sexta-feira, 29 de março de 2019

ESPECIAL - O FERRÃO : PERIGO!












Cascudo


À vezes, por pressa ou por simples descuido, nossa pescaria pode virar um desastre. Até um incidente comum pode transforma-la em algo bastante doloroso, que vai perdurar por vários dias a nos lembrar que, da próxima vez, devemos tomar mais cuidado.
  


Um grande ferrão
EM NOSSO PLANETA NÃO HÁ UM SÓ ANIMAL QUE NÃO TENHA SEU próprio mecanismo de defesa para se resguardar de seus naturais predadores. Um mecanismo bastante pitoresco, por exemplo, é o de um pequeno lagarto dos desertos da América do Norte, que se defende de seus predadores (na maioria aves) emitindo ruídos guturais grotescos. Esses ruídos causam espanto na ave que o ameaça, evitando o ataque. E assim, lá vai o lagarto vivo e feliz da vida em seu caminho. O mais interessante é que às vezes, o pequeno réptil não tem tempo de emitir tais sons, principalmente quando o ataque é aéreo, e passa então fazer parte do desjejum gastronômico da ave. No caso dos peixes não poderia ser diferente, e tanto no mar como em água doce são várias as espécies que possuem mecanismos de defesa, como por exemplo: dentes afiados, espinhos, escamas, má aparência, veneno, choques (poraquê), infecções (candiru), e ferrões. Neste ultimo grupo, o dos ferrões enquadram-se várias espécies, que tanto podem incluir peixes de escamas, a grande maioria dos bagres, e os chamados peixes de couro ou lisos.


Bagre
Saber lidar com esses peixes é de importância vital para o pescador amador, já que em qualquer acidente com ferrões a dor é grande e pode perdurar por vários dias, não existindo qualquer antídoto que possa aliviar o sofrimento da vítima. Como não poderia deixar de ser, existem muitas lendas a respeito de como amenizar essa incômoda dor, mas como sempre, na prática as coisas são bem diferentes e tudo não passa de total ignorância e crendice. Já ouvimos por exemplo, que em caso de ferroada, um bom “remédio” é urinar no local afetado. Agora imagine (e isso não é difícil) uma ferroada nas costas. Sabendo que tem que ser a urina da própria vítima, como é que vamos fazer? Quer mais? Pois vamos lá.  Alguns dizem também que, em alguns casos, após a ferroada devemos tirar o olho do peixe e esfregar no local.  Isso para não falar nos mais drásticos, que aconselham cortar em cruz o local da ferroada e espremer para sair bastante sangue “que o veneno sai junto”. Tudo bobagem e da grossa. Não há nenhuma base científica que justifique essas práticas, sendo todas frutos da mais pura crendice popular. 

Cuiú –cuiú
Temos um particular amigo, médico cirurgião, que certa vez, pescando no Araguaia, foi picado por uma arraia. Pois bem. Tendo levado um “pequeno” hospital para a beira do rio, não lhe faltavam medicamentos e nem conhecimento para aplica-los. Após pensar um pouco, aplicou por intermédio de injeções, doses de um poderoso e conhecido analgésico ao redor da ferroada. Segundo ele mesmo a dor diminuiu um pouco, mas após o efeito do analgésico passar, a dor voltou, e insuportável. Conta esse amigo que foram perto de trinta e seis horas horríveis, com sintomas como latejamento e até mesmo cãibras e ínguas. Deixar de pescar ninguém quer, e o certo então é tomar alguns cuidados a fim de evitar esse tipo de acidente. Por exemplo: no caso das arraias, a maioria dos acidentes acontece quando o pescador entra na água. O correto nesses casos é andar arrastando os pés pelo fundo do rio, pois a arraia só irá ferroar se pisarmos nela, já que irá se sentir ameaçada. Se só encostarmos, ela não atacará e se afasta. Um outro bom conselho é entrar na água com um pedaço de pau e ir cutucando à frente de onde se vai passar, espantando o animal que por ventura se encontre no seu caminho. 

