sexta-feira, 28 de março de 2014

BICHO PREGUIÇA - Coleção Aruanã - Animais do Brasil













Popularmente chamado de bicho-preguiça, é de um gênero que compreende diversas espécies de mamíferos desdentados da família Bradipodídeos. Vamos conhecê-lo melhor?








Pode parecer estranho chamar de desdentados a estes animais, como também aos tatus, já que não são de fato destituídos de dentes, como os tamanduás o são. Tratam-se, porém, de dentes que têm estrutura toda especial, pois não têm esmalte nem raiz propriamente dita, além do que não há substituição da dentição. São animais herbívoros, que passam  quase toda a vida sobre as árvores, de preferência nos embaúbas, cujas folhas novas e brotos apreciam bastante. Contudo, não é exclusivamente deste vegetal que se alimentam, pois quando em cativeiro aceitam, e muito bem, outros tipos de folhagem.
O seu nome descreve perfeitamente este animal, pois seus movimentos são lentos ao extremo e, assim como o corpo, também seu espírito parece dominado por incoercível fleuma.
Presa aos galhos de uma árvore, a preguiça passa seu dia contentando-se com o pouquíssimo alimento. Mas tal é a força que tem em suas garras, que é quase impossível arrancá-la de seu pouso, sendo inclusive inútil aplicar violência e crueldade nessa tarefa, pois a preguiça é muito pouco sensível a dor. São ao todo quatro espécies brasileiras, sendo três do gênero Barpydus. O seu pêlo é seco e áspero como palha, cinzento, com algumas manchas dispersas, de cor mais clara, como os supercílios; o macho tem na nuca uma malha avermelhada, cor de laranja, atravessada por uma linha preta. Uma outra curiosidade é que, quando é obrigado a nadar, a preguiça, ao contrário do que faz nas árvores, nada rapidamente, executando seus movimentos na água, com incrível velocidade.




Dizem os naturalistas que tal fato se dá tendo em vista que, nas árvores, o perigo não é tão iminente quanto nas águas.
Do ponto de vista zoológico, é muito interessante a grande variedade de parasitas que se abriga entre os pêlos deste animal.
São duas espécies de carrapatos, além de uma espécie de barata e três espécies de traças. Em compensação, as pulgas, comum em outros animais, não a aborrecem, já que até agora os cientistas ainda não assinalaram nenhum desses parasitas nesse hospedeiro.
Uma curiosidade se registra no norte, onde o povo se refere a uma chuva ou garoa miúda como chuva-de-preguiça. Aliás, há uma lenda indígena segundo a qual o camaleão e a preguiça estavam brigando quando o lagarto sinimbu pediu a Tupã que fizesse cair uma chuva bem fininha, pois só esta consegue molhar todo o pêlo das preguiças, para parar a briga. Daí, talvez, a origem do termo chuva-de-preguiça. Em tupi-guarani, a preguiça é conhecida pelo nome de "aí".


Bibliografia consultada: Dicionário de animais do Brasil - Rodolpho Von Ihering.

COLEÇÃO ARUANA DE ANIMAIS DO BRASIL

quinta-feira, 27 de março de 2014

OS PEIXES DO PANTANAL










Os rios do pantanal pertencem à Bacia do Prata, com sua espécies características próprias no que se refere aos peixes. Podemos usar a Chapada dos Guimarães para dizer que, partindo-se dela, para o sul, todos os cursos d'água, são dessa Bacia. Vamos conhecer alguns deles nesta matéria.


DOURADO
(Cient: Salminus maxillosus - Fam: Characidae).

               Talvez o mais belo e o mais disputado peixe de água-doce brasileiro. Espécie de alta esportividade e carne de excelente sabor. Como o nome diz, apresenta coloração dourada por todo o corpo: cada escama tem um pequeno filete negro no meio, formando riscas longitudinais da cabeça à cauda. Normalmente apanham-se exemplares com cerca de 70cm de comprimento e 6 kg de peso. Mas existem registros de peixes com 1,40m e mais de 30 kg. É uma espécie carnívora e voraz, que passa três quartas partes da vida perseguindo os peixes menores dos quais se alimenta (chegando a nadar 10 km por dia).  Desova entre outubro e fevereiro.

Distribuição geográfica: 
Rios da Bacia do Prata                           
Locais para a pesca: Rios, preferencialmente onde haja    corredeiras, cachoeiras, águas rápidas.
Épocas para pesca: Durante todo os anos e em especial quando  os rios entram em vazante.
Melhores iscas: Pequenos peixes, tuviras, muçum, piramboias e iscas artificiais.
Sinônimos: piraju, pirajuba (peixe amarelo em tupi-guarani),  saipé.                


SURUBIM-PINTADO
(Cient: Pseudoplatystoma corruscan - Fam: pimelodidae).

