Quando o
pescador amador faz suas pescarias no litoral brasileiro tem como preocupação
pescar nas melhores e mais produtivas marés. Mas em se tratando de um litoral
com mais de 8.000 km de extensão, pode haver uma regra para todos os pescadores,
no que se refere altura? A resposta é não. Descubra porque.
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Maré no
costão
Em se tratando de pesca no litoral, podemos citar algumas
regras que, independente da região onde o pescador estiver, são exatamente
iguais. Assim sendo, podemos afirmar que em pesca de praia ou costão, as varas
deverão ter mais de 3,5 metros, as carretilhas ou molinetes deverão ser de tamanhos
grandes (cabem mais linhas), os chumbos deverão ser do formato pirâmide ou
assemelhados (agarram melhor na areia) e os anzóis obedecerão no tamanho as
espécies pretendidas. Os rotores e os engates rápidos que já foi matéria na Revista Aruanã,
poderão também serem os mesmos. As melhores iscas deverão ser as da própria praia em
que se estiver pescando, somando-se ainda o camarão morto, e os filés ou
toletes de sardinha, parati ou outros peixes. E, a regra final, a pescaria em
praia e costões será sempre mais produtiva se executada na enchente da maré.
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Pesca de
praia
Tudo isso é regra geral e pode ser usada em qualquer Estado
do Brasil. Em se tratando de pesca em rios e canais, a coisa começa a complicar
um pouco, mas ainda teremos regras gerais, tais como: se a pesca for de robalos,
podemos afirmar que as varas para iscas artificiais devem ter no máximo 1.90 metros
de comprimento, pouco flexíveis, a linha poderá variar entre 0.30 a 0.40 milímetros
(dependendo do tamanho da isca) e os molinetes ou carretilhas deverão ser de
tamanho pequeno ou médio. Nas iscas naturais, é regra usarmos-as sempre vivas,
e de preferência camarões, pitus, sardinhas, paratis e amboré. Nesse caso, as
varas serão um pouco mais flexíveis.
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Rio no
litoral
Se pescarmos com boia, as varas serão de 2.10 metros de
comprimentos, servindo também esse material para quem pesca de lances, no
fundo. Os anzóis ficam a gosto de cada um, em seu tipo e tamanho. Outra regra é
que na maioria dos rios e canais do litoral a pesca será sempre mais produtiva
se for feita na vazante das marés. Isto é uma regra, guardadas algumas
exceções. Já que em alguns rios (poucos) se pesca também na enchente da maré,
pelo menos nas duas primeiras horas, até que pare de correr. Mas afinal qual
será maré para se pescar em nosso litoral? É exatamente aqui que a “coisa” pega
e que não existe absolutamente uma regra geral.
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Maré baixa
no mangue
Senão vejamos. Vendo a Tábua de Marés, diríamos que no dia 12
de setembro de 1992, no litoral do Estado de São Paulo, a maré será excelente
para a pesca de praia e costão. Essa afirmativa mostra que a altura e a “corrida”
da maré são ideais para esse tipo de pesca. O exemplo mais abaixo mostra essa
afirmação (Porto de Santos). Aí está portanto, uma maré ótima para a pesca em costões e praias no
litoral paulista, pois a partir das 9 horas e 19 minutos a maré está na baixa
mar com menos de 0.20 centímetros, sobe até as 14 horas e 54 minutos para 1 metro
e 30 centímetros. É uma corrida excelente para esse tipo de pesca. E no resto
do litoral brasileiro, seria o dia 12/9/92 também um bom dia para a pesca em
praia e costão?
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Pois bem, vamos transcrever a maré desse dia em vários portos
e que o leitor tire as suas próprias conclusões (Ver quadro ao lado). Como se vê, fica
difícil fazer uma previsão para todo o Brasil de bons dias para a pesca, de
acordo com a Tábua das Marés. Só Para se ter uma ideia, a diferença entre, por
exemplo, o Porto do Rio Grande do Sul para o Porto de São Luiz é de 5 metros e
10 centímetros ma altura da maré. Aproveitando, queremos com isso demonstrar
aos nossos leitores a total impossibilidade de se publicar a tábuas das marés
para o ano todo em todos os Estados brasileiros. Com certeza, isso iria ser maior de que o
número de páginas de uma edição da Aruanã (NR: anos depois faríamos isso de uma
maneira mais resumida). No entanto, para tudo se dá um jeito e em se tratando
de pesca não poderia ser diferente. Assim sendo, após analisarmos todas as
tábuas de marés, Estado por Estado, chegamos à conclusão de que, desde o Rio
Grande do Sul até o centro do Espírito Santo, podemos tomar por base a mesma
maré, ou seja, exclusivamente em pesca de praia e costões, podemos pescar nas
chamadas marés grandes de lua cheia ou nova. Ainda para esses Estados, a pesca
em rio e canais será melhor entre o terceiro e quinto dia das luas grandes já
com a influência dos quartos minguantes ou crescentes.
Traduzindo essa maré, seria aquela que gira em torno de 1.30
metros na preamar e de 0.60 ou 0.70 na baixar mar.
Em se tratando de nordeste e norte do Brasil, diríamos, com
alguma margem de erro (o pescador deve pesquisar a respeito), que as boas marés
para praia e costão ainda são as de lua grandes, evidentemente guardadas as
proporções de desníveis de altura da preamar e da baixamar.
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Praia com
costão
Nos canais e rios do litoral as melhores marés serão sempre
as chamadas “marés mortas”, que se encontram em dias de quarto minguante ou
crescente, quando a altura e a variação de “corrida” giram em média em torno de
1 metro da preamar para a baixamar. (NR: regra que pode variar na altura, porém
a pescaria será sempre melhor quando a maré estiver correndo, na baixamar).
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Pedras em canal
de mar
Finalmente, qualquer pescador amador poderá, em qualquer
Estado do Brasil onde haja Capitania dos Portos da Marinha do Brasil, conseguir
a tábua de marés de seu estado para todo o ano de 1992. Aliás, para a confecção
deste artigo, nos valemos dessa tábua de marés, com as informações e cálculos
da Marinha do Brasil.
NR: Atualmente essa informação da tábua das marés pode ser visualizada
na “moderna” Internet. Os tempos mudaram, porém as dicas continuam as mesmas.
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Revista
Aruanã Ed:27 publicada em 04/1992
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