Apesar de ser um peixe predador, a
pesca do black bass tem suas manhas e segredos. Com as mais recentes novidades
em equipamentos, sua pesca ficou muito mais fácil. Confira e comprove.
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Bass na minhoca artificial
A história do black bass no Brasil já data mais de 75 anos (NR: atualizando o tempo – 97 anos), visto que os
primeiros peixes vindos dos Estados Unidos e do Canadá aqui chegaram por volta
do ano de 1922. Só para esclarecer, e a bem da verdade, essa espécie foi
introduzida em nosso país porque as autoridades de meio ambiente começavam a se
preocupar pela proliferação das piranhas em nossos reservatórios hidrelétricos.
Sendo o black bass um predador, acharam eles que facilmente combateria as
piranhas. Foi no estado de São Paulo a primeira introdução, e mais tarde em
outros estados tais como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Como se vê,
a opção foi feita pelos estados de clima mais frios, pois erradamente se pensou
que, sendo o Bass originalmente de regiões mais frias, sua aclimatação seria
melhor nessas áreas. Esse pensamento foi outro erro, pois o Bass já estava, nos
Estados Unidos, aclimatado em estados como a Flórida e a Califórnia, de clima
muito parecido com o nosso. Aliás, nesses estados americanos mais quentes o
bass atinge tamanho maiores, chegando mesmo a atingir recordes por volta de 9
ou 10 quilos, enquanto nos estados mais frios ele pouco passa de 4 quilos, aliás,
a exemplo do Brasil, onde os maiores exemplares já fisgados estão bem abaixo
dos 4 quilos.
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Bom local para pesca
Um outro ponto a esclarecer é que algumas pessoas aqui no
Brasil afirmam que o bass da Flórida é de espécie diferente, chamando-o
inclusive de Floridanus. Em recente
viagem aos Estados Unidos, conversando com alguns biólogos experientes,
afirmaram eles categoricamente ser a mesma espécie de peixe, ou seja, Micropterus salmoides. Isso inclusive
faz lembrar o caso do nosso tucunaré, que na Amazônia chega a 12 quilos e em
outras regiões do Brasil, como o estado de São Paulo, dificilmente ultrapassa
os 5 quilos. Mas vamos deixar essa discussão de lado e nos ater ao assunto
principal desta matéria, em cujo título dizemos que ficou mais fácil pescar o
bass. Pois bem, o bass pega em iscas vivas ou artificiais, sendo que estas últimas
são as mais esportivas. Nas artificiais, vamos encontrar alguns tipos tais como
plugs de meia água, fundo e superfície, além de colheres, spiners, jigs e minhocas.
Em nossa opinião e pela nossa experiência, podemos afirmar sem qualquer sombra
de dúvida serem as minhocas as mais produtivas. Só que existem alguns problemas
quanto ao uso das minhocas, pois as mesmas são difíceis de serem utilizadas,
tal é a sensibilidade que o pescador terá que ter para sentir, no fundo, o que
é um ataque desse peixe a essa isca.
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“As novidades”
Quando não se tem prática, qualquer batida, por exemplo, de
paus ou pedras submersas, parecerá ao pescador menos experiente uma batida do
peixe. E às vezes a batida do peixe, traduzida em dois leves toques, parecerá ser
enrosco e não se dará a fisgada, perdendo-se então o peixe. Vamos tentar
explicar: normalmente, pesca-se com a minhoca no fundo e, dando-se pequenos
toques, fazemos com que a isca venha dando pequenos saltos no fundo da represa.
Ao passar por galhadas submersas, o chumbo ou a isca baterá nos galhos dessas
árvores, dando o falso sinal de peixe. É interessante observar um pescador
menos experiente, pois, após violenta fisgada (com a minhoca é assim, violenta)
ele fica com aquela cara de quem perdeu o peixe; no fundo, ele não teve a
certeza de que era peixe, e isso irá causar um certo descontentamento, e quando
for peixe, ele não fisgará, com medo do ridículo. Tudo isso é bobagem, e sempre
dizemos que o seguinte: em caso de dúvida, fisgue, porque se for peixe ele não
vai dar tempo para indecisão. Se for galho, com certeza não se fisgará nada.
Pois bem, pescar com minhocas era assim. Atente o leitor para o tempo do
verbo...era assim.
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O novo equipamento para o bass
Nessa viagem aos Estados Unidos, em Spirit Lake no estado de
Yowa, mais precisamente numa visita à OTG, fabricante da marca Berkley, entre
outras, ficamos conhecendo um novo produto específico para a pesca do bass,
afirmando os fabricantes ser a maior novidade para a pesca dessa espécie de
peixe. A princípio tivemos dúvidas da eficiência desses novos produtos, pois
nos parecia ser impossível. Mas trouxemos para o Brasil o conjunto completo
para fazer alguns testes aqui em nossas represas. Esse conjunto foi composto
principalmente por três novidades: a vara Pulse, a linha Fireline e as minhocas
Power Bait, sendo que os anzóis e os chumbos foram os modelos tradicionais.