Espécie fluvial de couro e hábitos noturnos. Apresenta a cabeça achatada, porém volumosa, tomando boa parte do corpo. A coloração é cinza-parda, com pequenas manchas pretas arredondadas, inclusive nas nadadeiras. Tem longos barbilhões e o ventre esbranquiçado. Frequenta o fundo dos rios e sua carne é de excelente qualidade. É um dos maiores peixes do Brasil: normalmente atinge 1m de comprimento, pesando entre 6 e 8 kg. Mas há registros de exemplares com mais de 2m e 100kg.

Distribuição geográfica: Todo o território brasileiro.
Locais para a pesca: Entradas de corixos, poços profundos e leito dos rios.
Épocas para a pesca: Durante todo o ano
Melhores iscas: Pequenos peixes, tuviras, muçum, piramboias, minhocoçu e em determinados locais pega bem em iscas artificiais.
Sinônimos: bagre-rajado, caçonete, caparari, loango, pintado, piracajiara, sorubim, surubi-de-cama.

SURUBIM-CACHARA
(Cient: Pseudoplatystoma fasciatun - Fam: Pimelodidade)

Espécie fluvial de couro comumente identificada como pintado. Difere basicamente do pintado pela coloração, que é acinzentada, porém as manchas escuras transformaram-se em listras no sentido transversal. A cabeça, achata e ampla, toma boa parte do corpo, que tem a forma cilíndrica. O ventre é esbranquiçado. Possui longos barbilhões e hábitos noturnos. Alcança cerca de 1m de comprimento e peso em torno de 7kg.

Distribuição geográfica: Todo território brasileiro.
Locais para a pesca: Entradas de corixos, poços profundos e leito de rios. 
Melhores iscas: As mesmas usadas na pesca do pintado.
Épocas para a pesca: Durante todo ano. Sinônimos: piracambucu, pirambucu, sorubi, surubi, surumbi,       surumi.                                                                    
       

PIAVUÇU
(Cient: Leporinus obtusudens - Fam: Anostomidae).
Espécie fluvial, parente da piava, que atinge porém dimensões um pouco maiores: o peso fica entre 1 e 6kg e o comprimento pode passar de 50cm, quando os exemplares chegam aos 10 anos de idade. O próprio nome indígena indica isso: piavuçu significa "piava grande".

Tem coloração cinza-esverdeada no dorso, com leve coloração avermelhada e esbranquiçada no ventre.


Distribuição geográfica:  Rios da Bacia do Prata.

Locais para a pesca: Remansos em toda a extensão dos rios, junto às margens.

Melhores iscas: Minhocas, milho verde, massas de farinha, pedaços de queijo. Convém fazer ceva de quirera de milho, pois a pesca será mais produtiva.

Épocas para a pesca: Durante todo o ano

Sinônimos: piabuçu
                         
JURUPENCÉM
(Cient: Sorubim lima - Fam: Pimelodidae)
Espécie de água-doce com as características comuns do gênero Sorubim: cabeça achatada, boca larga, focinho com aspecto de espátula, maxilar superior maior que o inferior. A coloração é parda. Ventre mais claro, flancos com aspecto ferruginoso, nadadeiras avermelhadas. Como os demais peixes de sua espécie, tem hábitos noturnos, vivendo no fundo dos rios. Pode atingir 40cm de comprimento e cerca de 1kg de peso.


Distribuição geográfica: Rios da Bacia do Prata.

Locais para a pesca: Em toda extensão dos rio.

Épocas para a pesca: Durante o ano todo.

Melhores iscas: lambaris, sauás e outros pequenos peixes, minhocoçu, minhoca.

Sinônimos: bico-de-pato, boca-de-colher, donzela, felimagro, jerupoca, jurupoca, surubim-lima.  





PACU
(Cient: Colossoma mitrei =- Fam: Characidae).
Espécie de água doce, de corpo delgado e ovalado. Chega a ter uma certa semelhança com as piranhas, porém não tem nada em comum com as mesmas. Existem no Brasil cerca de 20 espécie de pacu, sendo que os exemplares mais avantajados podem atingir 80cm de comprimento, pesando 20kg. Trata-se de um peixe que come praticamente de tudo e é comum apanhá-lo debaixo das árvores que soltam seus frutos na água. Tem o dorso cinza-escuro e o ventre amarelo dourado. Considerado um peixe bastante esportivo, além de ter carne de excelente qualidade.


Distribuição geográfica: Rios de todo o território brasileiro. Por peixamento, encontrado também em represas, lagos e barragens.
Locais para a pesca: Leito dos rios, no período da seca; nas cheias, corixos, rios e lagoas marginais.
Épocas para a pesca: Durante todo o ano, principalmente no período das cheias.
Melhores iscas: Pequenos frutos como tucum, coquinhos, pequenas frutas, massas diversas e na época das águas baixas pega até em tuviras e pequenos peixes.
Sinônimos: caranha, pacamão, pacu-açu, pacu-caranha, pacuguaçu, pacu-peva.


