sábado, 26 de novembro de 2016

DICIONÁRIO ARUANÃ ANIMAIS DO BRASIL - LAGARTAS









Nesta edição você vai conhecer as lagartas que são encontradas com mais frequência. Pertence à família Sphingidae, a mariposa oferece ou não perigo ao homem?





Antes de atingirem a fase adulta, os insetos exibem formas intermediárias, a partir do ovo. A essas formas denominamos larvas e ninfas. As ninfas não oferecem muito do inseto adulto, como é o caso da barata, por exemplo. Já as larvas são completamente diferentes dos insetos adultos em que irão se transformar. Lagarta é a denominação vulgar dada às formas larvais de insetos pertencentes à ordem Lepidoptera, conhecidos vulgarmente como borboletas e mariposas. A maioria das espécies de lagartas é inofensiva para o homem, servindo de alimento para muitas espécies de pássaros. Podem porém causar sérios danos em plantas cultivadas como algodão, milho, etc. O bem conhecido “bicho da seda” é a lagarta da mariposa Bombyx mori, criada com folhas de amoreira. Merecem um destaque especial as lagartas urticantes, também chamadas de “lagartas de fogo” ou “taturanas”, nome de origem tupi que significa “aquilo que arde como fogo”. Essas lagartas possuem cerdas ou pelos em forma de espinhos que, ao serem tocados, eliminam um líquido urticante. Essas queimaduras podem causar a morte por insuficiência renal, hemorragias pulmonares e cerebrais, como se tem observado nos acidentes provocados pela espécie Lonomia obliqua. O Instituto Butantã em São Paulo, está produzindo um soro neutralizador do veneno dessa lagarta. Normalmente as lagartas urticantes são de mariposas e apresentam sobre o corpo pilosidade abundante. Ao deparar-se com lagartas que apresentam essa característica, o mais útil a fazer é evitar toca-las.
NOTA DA REDAÇÃO: O Prof. Dr. Carlos Campaner é biólogo do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo - SP

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - MANDIJUBA













Classificada na categoria dos bagres – pois trata-se de um peixe de couro – a mandijuba é encontrada em todo o Brasil. São muitos os pescadores que a consideram uma excelente opção para a pesca, bem como para a mesa.






Peixe de hábitos noturnos, e tendo portanto sua pesca mais produtiva neste horário, a manbijuba é bastante comum nos rios brasileiros. Sua coloração exibe tons avermelhado-escuro, no entanto, o fator que melhor propicia e distinção deste peixe são as manchas arredondadas que possui na cor preta. Sua carne é de excelente sabor, diferenciado-a dos demais tipos de bagres, já que esta não possui o tradicional “gosto de barro”, sendo a maneira mais tradicional de degusta-la a forma ensopada, sendo que alguns pescadores chegam a classificar a mandijuba como sendo o peixe de melhor carne entre os peixes de rio. Com comprimento registrado de até 50 centímetros e peso máximo de dois quilos e meio, deve ser pescada com linha um pouco mais grossa, como por exemplo a de bitola 0,40 mm. Suas iscas preferidas são o minhocoçu, a tradicional minhoca, pedaços de fígado e ainda pequenos pedaços de lambari. Os melhores pesqueiros da mandijuba são os grandes poços, já que é um peixe de rio, poços onde se formam remansos, os poços em final de corredeiras e ainda junto a barrancos altos das margens dos rios. Sua área de atuação conforme já citamos, é em todo o Brasil, sendo exemplo no estado de São Paulo os melhores rios para pesca-la aqueles que compõe a Bacia do Prata, a saber: Rio Paraná, Paranapanema, Itapetininga, Feio e Tiête, entre outros. A “puxada” da mandijuba, a exemplo de outros peixes de couro, é firme e contínua, não sendo necessária a pressa em fisga-la, já que este peixe costuma “embuchar” a isca. Por este motivo é comum alguns pescadores armarem diversas linhadas de espera, o que garante o sucesso, em número de peças, na pescaria. Um outro hábito da mandijuba é frequentar cevas feitas para outros peixes, pois ali elas vão a procura de pequenos peixes que vão se alimentar da ceva. Portanto, em locais onde existam cevas, durante o dia pesca-se outros peixes, mas ao anoitecer o recomendável é mudar a isca, pois será inevitável o encontro com as mandijubas, cujo nome científico é Pimelodus maculatus. Ao fisgar uma mandijuba, será necessário se observar alguns cuidados, pois esse peixe tem como arma de defesa poderosos ferrões, em número de três, sendo dois nas nadadeiras laterais e um na nadadeira dorsal. Perdendo apenas alguns segundos a mais, deve-se cortar esses ferrões, o que pode ser feito com um alicate de corte, podendo então o peixe ser manuseado sem perigo algum.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

