quinta-feira, 20 de agosto de 2020

DICA II - CHUMBO: EM CIMA OU EMBAIXO?







Um item bastante importante para quem pesca com iscas naturais é a chumbada. São vários modelos, com diversos formatos e pesos. Para cada tipo de pescaria há um chumbo certo. Use-o corretamente e melhore seu rendimento.

Chumbada aranha 
A princípio podemos afirmar que existem três tipos de chumbadas mais usadas: a pirâmide, a gota e a oliva. Evidente está que em alguns casos, a própria necessidade fez com que o pescador adaptasse outros modelos às suas pescarias, variando dos originais. Assim sendo, há uma regra básica que pode ser citada como norma. Mas pescarias em praias, o modelo certo a ser usado é a chumbada em formato pirâmide, pois é a melhor que agarra na areia, fazendo com que a linha permaneça bem esticada. Dessa forma, podemos deixar a linha mais tensa e sentir melhor a fisgada do peixe. O tamanho dessa chumbada deve obedecer principalmente ao local em que se está pescando, bem como a bitola da linha. Não adianta colocar uma chumbada em uma linha fina, pois será inevitável o rompimento da linha mestra quando for dar o lance, principalmente nos nós do empate. Nesses casos, o melhor mesmo é fazer um arranque com linha mais grossa, que deve ir desde o empate até o molinete ou carretilha. Devido às condições locais, alguns pescadores do sul do Brasil criaram a chumbada de nome “aranha”.

Chumbada oliva 
Essa é a melhor que agarra na areia quando a correnteza é muito forte. No entanto, apresenta também alguma desvantagens, pois no caso do peixe não fisgar e ter-se de recolher a linha para a verificação de isca, o esforço de traze-la será grande. Ainda para a pesca de praia, a chumbada virá sempre embaixo, e os anzóis acima, permitindo maior sensibilidade ao sinal do peixe. O rabicho do anzol poderá ultrapassar a chumbada, mas sua base deverá permanecer acima dela. Para a pesca em costões, a melhor chumbada é a do tipo gota ou colher. Explicamos: pela ação da hidrodinâmica, este chumbo vem mais a superfície quando do recolhimento da linha, evitando enroscos nas pedras. Quando for a hora de recolher a linha para qualquer verificação, a maneira correta é enrola-la até que a ponta da vara fique na posição horizontal, apontada diretamente para a água. Dê um forte puxão para trazer a vara até acima da cabeça e recolha a linha rapidamente, não deixando a chumbada parar e afundar. No caso de pesca com lances longos, a chumbada virá também sempre abaixo. Para esta modalidade, aconselha-se o uso de um líder de linha mais grossa, já que para a maioria dos locais de pesca os lances devem ser fortes e longos. 

Chumbada bola, pião e carambola 
Há um ditado que diz que “quanto maior for a chicotada, maior será o lance”. Chicotada no caso é a ação de arremessar. Quanto ao chumbo no formato oliva, sem dúvida o mais usado, pois adequa-se tanto à pesca em água doce como no mar. Esse tipo de chumbo deverá ser colocado sempre acima dos anzóis e solto na linha. Esta posição permite ao pescador sentir a fisgada do peixe, pois a linha corre pelo meio do chumbo. O chumbo oliva é usado também nas pescarias em alto mar, onde não será preciso dar-se arremessos. Nesse caso em particular, pode estar em cima ou embaixo dos anzóis, como pode ser também substituído pelo chumbo pirâmide ou gota. Para a pesca de fundo, qualquer formato de chumbo serve, pois a posição da linha deve ser reta em relação ao barco. O chumbo oliva serve também para a pesca de praia, desde que seja utilizado com linha curta, ou do tamanho da vara. É também o chumbo mais indicado para a pesca em rios e represas. Seu formato pode variar, mas a regra é que seja sempre furado ao meio e solto na linha. Normalmente são usados com um pequeno girador para que fiquem na altura certa. 

Chumbada pirâmide
Alguns pescadores costumam dar nós na linha para facilitar a parada do chumbo. Nós não recomendamos tal prática, já que isso enfraquece a linha. Essas são as principais dicas para o uso correto das chumbadas, em seus formatos, peso, colocação na linha e variações. Resta-nos então, dando um toque de humor, falar das chumbadas “diferentes” que tivemos oportunidade de ver sendo utilizadas em pescarias, como por exemplo: porcas velhas e enferrujadas, parafusos diversos, pedaços de ferro e canos de água, pedras e pedaços de metal. Mas a campeã é a vela de ignição de motores, já usada. Perguntaríamos apenas qual o método que esses pescadores usam para tirar o cheiro de óleo que se acumula nas velas. Será que às vezes esse pessoal deixou de fazer uma boa pescaria e não sabe qual foi o motivo do insucesso? Para terminar, podemos dizer que a chumbada, com certeza, é ainda um dos itens mais baratos de uma tralha de pesca, e perder o chumbo na pescaria faz parte do jogo. Afinal de contas, com certeza os melhores locais e os maiores peixes estão justamente onde existem mais enroscos. O pescador já percebeu isso?

Revista Aruanã Ed: 38 Publicada em 10/1993

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