PALMITO
(Cient: Auchenipterus nigripinnis - Fam: Pimelodidae)
Espécie de água-doce encontrado principalmente no rio Paraguai. Tem tamanho reduzido (raramente passa dos 30cms, não pesando mais de 1/2 kg), mas tem carne de excelente qualidade. A consistência tenra explica o nome vulgar. Tem coloração cinza no dorso, enquanto a cabeça mostra algumas manchas ovais negras. Outras características: a cabeça é pouco desenvolvida e os olhos são grandes.


Distribuição geográfica: Pantanal e Bacia Amazônica.

Locais para a pesca: Toda a extensão dos rios, principalmente praiados de areia e saída de corixos e igarapés.

Épocas para a pesca: Durante todo o ano.
Melhores iscas: Pequenos peixes, minhocas, minhocoçu, tuviras.
Sinônimos: bagre-sapo, mandubé.



JAÚ
(Cient: Pauliceia lutkeni Fam: Pimelodidade)

É uma das maiores espécies de água-doce, podendo atingir mais de 2m de comprimento e 100kg de peso. Trata-se na verdade, de um bagre de grandes proporções: a cabeça é achatada mas ampla, enquanto o corpo se afina gradativamente em direção à cauda, com espinhos nas nadadeiras peitorais. Tem coloração parda no dorso e ventre esbranquiçado. Os exemplares mais jovens, identificados pelos pescadores como jaú-poca, apresentam coloração amarelada com manchas em tons violeta. É um peixe carnívoro que oferece grande resistência quando fisgado. Com sua força chega a virar a canoa dos pescadores e não é recomendável, na pesca com linhada, enrolar a linha na mão - procedimento que pode resultar em acidentes sérios. 

Distribuição geográfica: Todo território brasileiro.
Locais para a pesca: Poços profundos, no meio dos rios ou junto às margens nas baías.
Épocas para a pesca: Durante todo o ano, com maior incidência na primavera e verão na época das vazantes.
Melhores iscas: Peixes de tamanho médio como piaus, piranhas, pacu-prata, entre outros, inteiros ou em pedaços, minhocoçu, tuviras, piramboias.
Sinônimos: jaú-poca, jundiá, jundiá-da-lagoa.

NOTA DA REDAÇÃO: Ao falarmos dos peixes do Pantanal foi nossa intenção mostrar um trabalho de arte em desenhos feitos pelo pessoal do departamento de arte da Revista Aruanã. 
Esses desenhos mostram toda a sua qualidade, já que foram feitos observando as fotos originais desses peixes.
Nosso arquivo de fotos de peixes e outros assuntos de meio ambiente contam hoje, com mais de 11 mil fotos.
Evidente está que escolhemos "apenas" oito peixes, já que se contam as centenas as espécies pantaneiras. Em nosso livro "Dicionário Aruanã de Pesca Amadora", mostramos todos os peixes do pantanal e com descrições amplas e cuidadosamente feitas para levar ao pescador amador/esportivo, a obra mais completa até hoje publicada no gênero. 
A Revista Aruana, tem dois vídeos sobre o pantanal: Pesca do Dourado e a Pesca do Pacu, com todas as dicas para a pesca desses peixes. 
Esta matéria foi publicada na Revista Aruanã nº 68 em abril de 1999.

quinta-feira, 13 de março de 2014

USE ISCAS DE BARBELA

Antonio Lopes da Silva




Adenominadas iscas de barbela, que alguns conhecem por lingueta, são aquelas em formato de pequenos peixes - também conhecidas como plugs - e que apresentam como característica principal as já citadas barbelas, que podem  ser de plástico ou metal. Normalmente utilizado para a modalidade de corrico, esse tipo de isca presta-se muito bem para a pesca de superfície também. Confira.




                                                                                                                                                                          Isca barbela longa.

