O vento, dependendo de sua
intensidade, atrapalha e muito a pescaria, seja no mar ou água doce. Vamos
abordar este assunto e tentar esclarecer essa questão.
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Em alto mar, as ondas prejudicam a navegação
Nós até que poderíamos fazer um assunto técnico, onde
apareceriam expressões como Coriolis (ação defletora), Buys-Ballot (leis da
tempestade, anti-ciclônico, ciclônico, pré-frontal, frente fria, altoestratos,
cumulonimbus, etc. Isso, com certeza, não vai ser preciso ainda mais porque já
publicamos (Revista Aruanã edições 3 e 8) um artigo completo sobre esse
assunto, assinado pelo Prof. Rubens Junqueira Villela. No blog publicado em junho
de 2015. Vamos procurar então, falar sobre os ventos, suas causas e efeitos na
pescaria, e tentar apontar algumas soluções para minimizar esses problemas.
PESCARIAS NO MAR
As pescarias feitas em praias e costões costumam ser muito
prejudicadas pela ação dos ventos, que normalmente sopram no nordeste para
sudeste, ou seja, em nosso litoral, da esquerda para a direita. São ventos que
têm intensidade de velocidade entre 5 a 10 quilômetros por hora. No caso de
aproximação de frentes frias, esses ventos podem mudar a direção e ganham maior
intensidade. Atrapalham o pescador, principalmente pela formação de “barriga”
na linha e pelo constante balançar da ponta da vara de pesca. Diminuir a
barriga da linha pode ser conseguido usando-se linhas de monofilamento, de
bitolas bem finas, como por exemplo 0,20 a 0,30 milímetros.
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Um dia de mar sem ventos
Outra providência a ser tomada é tentar fazer com que a ponta
da vara de pesca fique mais baixa, portanto sem a menor ação do vento sobre
ela. Em alto mar, o problema de ventos é que os mesmos foram ondas, às vezes
enormes, prejudicando a navegação e não a pescaria. Em rios e canais do litoral,
os ventos atrapalham nos arremessos, no apoitar o barco e, dependendo da
largura dos rios e canais, as ondas que se formam atrapalham a navegação. Outro
problema de ventos em canais são as folhas que se soltam das árvores do mangue
e ficam boiando na superfície das águas. No último caso, quem pesca com iscas
artificiais será prejudicado. A solução para pescar em rios e canais quando
houver vento é procurar locais de pesca menos expostos ao vento, que normalmente
localizam-se em curvas acentuadas dos rios, ficando protegidos pelas árvores ou
morros.
REPRESAS E RIOS DE ÁGUA DOCE
Nas represas, os maiores problemas com os ventos referem-se à
navegação, já que se formam ondas de um metro ou mais, e isso é um problema
sério no que se toca a segurança da embarcação, normalmente barcos pequenos.
Contra essa ação não há solução, a não ser que o pescador levante bem cedo e
tente chegar no seu pesqueiro preferido o mais rápido possível, já que os
ventos na represa aumentam mais com a ação do sol e calor.
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Formação de nuvens
Na pescaria, se o vento ficar mais intenso, a solução será
pescar nas grotas e entradas, muito comuns nas represas. O vento atrapalha mais
a pescaria quando se quer usar iscas artificiais de superfície. Com iscas de
meia água ou iscas vivas, a interferência do vento será menor. Nos rios,
devemos evitar os chamados “estirões”, que são aquelas retas onde o vento “encana”,
provocando ondas. Curvas e locais protegidos do vento serão mais produtivos.
VENTOS FORTES
Normalmente, com um pouco de observação podemos prever quando
irá ventar forte. Se houver no horizonte a formação de nuvens (cumulonimbos)
pesadas, lembrando a forma de uma bigorna, com cores escuras e ameaçadoras, ou
ainda relâmpagos e trovões, é um sinal de que, se o vento estiver na direção do
pescador, vai ventar forte, e o que é pior, irá chover pesado. Nesse caso é bom
procurar abrigo, já que tais ventos e chuvas, muito comuns na primavera e
verão, costumam ser passageiras. Se não houver abrigo por perto, coloque uma
boa capa de chuva, saia de perto do barco e fique e fique em local descampado,
sentado ou deitado até a chuva passar. Em hipótese alguma vá se abrigar perto
de árvores, pois tais locais costumam atrair raios. Se for na praia e costão,
saia de perto das varas e tente se abrigar nas pedras do costão ou nas praias,
ficando na faixa de areia entre o mar e o fim da praia, também sentado ou
deitado na areia. Boa pescaria.
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Revista Aruanã Ed:66 Publicada em 12/1998
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