Maneira correta de manusear o bagre 
Os bagres são um caso a parte, e aí podemos enumerar peixes como o pintados, jaús, jurupocas, piraíbas, filhotes, mandis, e um muito especial: o mandi-chorão. Qual o pescador que não conhece esse pequeno bagrinho, que sai da água fisgado no anzol e emitindo sons parecendo um choro, daí seu nome? E o que tem de pequeno, tem de ferrão ruim. Uma espetadela na mão é coisa para gente grande não aguentar. O melhor conselho que podemos dar quando se trata de ferrões de peixes é antes de tudo, cortar fora todos eles com um alicate apropriado para cortes. Na maioria das vezes (no caso de bagres) os ferrões são três, sendo dois laterais e um no dorso. No caso de grandes bagres, use um bicheiro para mexer com eles e para os médios e pequenos, siga nossa ilustração.  É simples e deve ser feito com o bagre colocado em local firme, como o chão por exemplo. Venha com os dedos abertos por trás do peixe e após encaixar o vão dos dedos no ferrão no dorso, dobre as pontas dos dedos nos ferrões laterais. 

Robalo
Assim seguro, o bagre não vai escapar e nem ferir nossas mãos. Após liberar o peixe do anzol, corte todos os ferrões antes de guarda-lo no viveiro do barco ou geladeira. Se deixarmos o peixe com ferrões e o colocarmos no viveiro do barco onde já existam mais bagres, será inevitável que provoquem ferimentos uns nos outros, chegando mesmo a ficarem presos entre si pelos ferrões. Já presenciamos casos de pescadores que, na pressa, não tiravam os ferrões e iam jogando os peixes no barranco ou na areia das praias. No decorrer da pescaria acabavam pisando sobre eles e ferindo os pés. Aliás, os ferimentos mais doloridos são os que acontecem na região dos pés, e além da dor instantânea, certamente será uma noite infernal, pois o local irá ficar latejando por diversas horas. Outros peixe que costuma causar vários acidentes com seu único ferrão é o robalo.  O mais engraçado é que o acidente com o ferrão dos robalo só ocorre quando o peixe já está morto e vai ser limpo pelo pescador. 

Armau 
Nunca escame um robalo, seja de que tamanho for, antes de tirar o ferrão, que fica junto à nadadeira caudal. Para extrair esse ferrão do peixe, dê um corte profundo na sua base, tanto na frente como atrás. Use um alicate comum e dê uma ou duas torções laterais para finalmente puxar. Após retirar o ferrão (observe que é grande a parte que fica dentro do corpo do peixe), o robalo poderá ser escamado sem perigo. Aliás, falando em robalo, não se pode esquecer a capa das guelras, que cortam como navalha. Costuma cortar profundo, embora não ocasionem lesões tão doloridas como os ferimentos causados pelo ferrão. Como se vê, evitar esses problemas com peixes é muito fácil, bastando apenas seguir algumas regras básicas como as aqui citadas, para nos vermos livres de acidentes sérios e bastantes desconfortáveis para o pescador. Antes de tudo, lembre-se de que a pressa é a maior inimiga da perfeição e, com um pouco de calma, nossas pescarias continuarão causando só alegrias, pois ali estamos é para isso mesmo. Boa pescaria.

Revista Aruanã Ed: 38 publicada em 02/1994

                                                             

sexta-feira, 22 de março de 2019

É ÉPOCA DE CAVALA








Encontrada em todo o litoral brasileiro, a cavala está entrando em sua época mais ativa, principalmente no litoral sudeste e nordeste. Vamos sair em mar aberto e corricar este magnífico exemplar de força e esportividade.