Em qualquer  manual sobre iscas artificiais, ao ser abordado o assunto de iscas de barbela, vamos encontrar a seguinte descrição: "iscas de barbela curta servem para a pesca em meia água e iscas de barbela comprida servem para a pesca em maior profundidade". A princípio não discordamos dessa afirmação, desde que as iscas sejam utilizadas no sistema de corrico, por meio de recolhimento de linha no equipamento ou na pesca embarcada. Essa sem dúvida, é a principal função da isca de barbela, seja curta ou longa.
No entanto - e aqui vai a dica, aliás com exclusividade -, usamos muito as iscas de barbela na superfície. Vamos dividir essa dica em duas partes. Comecemos pela isca de barbela curta, a "tal" indicada para o corrico de meia água. Para trabalhar uma isca dessa espécie, há uma condição especial: ela deve boiar (ação floating).
Após o arremesso, com a isca na superfície, vamos trabalhá-la dando pequenos toques com a ponta da vara, ao mesmo tempo que vamos enrolando a linha frouxa com o auxilio da carretilha ou molinete. Esses toque podem ser lentos, mas devem ser vigorosos, em número de um, dois ou três. Nesse toques, com a isca na superfície, a barbela terá a função de fazer barulho, e o faz, jogando água à frente, em uma imitação perfeita de um pequeno peixe se alimentando na superfície. Como sabemos (e agora provamos  em nosso vídeo - "Pescando coma Aruanã 4 - Iscas Artificiais"), o sentido  mais aguçado do peixe é a audição. Aliás,  todas as espécies de peixes tem uma "linha" sensitiva ao longo do corpo, a qual sem exagero podemos afirmar que se trata de algo parecido com "múltiplos ouvidos (veja figura 1)".
Ora, com o barulho, o peixe irá se aproximar para então atacar a isca artificial. Isso acontece na maioria das vezes.
                                                                                                                           Pescando embarcado.
Porém, em várias ocasiões o peixe predador - não importa qual - se aproxima da isca e não a ataca, ficando a apenas alguns centímetros dela, como se estivesse desconfiando de alguma coisa. Essa aproximação é vista pelo pescador, que continua a trabalhar a isca. O peixe vem acompanhando e não a abocanha. Tal ação do peixe causa um verdadeiro desespero do pescador, que não sabe o que fazer e pergunta-se por que o peixe não ataca. No caso de estarmos usando uma isca de superfície (sem barbela), só nos restará continuar a trabalhá-la até chegar no barco ou na margem, se for o caso.
O peixe irá acompanhar a isca até que nos veja, ou então até que ela saia de seu raio de ação. Se o peixe nos vir e se assustar, dificilmente voltará.



                                                                                                         Iscas de barbela curta e longa.
Mas voltemos àquele algo mais que a isca de barbela pode nos proporcionar. Suponhamos que ao usar uma isca desse tipo você veja o peixe vir por baixo e não atacar. O procedimento correto nessa hora é parar a isca e ficar de olho no peixe. Ficam então os dois, isca e peixe, imóveis. Isso pode durar alguns segundos, que para o pescador parecerão uma eternidade. Assim que o peixe começar a se afastar, dê dois ou três toques na isca na superfície e, com o auxílio do equipamento (carretilha ou molinete), recolha a linha. Dificilmente qualquer peixe predador  irá resistir à cena de um peixinho em fuga sem abocanhá-lo. A ação descrita acima só poderá ser executada com uma isca de barbela curta. Nenhum outro tipo de isca de superfície conseguirá tal ação.
E tem mais. Às vezes, o peixe se posiciona a uma certa distância da isca e não fica visível para o pescador amador. Aí acontece o seguinte: vamos trabalhando a isca até acharmos que ali não tem peixe e portanto não vai atacar. Na hora do recolhimento, por causa da barbela, a isca irá mergulhar e nadar. É impossível dizer quantos casos há de peixes que foram fisgados dessa maneira, às vezes a menos de um metro de distância do barco.

                              No robalo, a risca preta é bem visível e é nela onde estão os múltiplos ouvidos.
No que se refere a isca de barbela longa a ação é um pouco diferente. Temos de partir do princípio de que esse tipo de isca também deve ser flutuante. Após o arremesso, a barbela longa fará com que a isca fique na posição vertical, pois o próprio peso da barbela a obriga a isso. Não adianta trabalhar da mesma maneira com que trabalhamos a isca de barbela curta, pois a única coisa que conseguiremos será que a isca mergulhe, demorando para voltar a superfície, e o que é pior, sem fazer ruído algum. Existem ocasiões - e isso depende de vários fatores, tais como água mais fria na superfície, por exemplo - em que o peixe não vem atacar a isca de superfície. Sabendo que o local é um "bom poço" e que os peixes costumam ficar ali, é a hora de usar a isca de barbela longa. Dê um lance um pouco mais longo - se for possível -  e venha recolhendo a isca por intermédio da carretilha ou molinete.
                                                                                                                          Isca de babela longa
Barbela curta usada na corredeira
Após algumas voltas na manivela, com certeza a isca estará em boa profundidade.  Nessa hora, pare o recolhimento e dê dois ou três toques, que farão com que a isca se movimente na água. Depois de fazer esses movimentos, pare e dê um tempo - calcule o quanto - para que a isca retorne a superfície. Dois ou três segundos serão mais do que suficientes. Novamente, recolha a linha e faça a isca mergulhar até atingir a posição em que estava. Pare novamente e dê outra vez os cutucões na isca. Essa ação é muito atraente aos peixes que ficam mais no fundo das águas.

                                     Isca de barbela de metal (não flutua)
                                                                   


Deixe-a subir e execute novamente todos os movimentos anteriores. Faça isso até que a isca artificial fique embaixo do barco. Essa ação é um sucesso.