EXCLUSIVO: OS SENTIDOS DO PEIXE









Conhecer um peixe em seus mínimos detalhes pode ajudar o pescador a melhorar suas pescarias. Conhecendo os sentidos do peixe , com certeza o pescador amador verá aumentadas suas possibilidades de não errar, ou, por outro lado, entender porque algumas vezes deixamos de fazer uma boa pescaria. 



Como todo ser vivo, os peixes, sem exceção, tem suas defesas próprias e delas fazem uso em seu habitat para continuar vivendo. Em sua luta diária pela sobrevivência, quer contra predadores naturais ou mesmo contra o homem pescador, os sentidos dos peixes são usados a todo instante. A própria natureza dotou os peixes de certos atributos, onde alguns sentidos são mais desenvolvidos do que outros, para que com isso, as espécies possam sobreviver no meio ambiente. Para o pescador amador, conhecer essas faculdades facilita a prática do esporte, e sabendo disso, podemos melhorar nossas pescarias, ou mesmo deixarmos de cometer erros primários. Desse conhecimento adquirido e usado em nossas pescarias, aprendemos também o respeito que devemos ter pelos cardumes. Um pescador amador, quando pesca bem, deve antes de tudo, ter parâmetros de conduta com o meio ambiente. Conhecedor profundo do que está fazendo, não há dia ruim, em pescaria, para o pescador amador. Vamos conhecer os sentidos do peixe, e com isso, antes de tudo, vamos apurar um sentido que deve ser aguçado em todos nós: o respeito para com o meio ambiente. Conhecer é preciso, não depredar é necessário e uma questão de honra, para quem realmente é um bom pescador amador. Vamos aos sentidos do peixe.

                                                  VISÃO

Os órgãos visuais da maioria dos peixes, apesar das grandes proporções que atingem, estão constituídos e adaptados para enxergar em um limitado raio visual. Este aspecto se deve principalmente a dois fatores:

Olho do Tucunaré – Visão: ao contrário do que muitos acreditam, ineficiente

1 – Condições físicas da água, que como é sabido, facilita imensamente a dispersão dos raios luminosos. Absorvendo-os na primeira camada, em pouca profundidade, mesmo sendo límpida, a água torna-se progressivamente obscura.
2 – A lente do olho do peixe é esférica e não pode variar em sua forma, como acontece com os animais superiores; isto nos revela o exame da estrutura anatômica. A retina é fracamente dotada de células sensitivas, de maneira que, na maioria dos casos, não possui, como na generalidade dos animais vertebrados, senão uma capacidade visual muito reduzida. Por outro lado, a lente esférica que nos peixes não varia, dando lhe uma impressão imperfeita do objeto visado, nos animais terrestres se achata quando se procura enxergar um objeto distante e se curva fortemente tanto quanto este objeto se aproxima.

