Um item bastante importante para quem
pesca com iscas naturais é a chumbada. São vários modelos, com diversos
formatos e pesos. Para cada tipo de pescaria há um chumbo certo. Use-o
corretamente e melhore seu rendimento.
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Chumbada
aranha
A princípio podemos afirmar que existem três tipos de
chumbadas mais usadas: a pirâmide, a gota e a oliva. Evidente está que em
alguns casos, a própria necessidade fez com que o pescador adaptasse outros
modelos às suas pescarias, variando dos originais. Assim sendo, há uma regra
básica que pode ser citada como norma. Mas pescarias em praias, o modelo certo
a ser usado é a chumbada em formato pirâmide, pois é a melhor que agarra na
areia, fazendo com que a linha permaneça bem esticada. Dessa forma, podemos
deixar a linha mais tensa e sentir melhor a fisgada do peixe. O tamanho dessa
chumbada deve obedecer principalmente ao local em que se está pescando, bem
como a bitola da linha. Não adianta colocar uma chumbada em uma linha fina,
pois será inevitável o rompimento da linha mestra quando for dar o lance,
principalmente nos nós do empate. Nesses casos, o melhor mesmo é fazer um arranque
com linha mais grossa, que deve ir desde o empate até o molinete ou carretilha.
Devido às condições locais, alguns pescadores do sul do Brasil criaram a
chumbada de nome “aranha”.
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Chumbada
oliva
Essa é a melhor que agarra na areia quando a correnteza é
muito forte. No entanto, apresenta também alguma desvantagens, pois no caso do
peixe não fisgar e ter-se de recolher a linha para a verificação de isca, o
esforço de traze-la será grande. Ainda para a pesca de praia, a chumbada virá
sempre embaixo, e os anzóis acima, permitindo maior sensibilidade ao sinal do
peixe. O rabicho do anzol poderá ultrapassar a chumbada, mas sua base deverá
permanecer acima dela. Para a pesca em costões, a melhor chumbada é a do tipo
gota ou colher. Explicamos: pela ação da hidrodinâmica, este chumbo vem mais a superfície
quando do recolhimento da linha, evitando enroscos nas pedras. Quando for a
hora de recolher a linha para qualquer verificação, a maneira correta é
enrola-la até que a ponta da vara fique na posição horizontal, apontada diretamente
para a água. Dê um forte puxão para trazer a vara até acima da cabeça e recolha
a linha rapidamente, não deixando a chumbada parar e afundar. No caso de pesca
com lances longos, a chumbada virá também sempre abaixo. Para esta modalidade,
aconselha-se o uso de um líder de linha mais grossa, já que para a maioria dos
locais de pesca os lances devem ser fortes e longos.
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Chumbada
bola, pião e carambola
Há um ditado que diz que “quanto maior for a chicotada, maior
será o lance”. Chicotada no caso é a ação de arremessar. Quanto ao chumbo no
formato oliva, sem dúvida o mais usado, pois adequa-se tanto à pesca em água
doce como no mar. Esse tipo de chumbo deverá ser colocado sempre acima dos
anzóis e solto na linha. Esta posição permite ao pescador sentir a fisgada do
peixe, pois a linha corre pelo meio do chumbo. O chumbo oliva é usado também
nas pescarias em alto mar, onde não será preciso dar-se arremessos. Nesse caso
em particular, pode estar em cima ou embaixo dos anzóis, como pode ser também
substituído pelo chumbo pirâmide ou gota. Para a pesca de fundo, qualquer
formato de chumbo serve, pois a posição da linha deve ser reta em relação ao
barco. O chumbo oliva serve também para a pesca de praia, desde que seja
utilizado com linha curta, ou do tamanho da vara. É também o chumbo mais indicado
para a pesca em rios e represas. Seu formato pode variar, mas a regra é que
seja sempre furado ao meio e solto na linha. Normalmente são usados com um
pequeno girador para que fiquem na altura certa.
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Chumbada
pirâmide
Alguns pescadores costumam dar nós na linha para facilitar a
parada do chumbo. Nós não recomendamos tal prática, já que isso enfraquece a
linha. Essas são as principais dicas para o uso correto das chumbadas, em seus
formatos, peso, colocação na linha e variações. Resta-nos então, dando um toque
de humor, falar das chumbadas “diferentes” que tivemos oportunidade de ver
sendo utilizadas em pescarias, como por exemplo: porcas velhas e enferrujadas,
parafusos diversos, pedaços de ferro e canos de água, pedras e pedaços de
metal. Mas a campeã é a vela de ignição de motores, já usada. Perguntaríamos
apenas qual o método que esses pescadores usam para tirar o cheiro de óleo que
se acumula nas velas. Será que às vezes esse pessoal deixou de fazer uma boa
pescaria e não sabe qual foi o motivo do insucesso? Para terminar, podemos
dizer que a chumbada, com certeza, é ainda um dos itens mais baratos de uma
tralha de pesca, e perder o chumbo na pescaria faz parte do jogo. Afinal de
contas, com certeza os melhores locais e os maiores peixes estão justamente
onde existem mais enroscos. O pescador já percebeu isso?
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Revista
Aruanã Ed: 38 Publicada em 10/1993
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