Aí está portanto, mais uma utilidade para sua isca de barbela, seja ela longa ou curta. Só para terminar, vou dizer que algumas das melhores pescarias da minha vida, foram feitas com iscas de meia água... usadas na superfície.
E olhe que pescamos nos mais diversos locais, os mais diferentes peixes, tanto em água doce como no mar e o sucesso foi sempre o mesmo. 
Agora na Net, a Revista Aruanã mostra mais uma vez que, o importante não é você saber como nós pescamos bem, mas sim como você, observando nossas dicas, poderá melhorar e muito sua pescaria. Boa pescaria.



quarta-feira, 12 de março de 2014

PEIXE ARUANÂ - Coleção Aruanã - Peixes do Brasil



Rios como o Teles Pires, o Araguaia e o Tocantins, na Bacia Amazônica, atraem anualmente milhares de pescadores amadores, que para lá se dirigem visando principalmente os tucunarés, matrinchãs, trairões e as enormes piraíbas, entre outros peixes. No entanto, esquecem-se do aruanã, que apesar de não ser considerado peixe de carne saborosa, merece destaque, já que pode proporcionar momentos especiais de esportividade durante uma pescaria, pois quando fisgado, dá saltos espetaculares.




Sem dúvida alguma o aruanã, que recebe a denominação científica de Osteoglossum bicirrhosum, é uma das espécies mais esportivas da Bacia Amazônica.
O aspecto desta espécie a diferencia de todos os outros peixes de escamas, e tal fato se deve a ter o aruanâ dois barbilhões (um tipo de bigode) em sua boca, voltados para a frente e localizados mais precisamente em seu maxilar inferior. E isto para não falar das grandes escamas que cobrem seu corpo, cuja cor predominante é o prateado, porém com leves nuances de tons verde, vermelho e dourado, o que acaba conferindo ao peixe uma aparência muito bonita. O formato de seu corpo é muito semelhante ao do pirarucu, mas seu tamanho é bem inferior, pois quando adulto o aruanã atinge um pouco mais de um metro. Para alimentar-se, essa espécie costuma nadar quase à tona da água, em busca de pequenos peixes e insetos à volta da vegetação das margens. Se o pescador amador atirar seu anzol perto de um desses locais, provavelmente irá se surpreender com a performance do peixe, que dará um súbito salto para fora da água, abocanhando a isca, que tanto pode ser natural ou artificial.
Este é um comportamento característico do aruanã. O material indicado para a pesca desta espécie é o mesmo que utilizamos para fisgar tucunarés, classificado na categoria leve/média, ou seja, molinete ou carretilha pequenos e linha de bitola entre 0.30 e 0.45mm. As iscas mais aconselháveis serão o lambari, o tambiú, e mais uma infinidade de outros pequenos peixes, dependendo da região onde estivermos pescando. As iscas artificias, entre as quais merecem destaque os plugs (que imitam peixinhos)são também uma excelente e esportiva opção.  Uma outra interessante particularidade do aruanã é o carinho com que trata seus filhotes. Após a desova, os ovos - geralmente em número pouco superior a cem – são cuidadosamente guardados pela fêmea dentro de sua própria boca, ficando assim protegidos de eventuais ataques de predadores até sua eclosão. E esse carinho continua mesmo após o nascimento dos filhotes, pois basta que qualquer perigo os ameace para que a mãe torne a recolhê-los em sua cavidade bucal. Conforme o lugar da Bacia Amazônica, o aruanã é também conhecido como arauaná, carapanã e aruaná. 

NOTA DA REDAÇÃO: O aruanã, foi um nome decisivo no "batismo" (entre outros) da Revista Aruanã, já que o fato de ele recolher os filhotes na boca e protegê-los, nos inspirou a fazer o mesmo com os pescadores amadores/esportivos e seus direitos. No editoral da revista número um, contamos isso em detalhes. E, acho eu, que continuamos, dentro da nossa limitada capacidade, a praticar essa proteção.


COLEÇÃO ARUANÂ DE PEIXES DO BRASIL


TAMANHOS MÍNIMOS PARA A PESCA DE ROBALOS EM SP

TAMANHOS MÍNIMOS PARA
A PESCA DE ROBALOS  

A SUPERINTENDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA/SP
RESOLVE:
Art.  1º - Proibir, sob qualquer modalidade, a pesca do robalo “flexa” ( Centropomus undecimulia) com comprimento total inferior a 45cm em águas costeiras do Estado de São Paulo.
Art.   2º  - Proibir, sob qualquer modalidade, a pesca do robalo “peba” (Centropomus paralellus) com comprimento total inferior a 25cm em águas costeiras do Estado de São Paulo.
Art.  3º - Proibir a pesca dos robalos “flexa” e “peba” , de qualquer tamanho, no mês de DEZEMBRO.
Parágrafo 1º - Proibir a pesca dos robalos das espécies “flexa” e “peba” de qualquer tamanho utilizando quaisquer tipo de REDE.