Corricando na água azul
Cientificamente a cavala está classificada como Scomberomus cavalla e pertence à família Scombridae. Inconfundível em seu formato longilíneo, tem como cores predominantes o azul no dorso e ventre prateado. Normalmente encontra-se em mar aberto, principalmente na chamada água azul, mas às vezes costuma chegar bem perto do costão e mesmo da praia. A melhor maneira de se pescar esse peixe é na categoria embarcada e preferencialmente no sistema de corrico, já que a própria embarcação atrai a cavala pelo deslocamento da água, bem como pela reverberação das hélices na água. Este sistema também é indicado porque a cavala costuma percorrer grandes distâncias e estar sempre em movimento. Esta de imediato é uma boa dica para o pescador, indicando que as iscas devem ficar no máximo a 30 ou 40 metros da popa do barco. É normal usar-se quatro varas, sendo duas no out rigger em cada lateral do barco, e duas na popa central. Para obter melhor resultado, as linhas do out rigger deverão ser mais longas e as linhas centrais mais curtas, com no máximo 20 metros. As melhores iscas artificiais serão as lulas, os plugs e mesmo colheres cromadas; as naturais serão os farnangáios, paratis e outros peixes pequenos sempre “surfando” na superfície. 

Lulas artificiais.
Quanto ao material, recomenda-se o uso de varas de ação pesada e carretilhas grandes para boa capacidade de linha. Estas devem estar entre as bitolas de 0.45 a 0.70 milímetros, dependendo da esportividade de cada pescador amador. Usando iscas naturais, aconselha-se fazer um empate com linha mais grossa, de 0.80 milímetros por exemplo, e anzóis entre 7/0 e o 9/0. Como dica final, diríamos que tanto na utilização de iscas naturais ou artificiais, não devemos usar chumbo ou qualquer outro peso na frente da isca. Estando as varas montadas, para que as iscas executem perfeitamente seu trabalho, devemos manter a velocidade do barco entre 4 a 8 nós, dependendo essa variação das condições de navegabilidade, tais como ventos, marés, mar agitado, etc. Como as varas estarão montadas à espera da fisgada do peixe, por precaução é bom regular a fricção da carretilhas, e para isso existe uma pequena regra: dependendo da resistência da linha, use sempre um quinto dessa resistência para regular a fricção. Por exemplo, se a linha tiver sua resistência marcada para 20 quilos, use uma regulagem para 4 quilos. Tal regulagem pode ser obtida por intermédio de uma balança de gancho. 



Cavala de porte médio
Amarre a balança em um local firme e a linha no gancho. Aperte a fricção e vá soltando lentamente, mantendo a pressão na balança, sempre em quatro quilos. Quando a linha soltar, a sua fricção estará regulada corretamente. A cavala costuma fisgar de uma só vez e violentamente. Após estar com a vara de pesca na mão, será conveniente dar-se uma ou duas conferidas para maior segurança, o que significa dar uma ou duas fisgadas. E prepare-se para uma boa briga, pois uma cavala de bom tamanho exigirá do pescador amador alguns minutos de disputa violenta e constante. Após cansar-se muito bem o peixe, será conveniente usarmos um bicheiro e traze-lo para a embarcação e faze-lo acalmar-se, o que pode ser conseguido dando algumas pancadas em sua cabeça. Só após essas providências, poderá ser manuseado. Dependendo da região do Brasil, a cavala costuma atingir peso em torno de 20 quilos. Sua prima próxima, a cavala aipim, chega a atingir 50 quilos. A diferença entre as duas está na cor, já que a aipim é de um azul prateado mais claro. De acordo com a região, a cavala é conhecida pelos seguintes nomes: cavala-boca-larga, cavala-branca, cavala-canguçu, cavala-de-bandoleira, cavala-do-reino, cavala-perna-de-moça, cavala-preta, cavala-sardinheira e cavala-verdadeira. Boa pescaria.

