ambiente melhor do que o recebemos de nossos pais/avós, vamos pelo menos tentar passar a eles o que é uma pescaria de verdade. Feita por pescadores de verdade e que amam o que fazem. Mãos a obra. E, POR FAVOR, SE ESQUECI DE ALGUMA COISA, PODEM ACRESCENTAR A VONTADE.

NR:Nossos agradecimentos a Ju Antonelli e João(Pingo).








domingo, 28 de abril de 2019

CAUSOS VERÍDICOS DA AMAZÔNIA - JACARÉ AÇU






Marco Antonio.G.Ferreira testemunha ocular do "seu" Tião




Em nossas pescarias é muito importante travar conhecimento com as pessoas ribeirinhas, bater um bom papo, simples mas singelo. Desses papos, muitas vezes, somos surpreendidos com estórias que eles viveram ou acreditam por ouvir falar. Não duvide, pois em muitos casos podem ser provadas. ´´É este “causo” que publicamos hoje.





A cabeça do Jacaré

Há muitas lendas no Amazonas: - Mapinguari, Boto Sedutor, Matinta Pereira, Boiúna, Curupira, etc., mas certamente o jacaré-açu não é uma delas, em que pese os exageros. Em nossas viagens de pesca esportiva, conhecemos várias regiões e seus moradores. É sempre gratificante agendarmos um tempo da viagem para conversar com os ribeirinhos, não só para nos informarmos dos melhores pontos, mas também para conhecermos as estórias em que piamente acreditam, e contadas com tanto sabor. Como de praxe, após o jantar, descemos para os barcos de pesca amarrados à nave mãe, onde puxamos conversa com alguém da tripulação que esteja dando sopa pelo local. Tio Mané é um dos alvos favoritos. A seu tempo contaremos algumas de suas estórias. Numa dessas noites mágicas, estávamos discutindo a veracidade da existência da Boiúna, cobra grande com chifres, quando chegou de repente, vindo do nada, um morador da região em sua piroguinha, tão rasa que não sabemos como suportava o peso de um homem sem afundar. 

Por do sol amazônico

A conversa mudou de rumo, e papo vai, papo vem, “seu Tião”(nosso visitante) começou a contar seu “causo”. Dizia-nos ele que de algum tempo pra cá, começaram a sumir animais de sua criação, na sua maior parte porcos e galinhas, até um cachorro de estimação. Deixaram a princípio por conta de alguma sucuri, comum na região, mas a coisa foi tomando vulto e a preocupação aumentando, pois só de criança pequena ele tinha cinco. E se o bicho resolvesse mudar de cardápio? Assim pensando, combinou com a parentada dar tocaia à fera. Sabiam que os ataques se davam à noite, pois só davam fé da falta de criação ao amanhecer. Durante o dia nunca deram por falta de nada. Fato sabido, começavam a caçada depois do anoitecer, quando a lua já descansava de sua jornada (segundo “seu Tião”, uma hora depois de aparecer). Saíam sempre em três piroguinhas, a uma distancia de uns 50ms entre elas, para que desse tempo de uma socorrer a outra, se preciso. Um dia, dois, e nada. Parece que o bicho adivinhava e não dava as caras. Passou-se uma semana, e por coincidência ou não, os ataques cessaram. 

A cabeça vista por outro ângulo

Como é do ser humano, a vigilância relaxou, e por três dias nada mais aconteceu. “Seu Tião”convidou então seu primo, o Cirino, a matar uma paca para reforçar a dispensa. Saíram à mesma hora do descanso da lua, só que dessa vez os dois numa única canoa. Iriam até um igarapé conhecido para barranquear o animal. Na frente ia o Cirino, remando, e logo atrás “seu Tião”, com uma lanterna e uma espingarda velha, mas que ainda dava um bom “papouco”, segundo ele. Mal tinham navegado uns 100 metros, um mal estar tomou conta do Cirino, um arrepiozinho chato, segundo ele. Comentou com o companheiro e ficou por isso mesmo. Mais umas remadas e “seu Tião”, que tinha acabado de matar uma CABA insistente (marimbondo grande que é atraído pela luz, e só ferra quando se sente ameaçado), ouviu um bufar surdo às suas costas. Virou-se rápido para trás, com o instinto aguçado de caboclo, e viu as fauces do inferno vir em sua direção. Instintivamente, levou o cano da arma para o monstro e disparou, sem fazer mira. 

Tio Mané.