 Robalo Flecha - (Centropomus undecimalis - 45cm)
Parágrafo 2º - Permitir a pesca PROFISSIONAL dos robalos das espécies “flexa” e “peba” com tamanhos mínimos permitidos somente com o uso dos seguintes aparelhos de pesca: linha de mão, caniço simples com molinete / carretilha e vara com anzol utilizando iscas naturais ou artificiais.
Parágrafo 3º - Permitir a pesca AMADORA dos robalos das espécies “flexa” e “peba” de qualquer tamanho com o emprego dos seguintes aparelhos de pesca: linha de mão, caniço simples, molinete / carretilha e vara com anzol utilizando iscas naturais e artificiais na modalidade PESQUE e SOLTE.

Art.  4º - Ficam excluídos da presente proibição as espécimes capturadas por embarcações que efetuam pesca não seletiva (parelhas e arrasto), trazendo-os como fauna acompanhante, ou sem condições de retorno ao mar.
Centropomus parallellus ou C.mexicanus  (robalo peba 25cm)


Art.  5º - É vedado o transporte, a comercialização, o beneficiamento e a industrialização de espécies provenientes da pesca proibida.
Art.  6º - Os infratores desta portaria ficaram sujeitos as penalidades previstas na lei Nº 7.679, de 23/11/88, no Decreto-Lei Nº 221, de 28/02/67 e demais legislações complementares.
Art.  7º - Revogar a Portaria Nº 008 de 11/01/95.
Art.  8º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrario.
Rubens Casanova
Superintendente Substituto
DOU 15/10/1997
NOTA DA REDAÇÃO: Esta foi uma luta travada pela Revista Aruanã,e que após alguns anos, finalmente foi reconhecida por nossas autoridades e tornou-se lei. Em 22 de dezembro de 1994, foi publicada a primeira portaria (PR N 008) que passou a fixar os tamanhos mínimos para a pesca de robalos e seu período de defeso em todo o Estado de São Paulo. Outras vieram e a mais atual é a que aqui e agora publicamos e está em vigor. Infelizmente a fiscalização por parte dos responsáveis é ainda ineficiente e a pesca com redes é praticada diuturnamente, matando milhares de robalos e, o que é pior, não respeitam sequer os tamanho mínimos estabelecidos nesta portaria. E os comercializam livremente. Lamentável.
             Antonio Lopes da Silva

terça-feira, 11 de março de 2014

PRAIA: OS HABITANTES DA AREIA

Antonio Lopes da Silva

Para o pescador amador que pratica a pesca de praia, é muito importante saber onde está pisando, pois sem dúvida moram na areia algumas das melhores iscas para essa modalidade

Eles estão praticamente em todas as praias do litoral brasileiro, com bem poucas exceções, já que em algumas delas, as próprias características da areia não permitem a presença desse tipo de organismo. Estamos nos referindo aos organismos vivos que estão sob nossos pés, enterrados nas areias da praia.
São vários, dentre os quais destacamos os corruptos, sarnambis, minhocas de praia, tatuíras, conchas, caramujos e até pequenos siris. Esses organismos são considerados como melhores iscas para a pesca na modalidade de praia porque eles estão bem ali, na própria areia, o que faz com que sejam a opção mais natural possível em termos de iscas, ou seja: é exatamente este tipo de alimento que o peixe daquele local está habituado a encontrar e a comer. Vamos destacar individualmente cada um dos organismos citados, bem como a maneira mais eficiente de retirá-los de seus esconderijos e iscá-los.
O corrupto é um crustáceo muito parecido com um pequeno lagostim, que costuma ficar a mais ou menos 20cm de profundidade e até um pouco mais. Sua presença na praia é denunciada
                                                                  Balde com corruptos

por pequenos buracos redondos na areia, com diâmetro entre 1 e 2mm. Em algumas ocasiões, esses buracos aparecem rodeados por pequenos pedaços de um material mais claro do que a areia, que são as fezes do bicho. Encontrando esses detalhes, o pescador terá a certeza de que o corrupto estará lá. No entanto, em outros buracos não haverá fezes, e ele estará lá do mesmo jeito. A maneira mais eficaz de tirá-los da areia é utilizar uma bomba de sucção, feita com canos de PVC especialmente fabricada para esse fim e facilmente encontrada em lojas de matérias de pesca. A maneira correta de utilizar a bomba é fazer a sucção ao mesmo tempo em que se enterra o cano da areia. Às vezes será necessário repetir até três vezes essa operação para que o bicho venha para dentro da bomba. O detalhe é que após a “bombada”, deve-se sempre esvaziar o conteúdo do cano (areia). Normalmente, o corrupto aparecerá no meio da areia despejada.
                                                                                                                                A bomba em ação


