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Foto Kenji
Honda
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Com a moderna tecnologia e com
materiais novos, as varas de pesca foram ficando cada vez mais sofisticadas.
Isso ocorreu Há apenas alguns anos atrás. Antes, tudo era diferente. Confira.
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Uso com
equipamento pesado
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Ao se falar de varas de pesca nos dias atuais, vamos
encontrar nomes como conolon, borom, grafite, titânio, ou então siglas como IM6
ou IM7, além das tradicionais medidas em libras, que o pescador brasileiro
menos informado pensa ser a resistência da vara, mas nada mais é do que a
indicação da capacidade em libras das linhas a serem usadas, dependendo do modelo
da vara. E tem coisa pior, já que as medidas dessas varas vêm marcadas em pés,
medida essa totalmente estranha aos nossos usos e costumes. Aliás, bem
recentemente, essa confusão em libras, polegadas e pés, atrapalhou até o
satélite da toda e poderosa NASA, a Agência Espacial Americana, pois além
dessas medidas seus técnicos usaram também o sistema em metros, e a confusão se
estabeleceu, levando o satélite para o “espaço” literalmente. Há cerca de 20 ou
30 anos atrás, as nossas varas de pesca eram feitas da famosa “fibra de vidro”,
que tinham como diferença de hoje, apenas o peso, já que punhos, passadores,
cabos e ponteiras, até hoje, seguem os mesmos modelos. Na onda dessas varas
modernas, foram muitos os pescadores que embarcaram, tendo sempre como preocupação o peso das mesmas.
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A linha de
fabricação das varas Yamato - Todas maciças
Nós até que concordamos, em parte, no uso dessas varas mais
leves, e abrimos essa exceção para aqueles pescadores que gostam de pescar com
iscas artificiais e, portanto, dão centenas de arremessos durante uma pescaria,
sempre com a vara de pesca nas mãos. Realmente nesse caso, o peso da vara
influi e muito, não na pescaria, mas sim no cansaço do pescador. Mas existem
casos em que as varas maciças ainda são insubstituíveis em diversos tipos de
pescaria. Querem exemplos? Pois bem, vamos a eles. As chamadas pescarias barra
pesadas são um bom exemplo disso. Além do que, lógico, as varas maciças quebram
muito menos do que as atuais varas modernas. Digamos que o pescador esteja em
um rio qualquer, fazendo uma pescaria barra pesada, tipo jaú, pintado, filhote,
piraíba ou pirarara, e usando uma linha bitola 0.90 milímetros. Para os
“professores” que vão estranhar essa bitola de linha, podemos afirmar que em
alguns locais onde haja muito enrosco essa bitola será necessária. Na hora em
que se fisgar um grande exemplar dos peixes citados e não se possa dar linha
(enrosco), fica a pergunta: qual será das duas varas que irá agüentar esse
“tranco”?
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Pirarara
A resposta é simples e objetiva: a vara maciça. Temos ainda outros exemplos, e estes se
referem às pescarias na chamada zona da água azul. Nesses locais, onde
dificilmente teremos enroscos, a vara maciça ainda tem a sua real utilidade,
principalmente quando o peixe estiver prestes a ser embarcado, pois por várias
vezes vimos varas ocas quebrarem na luta final com o peixe. Neste caso do
peixe, podemos estar nos referindo aos grandes marlins, atuns (alguns com mais
de 100 quilos), cações e tubarões e outros. Existem ainda pescadores de água
azul que fazem questão de montarem suas próprias varas maciças, usando então
aqueles cabos especiais, passadores e ponteiras com roldanas. Como se vê, a
velha e boa vara maciça ainda é muito usada nos dias de hoje. E temos ainda
alguns detalhes a mais para falar de varas maciças. Quanto a resistência das
mesmas, acho que não precisamos mais nos preocupar com isso, já que, nessa
regra, não existe exceções. Mas temos outros pontos a esclarecer. Se por um
acaso qualquer pisarmos na nossa vara de pesca, e se a mesma não for maciça...
adeus, ou então vamos leva-la para o conserto e a antiga “ação” da vara
original já era, pois com a emenda nunca mais será a mesma.
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Vara maciça
no corrico
Outra pergunta: quantas vezes, em viagem de carro ou avião,
na bagagem ou em uma batida de porta de carro, a ponteira de nossas varas ocas
quebraram? Pois é pescador, vamos começar a dar valor às “velhas varas
maciças”. Um outro exemplo são as varas de duas sessões, ou seja, em duas
partes. Se a vara for oca, é inevitável que o primeiro lugar onde ela pode
quebrar será sempre na emenda, e aí lá vai ela para o conserto, ficando com os
mesmos problemas citados anteriormente. Na vara maciça, a emenda será o último
lugar a sofrer qualquer dano, já que terá encaixe de metal, fortalecendo-a
ainda mais. Para encerrar, não vamos nem falar nas batidas das varas ocas
contra pedras, bordas de barcos, ou ainda e pior, batida de vara contra vara,
que costuma acontecer quando dois pescadores estão pescando muito perto, em um
barco por exemplo. Finalmente, e agora o pescador irá gostar: o preço. No
mercado de hoje, as varas ocas são todas importadas, e seus preços são
calculados em dólar. As varas maciças são fabricadas no Brasil e, dependendo do
modelo, chegam a custar de 80 a 90% mais barato do que as importadas. Boa
pescaria.
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Revista
Aruanã Ed:72 Publicada em 02/2000
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