Formou-se uma tempestade ao redor da embarcação, com os estertores da fera em agonia, que só não virou devido à habilidade dos canoeiros e os anjos da guarda, que estavam de plantão. Depois de muita luta, embarcaram o bichão e voltaram para a vila, para dar as boas novas aos parentes . Tinham sem querer resolvido o enigma do sumiço da criação. Era sem dúvida aquele animal o objeto da perseguição que tinham feito até então sem sucesso. Pois é, seu moço! A besta, um jacaré-açu, tinha no mínimo uns 6 metros, disse o Tião à assistência calada esperando o fim da estória. Quem quiser ver é só ir lá em casa. Foi ontem que pegamos o bicho. Como tínhamos compromisso com o pessoal que estava conosco pescando, além de não ser conveniente abandonar o barco por muito tempo, lamentamos com o Tião não podermos ir, mas ele não se conformou com nossa recusa e despediu-se meio carrancudo, afastando-se tão rápida e silenciosamente como tinha chegado.No dia seguinte, após o pessoal sair para a pesca, vimos ao longe, por volta das 9:00hs, o barco do Tião vir em nossa direção. Chegou todo sorridente, trazendo um grande volume coberto por trapos. 


Marco Antonio.G.Ferreira

Ao atracar, retirou os panos da carga e para nosso espanto vimos a maior cabeça de jacaré que poderíamos imaginar. Ele havia feito questão de provar sua estória. Por essas e outras é que jamais podemos duvidar dos “causos” e lendas do Amazonas. Quem garante que não existam mesmo as cobras monstruosas e outras aparições que povoam o imaginário popular da região? O mais interessante de tudo é verificar como nós, da cidade, podemos ficar tão insensíveis às belezas e coisas pitorescas da natureza. Deixamos a cabeça desse jacaré na entrada do barco, para que todos pudessem ver quando voltassem da pescaria, no horário do almoço. Acreditem se quiser, mas não houve ninguém que se dignasse a dar uma paradinha para olhar ou tirar uma foto. Afinal, ali não estava uma lagartixa... Esses “pescadores” estavam mais interessados em almoçar e logo sair para a pescaria...Essa é a foto da cabeça do jacaré, magnífico exemplar de nossa fauna e que faz parte do cotidiano daquela gente, cheia de causos e mistérios para nós, descrentes das grandes cidades...


sábado, 27 de abril de 2019

ESPECIAL O REI DOS NÓS (DE PESCA)




O REI DOS NÓS(de pesca)





Resultado de imagem para desenho de um nó cego em uma corda
Nó cego. 





Aqui está um causo, que pode ser considerado uma pérola da pesca amadora. Enviado por Alexandre Cardoso Pesca de Natal RN, que demos o título de o Rei dos Nós (de pesca). Ele existe e está por aí no meio de nós (neste caso é pronome) e ainda não aprendeu, segundo o missivista.



                                     Desenho do autor.

Esse relato que lhes farei poderia ser apenas mais um "causo" ou "estória" de pescador, mas não é! A história que vou lhes contar é verídica, e nos foi contada por um guia de pesca de Tucunaré conhecido nosso, que há um tempo atrás recebeu uma dupla de jovens pescadores que iriam fazer uma matéria para uma revista de pesca. Ao entrarem no barco, um dos pescadores pediu para o companheiro atar o nó de lider dele, pois afirmou que não o saberia fazer. O guia olhando de canto de olho, já imaginava... será que vou ter que arremessar também para esse prego? Começando a pescaria, até que o cabrunco sabia arremessar um pouco... o cabra fisgou um peixe e veio trabalhando direitinho. O guia já mais tranquilo pensando, "pelo menos o cabra sabe jogar uma isca e trabalhar o peixe... " Menos mal, pensou ele!" Mas aí, vem uma nova pataquada, o pescador falou para seu companheiro, me passa aquela isca que fulano me enviou para eu fazer propaganda para eu colocar na boca do peixe, tirar a foto e acrescentar na matéria pra revista. É cada uma... Depois pescador acha ruim de ser chamado de mentiroso. Acrescenta no final que as informações que tive. Até hoje o referido no causo não aprendeu a dar nós ainda...
Nota da redação: Com certeza é um dos muitos "mestres" que se encontram nas páginas do Facebook.

ESPECIAL - PÉROLAS DA PESCA AMADORA





Baleia fisgada com monofilamento 0.20mm


Nosso Blog, a partir desta data, está inaugurando uma nova seção onde você leitor, poderá postar uma estória a respeito desse tema. Após a publicação da mesma, citaremos se você concordar, o seu nome. Fotos serão bem vindas, pois irão ilustrar ainda mais nossa publicação. Agradeço. Antonio Lopes da Silva 



Nova modalidade de "pesca e Solta".



Um pouco de humor!



