sexta-feira, 1 de novembro de 2019

EQUIPAMENTO - O ROTOR













Em se tratando de pesca de praia ou costão, o rotor de engate de pernada, a despeito de ser uma peça minúscula, deve ser considerado como um equipamento indispensável.

Robalo

A princípio, a função do rotor parece de menor importância. Ledo engano, já que essa pequena peça tem papel indispensável na colaboração com o sucesso de nossas pescarias no litoral, a começar por sua resistência, item que por si só garante a segurança na briga com o peixe. Formado de uma só peça em aço inoxidável, sua bitola, em milímetros, pode variar de acordo com a modalidade a ser praticada, estando subdividido em três categorias: pesca leve, média e pesada. Na pesca de categoria leve, devemos usar um rotor com bitola de 0.30mm. Na pesca média, a bitola deve ser de 0.45mm e finalmente, na pesca de categoria pesada, a bitola poderá ser de até 0.70mm. 

Mestre Takeshi Tanabe 

Essas bitolas correspondem e determinam os tamanhos dos rotores como pequenos, médios e grandes. A história da participação dos rotores nos chicotes utilizados na pesca de praia e costão é praticamente recente, já que começaram a ser usados somente por volta de 1970, quando sua utilização era restrita aos pescadores de competição. Podemos afirmar também que os primeiros rotores vieram da Europa para o Rio de Janeiro e da Argentina para o Rio Grande do Sul, sendo o modelo importado conhecido como “rabo de porco”. Com seu uso difundido posteriormente, e graças à criatividade do pescador amador brasileiro, os outros tipos apresentados nesta matéria foram sendo inventados e aperfeiçoados de acordo com nossas necessidades. 

 Os dois Mestres em uma pescaria na Ilha Comprida

Sua principal função é não deixar a linha da pernada enrole na linha do chicote, fazendo com que a isca fique junto a ela. Quando isso acontece, o pescador praticamente não consegue sentir a fisgada do peixe. Com a pernada livre, a isca fica ao sabor da correnteza, sendo então muito mais atrativa para o peixe, seja de que espécie for.  Outra utilidade que deve ser citada refere-se à segurança na hora da briga, já que podemos colocar uma bitola de linha mais firme e sem atrapalhar o lance e nem causar embaraços na linha. Essa linha pode ter o comprimento que desejarmos, desde que não seja maior que a distância entre uma ou outra para que não enrosquem entre si. 


Pescaria na praia de Massaguaçu

Um tipo fácil de colocação é o “engate rápido ou bico de pato”, que como o próprio nome diz é o mais rápido de todos. No tipo “rabo de porco” e fixo em L ou em V, essa operação demora um pouco mais, apesar de ser bastante simples. No engate rápido, damos um nó comum na linha e o engatamos no rotor, enquanto nos outros tipos citados teremos que passar a linha pelo meio, para só depois dessa operação dar o nó. O nó comum nada mais é do que aquele “nó de embrulho”, tendo o cuidado de dar de três a cinco voltas para que fique mais grosso, a fim de que não passe pelo engate do rotor. 

Takeshi trabalhando o peixe fisgado

A preferência individual de cada pescador é que vai determinar a escolha do tipo de equipamento. Particularmente, gostamos mais do engate rápido ou bico de pato devido à simplicidade de manuseio oferecida, além da facilidade de proporcionar a rápida troca de linha e do anzol da pernada. Uma prática muito comum de quem usa os rotores é levar várias pernadas prontas para sua pescaria, com bitolas e anzóis de vários tamanhos, para uma troca rápida e segura. No que se refere ao tamanho da pernada, trata-se de outro item que fica a critério do pescador, desde que os anzóis em suas pontas estejam livres de embaraço entre si. 

Duble de peixes.


Uma boa dica é fazer todas as pernadas de um só tamanho (60 cm, por exemplo) e medir o comprimento desejado na hora de dar o nó. Uma vez que o nó tenha sido feito, bastará cortar a linha excedente. E assim ficamos conhecendo mais detalhes a respeito do pequeno e indispensável rotor. Na Aruanã Pesca, o pescador encontra não só os rotores avulsos como também os chicotes completos. E se preferir o kit completo para fazer em casa os próprios chicotes. Boas pescarias.


NOTA DA REDAÇÃO: Todos os modelos mostrados nas fotos eram fabricados pelo nosso amigo e parceiro da Revista Aruanã, Nelson de Melo. Ele tinha uma ferramenta para torno, onde os modelos eram fabricados. 


Mestre Nelson de Melo em uma pescaria no costão

Com um acordo fechado entre nós e o Nelson, somente a Aruanã venderia esses modelos aos pescadores. Nossa loja vendeu milhares desses rotores e ainda temos em nossa tralha atual, vários deles e em todos os modelos e tamanhos. A outra nota, e esta muito triste, é que em algumas fotos aparece a imagem de Takeshi Tanabe pescando. Nosso parceiro e grande mestre pescador na modalidade praia deixou-nos recentemente, indo pescar nas praias do céu. Morador em Suzano SP e, participante ativo de sua equipe de competição, a Suzanpesca, participou de várias matérias e vídeos da Aruanã. Recentemente (22/09) houve um torneio de pesca de praia, com seu nome e realizada na praia de Massaguaçu em Caraguatatuba. Nossas eternas saudades Mestre.

Revista Aruanã Ed:36 publicada em 04/1997

4 comentários:

  1. Tenho até hoje a fita vhs da aruanã com pescaria de Takeshi Tanabe e Nelson Melo em Massaguaçu e ilha comprida. Só falta o vídeo cassete.

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  2. Boa tarde Gustavo: Eu ainda tenho algumas cópias do vídeo de Pesca De Praia a que você se refere, em DVD e remasterizado em som e imagem. Se tiver vontade de adquiri-lo, por favor entre in box ou no meu email: toninho.jorn@gmail.com Obrigado

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  3. Fui um leitor assiduo das revistas na época tenho quase todos exemplares guardados. Gostaria de saber se vcs ainda vendem o boné da aruana aquele azul

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    1. Boa tarde: Muito obrigado por suas palavras em direção a Revista Aruanã. Uma pena você não ter declinado seu nome, no entanto a resposta sobre o boné, infelizmente é não. Eu mesmo só tenho um e mesmo assim já bastante usado e a cor preta que era a sua original, hoje virou um cinza claro. Vários amigos comentam sobre este velho boné, ao que eu respondo: o que ele, o boné viu (era o que eu usava em todas as matérias de campo), muita gente jamais verá. Fraterno abraço.

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