Os peixes, imersos em um líquido que absorve grande parte dos raios luminosos, dotados de uma imperfeita estrutura visual como aquela neles observada e estudada pelo Dr. Th. Berr (Die Accomodation in der Thierrewich, 1898) não podem, de maneira alguma, ter a acuidade visual que parecem ter e que muitos pescadores lhes querem dar, acontecendo na realidade que muitos fatos que parecem, à primeira vista, depender da percepção visual, nada mais são que a correlação desta ultima com suas desenvolvidas faculdades auditivas. Podemos concluir então que os peixes sentem por meio da gustação, por intermédio da audição, por sensações nervosas que recebem da linha lateral e que são transmitidas ao centro auditivo, manifestações estranhas a nós, que os fazem pressentir, com extraordinária facilidade, ruídos, presenças de corpos estranhos, etc., sem intervenção direta do órgão visual, que lhes serve somente para averiguar, que por ultimo, o que passa ao redor deles.

Boca do tucunaré – O paladar age em conjunto com o olfato

                                                          OLFAÇÃO

Os peixes, vivendo dentro d’água, muito dificilmente sentem o cheiro de qualquer substância que lhe fica distante alguns metros, porque a propagação da matéria odorante que se põe na água, ou uma solução corante, se da muito lentamente. O peixe tem pouco desenvolvidos os órgãos da olfação, assim como da visão. Como já vimos atrás. O animal terrestre sente o cheiro rapidamente porque o meio físico é muito diverso daquele dos peixes – qualquer gás se expande rapidamente na atmosfera, enquanto se perde e lentamente se propaga na água.  Os peixes são dotados, anatomicamente, de duas aberturas nasais que, geralmente, estão situadas entre o focinho e os olhos; esse orifícios são protegidos, em muitos peixes, por duas válvulas que se regulam a entrada e saída da água. Cada orifício esta dividido em duas partes, onde circula a água que penetra nas ditas aberturas, sentindo assim, o peixe, o cheiro da substância que produziu a emanação dentro do líquido. Essa percepção é, porém, muito grosseira, e o peixe ordinariamente só percebe o cheiro quando está superativo. Olfato se traduz intencionalmente pela sensação que sentimos de emanações na camada de ar que nos envolve; este mesmo termo não se prestará para exprimir a sensação que ao peixe causa a substância odorante dissolvida na água, porque na verdade, o peixe sentirá mais o gosto do líquido do que propriamente o cheiro. E isto se explica facilmente porque a substância sápida ou odorante chega ao mesmo tempo ao paladar e à olfação, impressionando, portanto, concomitantemente, os dois sentidos. É sobre este particular que se pode afirmar que “olfato e paladar comunicam-se entre si”.                 



Anchova na isca artificial
                                                    AUDIÇÃO

A audição é o sentido mais pronunciado na maioria dos peixes. Vivendo em um meio bom condutor de som, como é a água, podem os peixes ouvir facilmente a grande distância, e nitidamente qualquer ruído, que é algumas vezes ampliado pela irradiação sonora através da massa líquida. O peixe ouve, geralmente, dez vezes mais do que o animal terrestre. O som emitido dentro da água se propaga muito mais facilmente, isto é, com mais velocidade do que através da camada atmosférica. Os peixes utilizam-se do ouvido e das ramificações nervosas que se acham espalhadas pelas linhas laterais do corpo para, em ação conjugada, perceberem uma terceira sensação, para nós completamente estranha e inexplicável, mas que a ciência já procurou definir como “sensação espacial”. É notável também a faculdade que têm os peixes em sentir a baixa ou a alta da água em que estão. Uma insignificante diminuição do nível é imediatamente percebida pelo peixe que repousa no fundo. Da mesma forma, são eles muito sensíveis aos fenômenos meteorológicos. Pressentem, com muita intensidade, o aproximar dos temporais e ouvem os rumores dos trovões a distâncias incalculáveis. A pressão atmosférica é outro fator preponderante no comportamento dos peixes (NR:vide Aruanã nº1). Qualquer pessoa, antes de se aproximar das margens de rios e lagoas, poderá avaliar o apurado sentido acústico dos peixes: bastará pisar no chão, como normalmente fazemos, para se verificar que os peixes fogem das margens, rapidamente para a proteção de águas mais profundas. Bibliografia Brasileira de Peixes Fluviais. (Agenor Couto de Magalhães). 