O blog da Revista Aruanã tem hoje mais de 203 mil seguidores.Vou inaugurar uma nova seção nele:O blog da Revista Aruanã tem hoje mais de 203 mil seguidores.Vou inaugurar uma nova seção nele:
"PÉROLAS" DO PESCADOR AMADOR NO BR.
"PÉROLAS" DO PESCADOR AMADOR N

segunda-feira, 22 de abril de 2019

ESPECIAL - O MAL DO ACHISMO!





Sede do Ibama em São Paulo

Achismo substantivo masculino: O achismo é uma gíria atribuída à “teoria” que é criada por alguém sobre algo com base unicamente nas suas opiniões e intenções, sem nenhum tipo argumentação concreta ou justificativa. O achismo é praticado por pessoas que desconhecem a natureza de determinado assunto, mas que fazem questão de tentar explicar algo tendo em consideração apenas aquilo o que acham sobre o tema. Esta palavra se originou justamente a partir do verbo “achar” com a junção do sufixo “ismo”, dando a ideia de ser o ato de justificar ou teorizar algo com base em um pensamento ou conceito subjetivo (“eu acho que”...)


Corrupto

Na década de 80, nós estávamos tratando de uma portaria, junto ao Ibama, para tentar se proteger o robalo – tanto o “peba” como o “flexa” – e fomos fazer uma visita ao órgão ambiental que fica localizado na Alameda Tietê, 637 no bairro Cerqueira Cesar em São Paulo. Essa Portaria foi aprovada, fixando seus tamanhos máximos e mínimos e limites de captura e proteção da desova. Foi a primeira, de muitas outras e de outros autores, que viriam ao longo dos anos. Em nossa companhia um oficial de alta patente e especializado em questões ambientais da Polícia Ambiental de São Paulo. Dirigimos-nos ao 5º andar do prédio onde a funcionária do órgão nos esperava para a reunião final da Portaria. Junto com essa funcionária havia outra pessoa à mesa e fomos então apresentados. Tratava-se de um procurador ambiental da cidade de Santos (SP), o qual já conhecíamos de nome e havíamos feito algumas matérias e publicadas no Jornal da Tarde a seu respeito. 


“A samambaia e suas folhas tem, no máximo 20cms de comprimento”

Esse promotor tinha conseguido a aprovação de uma lei junto a Prefeitura Municipal de Santos, onde proibia a captura do crustáceo “corrupto”      em todo o município e sendo bastante fiscalizada. Essa portaria era completamente ilegal, já que na época, os municípios não tinham autoridade para tanto. Não consegui saber o porquê, mas a fiscalização era tão intensa que até soldados do Corpo de Bombeiros, apreendiam as famosas “bombas” usadas até hoje pelos pescadores de praia. Fizemos uma visita a um posto dessa Corporação na praia do José Menino e consternados comprovamos essa apreensão, pois haviam muitas delas dentro do posto. Fiz a pergunta ao promotor de qual seria o motivo que justificasse a tal portaria, pois em minha opinião a mesma era inócua. Pois bem, percebi claramente que o promotor ficou levemente contrariado, pelo seu semblante e posição em que se encontrava sentado. Sua resposta então veio rápida e veemente: é um crustáceo que ajuda muito na despoluição de nossas praias. Contestei que logo ali na frente – da praia José Menino – havia um cano que despejava esgotos domésticos e se o corrupto conseguiria combater essa poluição. 


“Camarão de Tucuruí a única isca viva"!
E a conversa foi daí para frente, tornando-se uma discussão acirrada, porém respeitosa de ambas as partes. Mais um destaque do Sr. Procurador: “os buracos que ficavam na areia, podiam provocar acidentes”. Foram mais de duas horas de discussão e não houve consenso. Na saída ele confessou que não sabia que o pescador amador tinha em minha pessoa um defensor tão ferrenho (em suas palavras textuais). Foi a única vez que nos vimos pessoalmente. Tentei de várias formas anular essa portaria, pois a mesma tinha como afirmação uma posição totalmente errada e sem nenhuma comprovação científica, mesmo sabendo que ele o corrupto faz sim sua parte na poluição de nossos mares... bem como qualquer outro crustáceo marítimo. Algum tempo depois fiquei sabendo que o mesmo promotor havia conseguido uma portaria municipal, proibindo que as funerárias não pudessem mais pegar uma espécie de samambaia na via Anchieta (não tinha ainda a Imigrantes) que eram usadas na “decoração” de seus caixões. Só para terminar, essa samambaia é uma praga em locais úmidos e perto do mar. 