Após três pescarias, podemos afirmar que realmente ficou muito mais fácil
sentir o bass nesse tipo de pescaria. Nessa vara, tanto para carretilha como
para molinete, a diferença é que na sua empunhadura os dedos da mão ficam
diretamente na haste, dando ao pescador maior sensibilidade. A linha é de uma
fibra exclusiva da Berkley, parecendo de não ser uma linha de multifilamento
com elasticidade zero, o que da maior sensibilidade em qualquer toque, e o
melhor de tudo é que a Fireline não é abrasiva. E finalmente, a minhoca:
segundo o fabricante, o bass, com a minhoca comum, fica com a isca na boca por
volta de um ou dois segundos; com a Power bait, o bass chega a ficar até 18
segundos com essa minhoca na boca.
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“A linha”
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Essa diferença se dá, ainda segundo o fabricante, porque essa
nova minhoca vem impregnada com uma essência altamente agradável ao black bass,
que é injetada na minhoca na hora da fabricação. Pois bem. Mais uma vez a bem
da verdade, podemos afirmar que ficou muito mais fácil sentir o Bass com esse
material. Realmente, nessas minhocas a “pegada” do Bass é diferente, já que, em
vez das duas batidinhas, o peixe chega a bater cinco ou seis vezes e até a
carregar a minhoca, ficando muito mais fácil senti-lo. Por outro lado, a prova
maior de que esse conjunto é diferente, foi que levamos nessas pescarias-testes
um pescador que nunca havia fisgado bass em minhoca artificial, e ao fim da
primeira pescaria, esse pescador, novato nessa modalidade, conseguiu fisgar dois
black bass, coisa que há mais e dois anos estava tentando, já quase tendo desistido
de pescar com minhocas artificiais. Como informação final, os produtos Berkley
aqui citados são importados legalmente pela Mustad do Brasil, com sede em Porto
Alegre, telefone (051)3743122 e fax (051) 374-2991
(esses números devem ser confirmados). Na rede de lojas especializadas
em artigos de pesca já se encontram esses produtos. Caso não os encontre em sua
loja preferida, ligue para a Mustad. Vivendo e aprendendo...
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Bass na power bait
NOTA DA REDAÇÃO: Por ocasião da publicação desta matéria,
achamos melhor – para não parecer ostentação – omitirmos detalhes que agora
achamos conveniente contar. Eu estava em companhia Alexandre Mussi Fortes,
diretor da Mustad no Brasil. Quando nos falaram sobre a nova minhoca, devemos
ter feito cara de que não estávamos convencidos. Daí a nos mostrar foi fácil
então como veremos. A Berkley tem em suas instalações diversos black bass em
criação própria. Esses bass ficam em compartimentos separados, mas, com acesso
a um tanque maior, onde são realizados testes, com novas iscas. Na parte de
cima dessa secção, há uma “raia” de uns 15 metros por dois de largura, usada para
arremessos de precisão. Em um canto dessa sala que é ampla, há uma escada em
caracol que nos leva a um subsolo, com uma enorme parede de acrílico, onde em
uma tela de aproximadamente cinco por dez metros de comprimento, com todas as
características de um aquário completo, com iluminação própria somente em seu
interior.
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Linha da fabricação das Power Bait na Berkley
Foram soltos nesse aquário, cerca de 10 black bass. Sentamos
em poltronas e por intermédio de um telefone, foi dado ao um funcionário que
desse lances – na parte de cima – com as minhocas tradicionais e trabalhasse as
iscas normalmente como se fosse em uma pescaria. Com a caída da minhoca na água,
vários bass abocanharam a minhoca e passado dois ou três segundos a cuspiam.
Isso foi feito com vários peixes e sempre com o mesmo resultado. Dada a ordem
ao funcionário que mudasse a isca para a Power Bait. Pois bem, quando a isca
chegava ao fundo, imediatamente um bass abocanhou essa isca e ficou com ela na
boca, cerca de 12 segundos, cronometrados. E pior, quando ele a cuspia, imediatamente
outro a pegava e a repetição de se dava exatamente igual. Rindo, cumprimentei
ao Tom Bedel. Presidente da OTG, pelo sucesso dessa nova minhoca. Em nossa
bagagem, - na volta ao Brasil - duas varas Pulse, alguns carretéis de linha Fireline, e dezenas de
minhocas de várias cores, formatos e tamanho. Essa foi a razão de publicarmos
este artigo, com o título de Bass: ficou mais fácil.
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Revista Aruanã Ed: 64 Publicada em 08/1998
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