Tenha então à mão um pequeno balde com água do mar e areia para ir juntando as iscas, que permanecerão vivas por um bom tempo. Lembre-se de que é muito importante ir trocando a água do balde para garantir essa sobrevivência. Na hora de iscar, cuidado com as garras do corrupto, que, embora pequenas, podem causar ferimentos muito doloridos. Use uma pequena tesoura para extrair essas garras, o que só deve ser feito na hora de iscar. É uma isca muito mole e dificilmente pára sozinha no anzol. Para maior segurança, após tê-lo iscado, amarre o corrupto com um fio elástico fino que também é encontrado em lojas de matérias para a pesca. Uma outra dica importante: pegue somente a quantidade de iscas suficientes para sua pescaria, enterrando de volta na areia aquelas que sobrarem no fim do dia. Só assim o pescador irá garantir a presença permanente dos corruptos nas praias e sua posterior desova. Dica final: o melhor horário para capturar o corrupto, bem como quase todas as iscas descritas nessa matéria será na maré baixa, ou seja, no fim da vazante.
                                                                                      Amarrando o corrupto com o fio de elástico



Falemos agora do sarnambi. Em algumas praias, como por exemplo as do Rio Grande do Sul, eles são visíveis após o movimento das ondas que lavam a areia. Em praias do sudeste e nordeste essa presença é mais difícil de ser detectada. No entanto, na maré baixa e exatamente entre a areia seca e a molhada, ou seja, onde a areia fica de cor clara (seca) para a mais escura (molhada), o sarnambi denuncia sua presença com dois pequenos orifícios paralelos, de diâmetro bem menor do que os furos feitos pelo corrupto. Pode ser usada também a bomba de sucção ou até mesmo uma pequena pá, além das próprias mãos, para encontrá-lo.
Tem a aparência de um marisco branco (assim é chamado em várias regiões do Brasil) e sua casca é mole. Para isca-lo, deve-se quebrar a casca e retirá-lo inteiro. Seus corpo é uma espécie de massa, com dois pequenos “chifres”  um pouco mais duro que a massa. Comece a iscar enfiando um desses chifres na ponta do anzol, sendo que a massa deverá ser trançada no anzol, terminando com o outro chifre o ato de iscar. Dependendo do tamanho do sarnambi e do tamanho do anzol. Pode-se também amarrá-lo com o elástico.  Essa amarração as vezes não é necessária já que o sarnambi costuma ficar bem firme no anzol.
                                                                                                                                          O sarnambi


Minhoca de praia: aqui está uma isca que vai dar um pouco mais de trabalho para ser conseguida. Na maré baixa, bem junto da areia banhada por uma pequena quantidade de água das ondas, é onde a minhoca costuma estar.  Só olhos muito experientes conseguem ver seus indícios. No  entanto, a criatividade do pescador inventou uma maneira de fazê-la se mostrar. Para que isso aconteça, é só pegar um resto de um pequeno peixe – qualquer um -, de preferência com a cabeça e ir passando com os pés o peixe na água. Pare e olhe com atenção, pois a minhoca costuma sair da areia para vir comer o peixe. Tenha a mão um, pequeno pedaço de linha de nylon fina, por exemplo 0,10 ou 0,20mm, fazendo no meio da linha uma laçada. Quando a minhoca for comer o peixe, envolva-a com essa laçada e aperte com cuidado, enforcando-a. Começa a parte mais paciente dessa operação, já que a minhoca irá tentar voltar para o buraco. Não vai conseguir, porque está amarrada, e ao pescador restará então ir puxando lentamente a minhoca para fora. É uma espécie de braço de ferro onde a força é a menos importante, já que se o pescador não tiver paciência e puxar com força, a minhoca arrebenta e teremos então só um pedaço pequeno da isca. Somente com uma pequena tração e muita paciência conseguiremos tirá-la inteira do buraco. Algumas minhocas têm mais de 50cm de comprimento, o que dará para fazer várias iscas. A maneira correta de iscá-la é ir enfiando seu corpo no anzol e trançando-a para fazer um pequeno “bolo”. Tudo isso vale a pena o esforço, porque é uma excelente isca para todos os peixes da praia.

                                                                                                              Minhocas de vários tamanhos 


Já a tatuíra costuma aparecer na vazante das marés e mesmo na enchente. Com o movimento das ondas na areia a tatuíra costuma mudar de lugar. Esse é um movimento rápido, que requer a agilidade da parte do pescador amador, já que o bicho muda de lugar e se enterra novamente na areia. É só ver onde ele correu e tirá-lo com a mão. Apesar da aparência, ele é inofensivo, não mordendo ou causando qualquer outro incidente. Iscaremos a tatuíra inteira no anzol, pelo meio do seu corpo. Quanto as conchas, elas costumam aparecer ao longo da praia, sendo muito fáceis de avistar. Seu conteúdo é o que serve para iscar. Abre-se a casca que é dura com cuidado e raspa-se toda a massa do interior da concha. Deve ser trançada no anzol, e é conveniente amarrá-la com fio elástico.
Caramujos: mostram-se como as conchas, ao longo da areia da praia. A diferença é que para iscar o caramujo, será necessário quebrar sua casca. O método de iscar é o mesmo utilizado para a concha, e dependendo do tamanho do caramujo poderá ser dividido ao meio, o que nos dará duas iscas.