            O esportivo tucunaré

Quem mora nas praias sabe disso, pois é comum aparecerem nos vasos de plantas ornamentais (a foto é de um vaso em minha casa) e não se sabe como isso acontece e, não adianta arrancar, pois com a chegada do inverno ela desaparece e na primavera volta a crescer.  Aqui está um exemplo clássico do achismo. Ele achou que devia fazer isso o fez e pronto. Estou procurando saber se a lei ainda está em vigor. (NR: fui informado agora pela manhã de hoje 22/04, que a lei ainda vigora). Mas, na época era ridículo ver o pescador amador, pegar o corrupto nas praias de São Vicente, até chegar à divisa das praias de Santos. E essa mesma medida foi tomada ilegalmente por diversas Prefeituras Municipais em nosso estado de São Paulo. Agora a moda são as Assembléias Estaduais, legislarem sobre questões ambientais, fazendo leis espúrias e sem nenhum nexo, como alguns casos em se tratando de Pesca e Solta ou Cota Zero. Gostaria de saber como os srs. deputados procedem até fazer um PL sobre esse e outros assunto. Será – aproveitando a época – que é um amigo de um amigo que o conhece e pediu tal lei? 


Tucunaré do Lago Preto rio Guajará no Pará

Meio ambiente é um assunto sério e temos ótimos técnicos que poderiam ser consultados a respeito. Mas, não o são. Infelizmente. A publicação de algumas fotos sobre o tucunaré, que o conhecemos em praticamente todas as regiões do País, apenas mostram que o mesmo se alimenta do que houver ao alcance de sua boca. Dominam completamente os ambientes lênticos onde se encontram e se tornam a grande maioria da espécie no local. Tente o pescador não levar suas iscas artificiais para ver se consegue pegar algumas naturais no lugar onde foi pescar. Uma fêmea da espécie chega desovar mais de 50 mil ovos e, uma curiosidade: tanto o macho como a fêmea cuidam da desova até sua eclosão e ainda por algum tempo contra o ataque de outros peixes aos alevinos. Está ele ameaçado de extinção?  A resposta técnica é não. Então qual será a razão de tentar se instituir uma lei Cota Zero no Estado de São Paulo? O pescador amador que paga um licença de pesca de sua categoria não tem o direito de levar uma cota de peixes (determinada por lei) para consumir com sua família? Que se estude, com a opinião dos técnicos, qual é a melhor solução para o problema e que a lei não entre em vigor até a publicação desse estudo. Estamos em uma democracia, portanto...


terça-feira, 2 de abril de 2019

TUCUNARÉ - COTA ZERO?


















Tucunaré macho em época de desova

Para nós antigos pescadores amadores brasileiros, ficamos estarrecidos com tantas opiniões nas Redes Sociais sobre nosso lazer. Ou é burrice mesmo ou é falta do que fazer. Vez por outra, lá vem alguém com alguma “novidade” idiota, imbecil e sem nexo algum. E pior: chegam a envolver políticos, tantos na esferas federal como na estadual. Assistimos todos os capítulos referentes ao Pantanal, com leis para o corrente ano como Pesca e Solta e em 2020 o famigerado Cota Zero. Proibir é a palavra mais usada, e na maioria das vezes “sem eira e nem beira”, usando opiniões de leigos ou mesmo técnicos que não conhecem a fundo a matéria sobre qual opinam. O mais recente absurdo, que além de imbecil é burro ao extremo e agora o peixinho do coração é o tucunaré que merece a máxima proteção no Estado de São Paulo, pois alguns acham que para protege-lo seria necessária a COTA ZERO. Para os mais céticos informo: Na Assembléia Legislativa de São Paulo, tramita o PL (Projeto de Lei) 614/2018 do Sr. Deputado Carlão Pignatari do PSDB, referente à Cota Zero para o tucunaré, em todo o estado dos paulistas. Por iniciativa própria já mandei um email ao deputado informando-o do absurdo desse PL e cujo teor mostro a burrice e outros adjetivos se tal PL for levado à votação nessa casa de leis. Oportunamente direi ao deputado Carlão, baseado em estudos científicos que mostram que o tucunaré, em ambientes lênticos é um verdadeiro predador dominando por completo qualquer desses locais onde foi introduzido aleatoriamente. O email do deputado Carlão, caso você queira manifestar sua opinião é: carlaopignatari@al.sp.gov.br que é público. Aproveito e mostro abaixo um editorial da Revista Aruanã em abril de 1994 quando houve a celeuma sobre o tucunaré no Pantanal, e que diziam que o mesmo iria acabar com toda a ictiofauna local, de autoria do Prof.Dr. Heraldo A. Bristiski. Para os mais apressados, devemos lembrar que o Pantanal é um ambiente lótico, diferente, portanto, dos lênticos, onde o tucunaré é praga e domina qualquer um desses ambientes em qualquer estado do Brasil.

Um editorial da época da revista citada abaixo

Revista Aruanã Ed:39 publicada em 04/1994