Revista Aruanã -  Ed: 30 Publicada em 10/1992

sexta-feira, 15 de março de 2019

MODALIDADE: PRAIA PESCARIA ULTRA LEVE










A pesca de praia ultra leve é uma modalidade bastante praticada em nosso litoral e em outros países do mundo. Conheça aqui suas técnicas e equipamentos e experimente sua esportividade em sua próxima pescaria.



Os pequenos grandes peixes de praia 
Atualmente é difícil pescar um peixe de bom tamanho em nossas praias, particularmente nas de grande movimento como nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e grandes cidades litorâneas, pois além da poluição que toma conta desses grandes centros, a pesca profissional de arrastão é praticada indiscriminadamente, deixando para o pescador amador apenas os peixes de médio e pequeno porte. Mesmo assim, a pesca desses peixes com equipamentos e técnicas corretas proporcionam momentos de grande emoção e um bom resultado, permitindo que quase sempre se leve para casa peixes para no mínimo preparar um bom tira-gosto. Use de preferência varas tubulares de no máximo 3,2 m de comprimento, fabricadas com diversas fibras (vidro, grafite, carbono) que por serem leves proporcionarão bastante conforto e sensibilidade. 



Betara 
Para montar um conjunto perfeitamente equilibrado, use um molinete/carretilha que comporte de 100 a 200 metros de linha 0.20mm (Ex: Daiwa série 700, 1000 ou 1300) e varas que variam de 3 a 15 libras de resistência. A chumbada mais comumente usada é a de formato pirâmide e o seu peso pode varias entre 20 a 50g, dependendo de fatores como vento, correnteza do mar, dimensões do equipamento, etc. O chicote deve ter 70 a 90 cm de comprimento, linha de no máximo 0,30mm e dois anzóis. A pernada (linha que une o anzol ao chicote) deve ter mais ou menos 30 cm. Os anzóis devem estar em harmonia com seu conjunto, devendo se usar o bom senso ao escolher. Anzóis da marca Mustad, tipo Acu Point série 52270 N em tamanhos que variam de nº6 ao nº15 são um bom exemplo. 

Parati Barbudo 
As iscas utilizadas para esta pescaria são: camarão, corrupto e minhoca de praia, com predominância do camarão. Os melhores dias para a pesca são terceiros e quartos dias das luas crescente e cheia, pois normalmente o mar se apresenta calmo, sem ressacas. O melhor horário é no reponto da maré, quando os peixes encostam para se alimentar. Nas praias de tombo esta pescaria é feita numa distância de até 60 m, no máximo.  Nas praias abertas pesca-se desde o pé na areia até o segundo canal, procurando sempre o lugar mais fundo. Na pescaria de praia ultra leve existe uma variedade muito grande de equipamentos a ser usada com muitos artifícios no que se refere a chicotes, pernadas, chumbadas, anzóis e iscas, dependendo de cada pescador e da pescaria a ser feita. 

Cocoroca
Procuramos aqui mencionar o que se usa comumente, de forma que o pescador possa já em sua próxima pescaria fazer suas experiências e obter bons resultados. Somamos então outras dicas: use um arranque de 0.30 ou 0.35 mm com comprimento um pouco maior que a vara a ser usada emendado na linha do molinete. Isso fará com que a linha não se rompa na hora do arremesso. Não esqueça de regular a fricção do molinete para uma carga ligeiramente menor que a resistência da linha utilizada, pois às vezes você pode ser surpreendido por algum peixe de maior porte e assim poderá retira-lo da água sem o perigo de rompimento da linha. Quando o peixe predominante na praia é a betara, bagre e outros que se alimentam no fundo, procure encurtar as pernadas para mais ou menos 25 cm e baixar a ponta da vara para que as iscas fiquem mais no fundo. 

