quarta-feira, 27 de maio de 2020

PESQUISA ARUANÃ SOBRE O PANTANAL





Na edição 71 (pág.50/51) da Revista Aruanã, fizemos uma pesquisa onde algumas perguntas foram feitas aos pescadores. Temos agora o resultado da pesquisa. Confira.

Fotos meramente ilustrativas – Arquivo Aruanã


No resultado da pesquisa realizada por nós da Aruanã, recebemos 328 respostas, entre cartas, e-mails, telefone e até pessoas que vieram pessoalmente aqui na redação. Confessamos que alguns itens nos surpreenderam, pois não esperava-mos tais respostas. Vamos comentar então esse resultado e também algumas das respostas enviadas.
1º - QUANDO ACONTECEU SUA PESCARIA NO PANTANAL?
Nesta questão, a grande maioria (785) respondeu entre os meses de julho e outubro. E segundo os entrevistados, essa época foi a escolhida “porque achavam que era a melhor época”.
2º EM QUE REGIÃO ELA ACONTECEU?
A grande maioria respondeu que foi na região centro, ou seja Corumbá com 48%, ficando a região Norte (Porto Jofre, Cuiabá, Cáceres) em segundo lugar. (Porto Murtinho), com 20%. Neste ponto, há explicação de que Corumbá é a região onde há maior infra-estrutura para atendimento dos pescadores, pois é muito maior o número de barco hotéis, e hotéis pesqueiros, além de vôos diários para a própria cidade. 


Na região norte, percebe-se que, se existem maiores áreas, existe uma infra-estrutura menor e pouco divulgada, além de que as distâncias dos grandes centros (Cuiabá) até os locais de pesca são longas e com algumas estradas em péssimo estado de conservação. Nessa região ainda, cerca de 16% dos entrevistados disseram que preferiam acampar. Na região sul (Porto Murtinho), o maior problema é a distância de um grande centro servido por avião (Campo Grande), cerca de 500km, mas a estrada é boa, pavimentada e com bom acesso. Há também pouca divulgação da região. Neste caso, no que se refere a acampamento, apenas 3% costumam pratica-lo.
3º - VOCE PESCA EM BARCO HOTEL OU HOTEL PESQUEIRO?
A resposta aqui não surpreendeu, já que foram bem parecidas, ficando os hotéis com 45% e os barcos-hotéis com 41%. A diferença de 14% ficou por conta de acampamentos, ranchos de amigos, barcos de amigos e até quem se hospedou na cidade de Corumbá e alugava pequenos barcos para suas pescarias.


4º - COMO ESTAVA O NÍVEL DA ÁGUAS?
A grande maioria esmagadora de 94% respondeu que o nível das águas estava baixo. Nada a estranhar, já que não houve cheias no Pantanal no ano passado.
5º QUE ESPÉCIE DE PEIXE VOCÊ MAIS PESCOU?
A resposta aqui fica mais dividida, já que dependeu muito da região e da época onde aconteceu a pescaria. Mas mesmo assim alguns números nos chamaram a atenção. Pintado/cachara foram os mais pescados, mas a grande maioria solta por não atingirem o tamanho mínimo: também foram citados pacu, piavuçu, dourado e bem abaixo da média, jaú.
6º QUAIS FORAM AS ISCAS MAIS USADAS?
A grande maioria (87%) respondeu que foram iscas naturais, apesar de muitos desses pescadores terem na tralha iscas artificiais, mas ainda prevalece o mito de que “as iscas artificiais com garatéias” são proibidas. O que é um grande engano, já que as leis permitem o uso de iscas artificiais.


7º HOUVE PROBLEMAS COM A FISCALIZAÇÃO?
Mais uma vez, a grande maioria (79%) respondeu sim a esse quesito nas três áreas por nós perguntadas. Responderam também que, em muitos casos, a “velha e boa cervejinha” na mão do fiscal quebrou muitos “galhos”. Isso é um problema que chega a ser vergonhoso, pois o pescador, dentro de seus direitos, não precisa comprar ninguém. Outra grande reclamação refere-se a Mato Grosso do Sul: a cobrança de ICMS sobre o peixe cobrado por pescadores.
8º - HOUVE PROBLEMAS NOS PESQUEIROS, TAIS COMO HOSPEDAGEM,                           ALIMENTAÇÃO, ISCAS, BARCOS E PILOTEIROS?
Nesta pergunta foram muitas e diversas as reclamações. Na hospedagem, reclamou-se de troca de roupa e toalhas do quarto, ar condicionado, comida, limpeza e barulhos de outros hospedes. Nas iscas, poucos reclamaram da qualidade, mas muitos reclamaram dos preços. 