                                                                                                                                               Tatuíras

Pequenos siris: sua ação parece igual a da tatuíra. Com o movimento das ondas, eles também saem de um local para o outro e enterram-se na areia. A diferença é que o siri tem garras, portanto deve ser manipulado com cuidado. O jeito certo de pegá-lo é, após desenterrá-lo, ir fazendo com que mude de lugar com pequenos toques até que se canse. Feito isso, procure pegá-lo pelas garras, que devem ser imediatamente separadas do corpo. Isca-se inteiro. Como dica final, diremos que é conveniente que o pescador se lembre de que tudo o que restar das iscas, como por exemplo, as garras dos corruptos, cascas de sarnambis, conchas, caramujos e garras de siri, deve ser jogado no pesqueiro onde ele estiver, de preferência perto de seu anzol iscado, já que esse material é uma excelente ceva.
                                                                                                                                                Siri
Agora, se você não quiser ter esse trabalho todo para capturar os habitantes da areia, use o camarão morto, filé de sardinha, filé de parati, manjubas, etc. Com certeza esse tipo de isca é muito mais fácil de conseguir, pois é só passar na peixaria e comprar. No entanto, podemos apostar que o resultado de sua pescaria será muito mais produtivo em termos de peixes fisgados quando você utilizar os habitantes da areia. Duvida? Faça o teste.

Nota da Redação: para fazermos esta matéria, contamos com a colaboração,  o apoio e o conhecimento de alguns pescadores de praia, campeões dessa modalidade e com notório reconhecimento da comunidade dos pescadores de competição. Com eles aprendemos a passamos para o papel todo esse conhecimento e dicas.
Em nosso vídeo "Pescando com a Aruanã - Pesca de Praia", mostramos todas as dicas passadas nesta matéria e outras como tamanho das varas, bitola de linhas de pesca, molinetes, anzóis, empates, arranques e como visualizar os canais de praia e os melhores pesqueiros.

VISITE NOSSA LOJA - www.revistaaruana.com.br



segunda-feira, 10 de março de 2014

SAPO FERREIRO - Coleção Aruanã - Animais do Brasil










Também conhecido como sapo tambor, juiponga e tanoeiro, o sapo ferreiro é uma espécie de hábitos muitos interessantes. Seguindo um comportamento característico de boa parte dos anfíbios, o ferreiro enche papo de ar para coaxar, produzindo um som muito semelhante ao ruído do bater de ferro contra ferro, de onde originou-se seu nome popular.

O nome pelo qual é conhecido nosso sapo não é muito apropriado e é até bem pouco usado. O Príncipe de Wied, que foi quem descreveu esta espécie, já se refere a ela nos relatos de suas viagens ao Brasil, feitas em 1820, usando esse nome, que lhe fora indicado naquela ocasião pelos naturais do sul da Bahia. Observando-se  atentamente, nota-se que seu canto assemelhasse muito mais ao ruído chocho de uma pancada em madeira do que ao plangente som do malho de um ferreiro.
O sapo ferreiro - cuja denominação científica é Hyla faber é a maior das pererecas do sudeste do Brasil, sendo que chega a atingir um comprimento de 15cm.
A espécie habita os brejos com água permanente, onde, à época  do acasalamento, constrói seu ninho utilizando barro. 
O ninho apresenta o formato muito semelhante ao de uma panela rasa, com cerca de 20cm de diâmetro e aproximadamente entre 5 a 7cm de profundidade. A construção do ninho fica a cargo do macho, sendo que a fêmea irá ali depositar seus ovos, que podem chegar a 300 unidades ou mais.
Nessa "panela" nascem os embriões, que permanecem até que a primeira enchente venha, quando então a água  os transporta para poças maiores.
O período larval é bastante longo, sendo que os girinos permanecem dessa forma até atingir 10cm de comprimento, somente se metamorfoseando para sua morfologia definitiva quando já estão com grande tamanho.
Uma outra interessante característica desse grupo de pererecas é que os machos apresentam um comportamento extremamente belicoso e agressivo, defendendo tenazmente seu território, o qual é por eles demarcado pela vocalização que entoam ao redor da "panela" do ninho. Quando ocorre a visita inoportuna de algum macho intruso, o mesmo é repelido mediante uma luta corporal acirrada com o "dono" do local, sendo que aquele que sair vencedor terá como prêmio a responsabilidade de tomar conta do lugar.
Esse grupo de espécie possui, na base do polegar, um forte espinho córneo que é usado nas disputas territoriais, sendo que aflige ferimentos sérios nos contendores.
O sapo ferreiro é um anfíbio anuro de coloração amarelo-terrosa, com lista escura do extremo do focinho à confluência das coxas, sendo que estas e as pernas têm faixas transversais, e a parte inferior é mais clara.

Consultoria:
Werner C.A.Bokermann
Parqe Zoológico de São Paulo - SP

          COLEÇÃO ARUANÃ DE  ANIMAIS DO BRASIL