Pampo 
Caso o peixe predominante seja o pampo, carapicu, salteira ou outros que se alimentam em meia-água ou superfície, procure deixar as pernadas com mais ou menos 40 cm e a ponta da vara completamente voltada para cima. Dessa forma, suas chances de fisgar um peixe aumentam consideravelmente. Use camarões frescos descascados e cortados em pequenos pedaços, pois esta forma não escapam do anzol com facilidade. É muito comum entre os pescadores especializados aqui no Brasil e em países do primeiro mundo que a pescaria ultra leve seja realizada apenas como passatempo e uma forma de estar em contato com o mar, pegando peixe e o devolvendo à água. Neste caso, costuma-se eliminar a farpa do anzol com uma lixa, evitando assim provocar ferimentos no peixe ao soltá-lo. Equipamento correto, um pouco de técnica e muita paciência. E boa pescaria ultra leve. 





 NR: Nelson de Melo era, além de amigo, nosso consultor em assuntos que envolviam pesca de praia. Não houve nenhuma matéria da Revista Aruanã, com referência à praia, que não passasse por sua avaliação sempre precisa e de profundo conhecimento.


Revista Aruanã Ed: 36 publicada em 10/1993
            Edição Especial com 100 páginas


quinta-feira, 14 de março de 2019

ESPECIAL - SEGURO DEFESO









O cartaz abaixo é uma cópia que tiramos em uma agência do INSS. Como se vê claramente é dirigida aos pescadores artesanais/profissionais, onde informam o direito que os mesmos tem em receber o seguro – defeso que é instituído por órgão governamental competente. No entanto, já em agosto de 1995, a Revista Aruanã denunciava que em cada três pescadores dessa categoria, dois eram falsos, o que por si só, confirma uma infração /crime previsto no Código Penal em seu Art.307, como Falsa Identidade.  


                                            " O COMUNICADO"


Em meados do ano passado, fomos informados de que a CGU – Contradoria Geral da União em investigação própria, chegou a mesma conclusão do que nós da Aruanã, em investigação da própria CGU. Posteriormente entramos em contato, por email, a CGU que nos informou que o processo de investigação foi completado e que o mesmo havia sido enviado ao Ministro Enrique Ricardo Lewandowski do STF – Superior Tribunal de Justiça e que estaria sendo apreciado e julgado por essa Corte. 
Auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União aponta que o registro dos segurados é ‘ineficiente em nível intolerável’. 

Pesca de Arrastão em praias

Que fique bem claro que não somos contra o pescador artesanal, que faz de sua pesca, o sustento de sua família, em alguns casos, há gerações. No entanto, não podemos concordar que são muitas as pessoas que nunca foram pescadores e estão recebendo indevidamente esse seguro – Defeso, no valor de um salário mínimo. Em tempos de um Brasil que tenta caminhar a passos largos para uma ação enérgica contra a corrupção, este fato mostra claramente que todos nós brasileiros, sem distinção, estamos pagando esse seguro, a pessoas desonestas e que devem ser identificadas e punidas. Vamos esperar que o presidente Jair Bolsonaro, que é um pescador amador, tome conhecimento deste fato e mediante sua autoridade, identifique e puna os responsáveis por mais este crime.

NOTA DA REDAÇÃO: Enquanto nossas autoridades de Meio Ambiente, não tomarem sua posição de fato e não de direito como estamos cansados de assistir, fica a pergunta: O QUE ADIANTA O PESCADOR AMADOR FAZER O PESCA E SOLTA OU O COTA ZERO?
Diante de tais absurdos, como o que aqui relatamos, todas as ações nesse sentido nada significam e o mais reprovável de tudo é lermos algumas observações, dos defensores de tais ações que, para quem quiser comer peixe o compre em uma peixaria. Fica outra pergunta a esses: O peixe que está na peixaria vem de onde?

sexta-feira, 8 de março de 2019

DICA ISCA MOLE ...











Praia de tombo



Em muitas de nossas pescarias somos obrigados a dar lances longos arremessando com violência para atingirmos os melhores locais. As iscas, principalmente as de pouca consistência, saem do anzol. O que fazer? Confira nesta matéria.