NOTA DA REDAÇÃO: Dizer o que mais sobre esse assunto? Esta matéria foi publicada na Revista Aruanã em seu número 5 em junho de 1988. Mal sabíamos nós que o Dr. Dwigth A. Burkhardt da Universidade de Minesota (EUA) estava há anos, fazendo uma pesquisa científica muito mais ampla do que as informações aqui contidas, estudando o globo ocular dos peixes. Nós a publicamos na Revista Aruanã número 18 em outubro de 1990. Aqui no blog, foi publicada em 6 de maio de 2014, sob o título “Os peixes vêem cores”? Até hoje é uma das postagens mais lidas conforme nossas estatísticas. Agora com a publicação dos “Sentidos do peixe”, acredito, ter jogado uma pá de cal sobre este assunto e com certeza até os mais obstinados pescadores irão reconhecer esta verdade e, com reconhecimento científico. Só como informação, a obra que pesquisamos “Bibliografia Brasileira dos Peixes Fluviais de Agenor Couto de Magalhães foi publicado em 1931 e o título original é (sic) “Monographia Brazileira de Peixes Fluviais”“. 


Portanto prezado pescador, ao ir a uma loja escolher uma isca artificial, tenha como principal preocupação em escolher o modelo certo da isca, com o cuidado dela se parecer o mais possível com uma isca natural que você sabe existir onde irá pescar. No resto aproveite e faça de conta que você está olhando para uma linda árvore de Natal. Veja que cores lindas e perfeitas são as bolas e outros enfeites que nela estão pendentes. São várias cores, tamanhos, formatos, brilhantes ou opacas, enfim lindas. Pode comparar com as iscas artificiais que você está olhando. Escolha a que mais gostar e isso não vai fazer diferença alguma, em sua pescaria.


Revista Aruanã Ed: nº5 – Junho de 1988

sábado, 12 de novembro de 2016

DICIONÁRIO ARUANÃ ANIMAIS DO BRASIL - GUAIÁ





       GUAIÁ




Muitas são as iscas naturais para se pescar nos costões de mar. O caranguejo que mostramos nesta postagem, pode ser considerado como uma das melhores, principalmente se estivermos tentando fisgar algum peixe “das pedras”, em seu habitat rotineiro.



Foto Aruanã

O guaiá ou guajá, não é muito bem descrito pelos nossos cientistas. O mais perto que achamos para designa-lo seria o Eriphia ganagra, da família Concrídeos. Em nossa vivência nas pescarias de costões, sabemos que eles têm como morada as tocas nas pedras e as dividem com outros peixes, como os amborés. Para pegar um guaiá (preferimos trata-lo assim), o pescador deve usar uma pequena vara onde irá colocar um pedaço de peixe. Com uma outra pequena vara, deve-se usar um fio de aço, no formato de laço, deixando-o com uma pequena abertura, para laçar o braço do guaiá. Explico. Colocamos o pedaço do peixe no vão entre as pedras. Havendo algum desses caranguejos por perto, sua vinda até a isca é imediata. Já que o contato é visual, colocamos o laço na frente do pedaço de peixe. Assim que o guaiá usar sua garra para pegar o peixe, laçamos a mesma e assim conseguimos, com calma, traze-lo às nossas mãos. É uma das melhores iscas para o costão, inteiro ou em pedaços para peixes como a garoupa, badejo, mero, miraguaia, caranha e mais uma infinidade de espécies de peixes que habitam o costão. Normalmente usar um varejão de bambu, vai evitar que algumas espécies, como a garoupa, que tem a defesa de ir para a toca e de lá não sair tão fácil, use desse artifício, no entanto haja braço para segurar o peixe fisgado nesse tipo de equipamento.