Sobre barcos houve também reclamações sobre seu estado de conservação, limpeza, salva-vidas inadequados ou estragados, motores de popa mal conservados (demoravam demais a “pegar”). Finalmente piloteiros: poucos acharam os mesmos mal educados e desatenciosos: muitos achavam que ao apoitar o barco, ficavam com os melhores lugares para pescar, usavam a tralha dos pescadores, bebiam e fumavam por conta dos mesmos pescadores e “pareciam desconhecer” os melhores pontos de pesca. Neste ponto, quando o pescador reclamava com o dono do pesqueiro para a troca de piloteiros, na maioria das vezes era negado, dando-se diversas razões para que isso não acontecesse, tais como: “não tenho mais ninguém, vai desprestigiar o rapaz, vou chamar a atenção do mesmo”, entre outros.
9º - QUAL FOI O MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO?
Neste ponto o resultado da pesquisa é duvidoso, já que, de acordo com a classe social do pescador, podem haver alterações. 


No entanto, foram citados, avião, ônibus fretado, carro próprio e até ônibus de linhas regulares.
10º - SEGUNDO SUA OPINIÃO, FOI A MELHOR ÉPOCA PARA IR OU VOCÊ MUDARIA SE PUDESSE?
Mais uma vez a grande maioria respondeu que se pudesse mudaria a época escolhida. Aqui, percebe-se claramente o motivo. Com o rio baixo, os pescadores não fizeram uma boa pescaria. Portanto a escolha de uma outra época, prevaleceu.
11º - AO CHEGAR NA PESCARIA VOCÊ PERCEBEU TER ESQUECIDO ALGO?
Foi até engraçado ver esse resultado. Praticamente todos os pescadores deixaram de levar alguma coisa que lá no Pantanal sentiram falta. Tivemos de tudo, desde medicamentos, até roupas e até um caso especial, que esqueceu de levar o seu “travesseiro preferido”, dormindo mal, portanto, em sua pescaria.

                                          NOTA DA REDAÇÃO
Como o leitor pode perceber, a principal intenção dessa pesquisa foi mostrar a pescadores, donos de pesqueiros e principalmente autoridades do Pantanal, os problemas que todos nós, pescadores amadores, enfrentamos. Muitas das respostas aconteceram a um pescador amador que vai até o Pantanal levar recursos para a região e gasta boa soma de dinheiro, muitas vezes economizada durante o ano inteiro, para fazer a pescaria dos seus sonhos. Muitas respostas foram também de pessoas que foram pela primeira vez ao Pantanal e que, segundo disseram, “vai ser muito difícil voltarem lá”. Nesse ponto é que vamos revelar o motivo da Revista Aruanã ter feito esta pesquisa. Em primeiro lugar, temos que dizer que nós não somos agência de viagens ou turismo. Portanto, não estamos querendo tirar o “ganha pão” de ninguém. Nossa principal intenção é de defender seus interesses e seu dinheiro, e que seja respeitado por empresas e autoridades e principalmente que você faça uma excelente pescaria. 

Por essa razão é que, se você confiar em nós, antes de marcar sua pescaria, seja no Pantanal norte, centro ou sul, entre em contato conosco, e nós organizamos sua pescaria. Afinal de contas (e disse temos orgulho), ninguém conhece o Pantanal como nós. Além de todos os cursos de água (por nós já percorridos) conhecemos a maioria dos hotéis pesqueiros e barcos hotéis. Nós sabemos quem é sério ou não nesse segmento. E finalmente, duvidamos que você esqueça qualquer coisa na sua pescaria, pois para quem marcar conosco a pescaria, enviaremos uma lista completa do que levar. E melhor de tudo: nós sabemos qual a melhor época, qual é a altura da água, a melhor região e qual tipo de peixe que está mais ativo. Diariamente, mantemos contato com gente séria, que nos dá informações corretas. E, dependendo da época e de nossos afazeres, vamos procurar ir junto com os pescadores. Quero ver se, com a nossa presença, alguém irá maltratar o pescador amador.

                                                                   

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