Corrupto
Não há nada mais irritante para o pescador amador, na hora da pescaria, ao preparar uma ou duas iscas nos anzóis com capricho e carinho, muito bem colocadas, ao dar o arremesso, ver que uma ou mesmo as duas saíram no ar, perdendo-se então o arremesso. São várias as modalidades onde os longos arremessos são necessários, e entre elas destacamos a de costões ou praia. Nas praias rasas, a preferência do pescador é por atingir o terceiro canal, que muitas vezes está distante de 100 a 150 m da areia seca. Preparamos nossas iscas, entramos com a água até a altura do peito, enfrentamos a batida das ondas, e quando nos encontramos a uma distância conveniente, fazemos o arremesso com força e precisão para que caiam bem no meio do canal.  Só que durante o arremesso, que acompanhamos com os olhos, vemos que as iscas caíram, ou então partiram-se em pedaços. A frustração é enorme, pois o lance foi inútil. Resta recolher a linha, voltar à areia seca e preparar nono engodo, que também poderá cair no próximo arremesso. E esse fato poderá se repetir várias vezes durante a pescaria. Não há pescador que agüente essa “barra”. Entre as iscas que denominaremos de “moles”, com certeza o corrupto será a mais famosa, mas existem outras tais como: mariscos descascados, sarnambis, filés de sardinha ou parati, camarão, siris, filés de peixe etc.


Amarrando a isca 
Quando usarmos qualquer uma dessas iscas e tivermos que dar longos lances, o certo é amarra-las firmemente, pois só assim não cairão. E para essa tarefa, podemos nos utilizar de um artigo normalmente encontrado à venda em bazares ou lojas de artigos para costureiras, o “Elastricot”. (Nota da redação: na época as lojas de pesca ainda não o vendiam). Trata-se de um carretel de linha elástica de 200 m, bem fina e de boa resistência. Geralmente é usada pelas costureiras na confecção de punhos e golas de jaquetas, por sua elasticidade. Esse produto veio de encontro à necessidade de amarrarmos as iscas moles, que ficam então muito bem presas no anzol e não caem mesmo com fortes arremessos. Ao usar o Elastricot o pescador deve proceder normalmente, iscando da forma habitual. Após iscar, pega-se a ponta do Elastricot, segura-se com o dedo e com a outra mão vai-se dando voltas na isca, sempre esticando a linha ao enrolar. Dê quantas voltas forem necessárias até verificar que a isca está firme no anzol. Pronto. Com certeza ela não cairá no ato do arremesso, e o que é melhor: não vai atrapalhar em nada a fisgada e não haverá desconfiança nenhuma por parte do peixe, como aliás já tivemos oportunidade de testar. O tamanho da isca e o tamanho do anzol não tem muita importância na amarração. Logicamente para iscas maiores serão dadas mais voltas com o elástico. Outra boa dica se refere ao camarão descascado e consiste em preparar um “charuto” com o mesmo. Explico: descasca-se um camarão inteiro.


A maneira correta de amarrar
Use um arame de um clips ou outro qualquer com uma ponta mais aguda, de aproximadamente 10 cm de comprimento. Passe-o por dentro do camarão até que ele fique completamente esticado. Comece a enrolar o Elastricot desde a ponta, dando voltas bem próximas uma das outras até o fim da isca. Quando acabar não é preciso amarrar, é só puxar que a linha arrebenta, e como ela é elástica ela fica bem firme. Retire a agulha do meio do camarão e com uma tesoura ou faca bem afiada, corte a isca do tamanho que precisar. Normalmente essa técnica é usada em pequenas iscas, para peixes menores, e só com camarão. Mais uma dica. Normalmente estaremos manuseando tanto as iscas como o rolo do Elastricot. Por certo, além de sujar a linha, quando a pescaria terminar e a linha não (lembre-se que o carretel possui 200 m), o cheiro do carretel não vai ficar muito agradável para ser guardado. Para evitar isso, procure um tubo com tampa, de preferência transparente, onde caiba o carretel do Elastricot. Faça um furo pequeno bem no meio do tubo, por onde passará a linha elástica, ficando então o carretel limpo e bem guardado. Uma outra boa dica é fazer uma argola na ponta do tubo onde será amarrada uma linha forte para que se possa pendura-lo no pescoço. Ele estará sempre à mão do pescador na hora de iscar. Aí estão portanto dois exemplos de como amarrar iscas moles para que elas não caiam durante o arremesso. Evidente está que sua isca é mole e cai na hora do arremesso, o certo é você passar a amarra-la e com isso melhorar o resultado de sua pescaria. Como de pescador e de louco todos nós temos um pouco, com o Elastricot estaremos resolvendo mais um problema em nossas pescarias. Sucesso em seus próximos arremessos.


Revista Aruanã Ed:37 Publicada em 12/1993

sexta-feira, 1 de março de 2019

OS PIONEIROS DA PESCA AMADORA NO BRASIL - MARTINELLI NÁUTICA











A Martinelli Náutica é uma empresa tradicional no ramo náutico. Vamos conhece-la um pouco melhor.




Consórcio de Motores


A Martinelli é um conjunto com 32 empresas filiadas, nos mais diversos segmentos. Dentro desse “pool” está a Martinelli Administradora de Bens e Participações S/A, mais conhecida como ADM, cujo gerente comercial é o Arnildo Hankue, 44 anos, gaucho de Santo Ângelo. Na sede própria localizada na Av. Comendador Martinelli, 145 no bairro da Lapa em São Paulo (SP), estão à disposição dos clientes, show room, depósito, assistência técnica e o Centro de Treinamento OMC. Arnildo nos diz: “Nosso consórcio é feito pelo sistema de sorteio programado. Os grupos têm duração de 12 meses, onde na primeira e única assembléia o pescador amador já sabe (ou programa) quando vai receber seu motor. As parcelas são fixas, baseadas na variação do dólar comercial. Os grupos são formados por 24 consorciados, para qualquer potência de motor, desde o 3.3HP até 225 HP”. E continua: “Realmente, o 15 HP é a potência mais procurada, e agora, com o aval da OMC, fabricante do Evinrude, estaremos nos meses de abril a julho dando dois anos de garantia para os motores adquiridos nesse período”. Arnildo explica que há ainda outra forma do pescador amador adquirir seu motor: 

Arnildo Hanke, Gerente Comercial

“É através do financiamento do Banco Martinelli, ou seja, o pescador adquire seu motor de popa para pronta entrega e vai pagando aos poucos. Enquanto isso já pode ir usando o bem adquirido. O plano de pagamento é o cliente quem faz. São seis as opções de financiamento disponíveis”. Como alegria, Arnildo cita o crescimento impressionante do número de novos clientes que procuram motores de popa: “O pescador estava reprimido para comprar seu motor. Com o consórcio e o financiamento Martinelli, ficou muito mais fácil e seguro compra-lo”. Como tristeza, cita o fato de nos últimos anos perceber que nosso meio ambiente está cada vez mais depredado. O gerente termina fazendo um convite: “Se você está pensando em ter um motor de popa, faça-nos uma visita que com, certeza, irá conhecer uma maneira fácil e econômica de adquiri-lo imediatamente”. A garantia que a Martinelli oferece no pós-venda é outro ponto a salientar. Diz o gerente: “Nós temos peças e assistência técnica especializada para garantir a satisfação do cliente. Ligue e veja porque a Martinelli é líder no mercado de distribuição da marca Evinrude”. Os telefones e faz da Martinelli Náutica são: (011) 861-0668 e (011) 861-1683. (NR: Devem ser tais números, atualizados).