Desenho R.Von Ihering
Sob o nome caranguejo na acepção ampla, designa todos os crustáceos Decápodes brachyuros, isto é, crustáceos com 5 pares de pernas e abdome completamente dobrado por baixo do cefalotórax, que é a parte central do corpo revestida em cima por uma carapuça redonda, oval ou quadrada. São pela maior parte marinhos; poucos gêneros vivem também na água doce. Poderíamos parar por aqui e encerrar esse capítulo. Porém lemos uma discrição de Von Ihering, deliciosa pela sua simplicidade, lirismo e bom humor. Diz ele: (sic) “Os caranguejos alimentam-se em parte de caça, e bastante ágeis e astuciosos são eles para poderem pegar muita caça viva; mas predileção maior tem pelas carniças e por toda a sorte de detritos, pelo que podem ser considerados como sendo pequenos ‘urubus’ do mar. Segundo nos informa o Dr. A. Neiva, no recôncavo baiano o povo vai fachear os caranguejos quando estes andam ao atá. O modismo brasileiro, ou propriamente nortista andar ao atá, foi extensa e meticulosamente estudado por João Ribeiro (A língua Nacional, 1921, pág. 163). A expressão corresponde mais ou menos às formas portuguesas: andar à toa ou às tontas”.
E mais: (sic) Caranguejo não é peixe – Caranguejo peixe é; Se caranguejo não fosse peixe – Não nadava na maré!

NR: Em tupi-guarani Atá significa, aliás, simplesmente andar, caminhar. São denominações genéricas do caranguejo o guaiamu, guaiá, santola, espinaré, siri, etc.

NOSSO BLOG DA REVISTA ARUANÃ











No blog da Aruanã, passamos a mostrar visualizações, somente em números redondos, ou seja, a cada 10 mil. Atingimos hoje, 12/11/216 a marca de 60. 028 conforme informações do Google. Mais abaixo, os países que olham nossas fotos e leem nossos artigos, lembrando que, países com menos de 100 visualizações, não são mostrados. E, finalmente, as matérias mais lidas e que geraram esse número. Obrigado a todos.

Os números da visualizações:

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Páginas

Informação: Outras matérias muito lidas, principalmente no Exterior, são:  Folclore Brasileiro, Dicionário Aruanã Peixes do Brasil e dos Animais do Brasil.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - BADEJO












Em se tratando de pesca no mar, um dos peixes muito procurados pelo pescador amador é sem dúvida o badejo, não só pela esportividade, mas também pelo fato de sua carne – extremamente saborosa – ser amplamente apreciada.





Algumas explicações devem ser dadas sobre o badejo, já que existem duas espécies, distintas entre si. Vamos abordar primeiro o badejo que não atinge grandes proporções, chegando a pesar 3 a 4 kg e cientificamente conhecido como Epinephelus adscensionis. Sua coloração é parda e o ventre esbranquiçado, possuindo manchas na cor de chocolate espalhadas pelo corpo e nadadeiras. O badejo pertencente à segunda espécie pode ser considerado um peso pesado, já que atinge 70 kg e chega a medir 1,8 m. Cientificamente classificado como Mycteroperca bonaci tem também o corpo pardo e recoberto por manchas arredondadas um pouco mais claras. Tanto um como outro gostam de habitar locais onde haja pedras, pois ali estão seus alimentos preferidos, tais como: cracas, ostras, mariscos, caranguejos, siris e pequenos peixes. Além de habitarem os costões e ilhas marítimas, costumam também entrar nos canais e enseadas, e nestes locais, os melhores pesqueiros são os poços profundos, preferencialmente formado juntos às pedras. Na pesca amadora, as iscas preferidas pelo badejo são a sardinha, o camarão e o parati, de preferência vivos. Em se tratando de pesca de costão, recomenda-se o uso de material pesado. É mais cotado entre os pescadores o varejão de bambu, medido entre 5 e 6 m. Usa-se também a linha de aço com três fios trançados e anzol de bom tamanho. Já nos canais, pode-se usar equipamento mais leves, como varas de fibra de vidro, carretilha ou molinete, chumbada solta na linha, encastoado de aço e anzol resistente. Na modalidade de iscas artificiais, há notícias de alguns desses peixes pescados através de corrico, utilizando-se iscas de meia-água, principalmente em costões de mar aberto. Os badejos – tanto o grande como o pequeno – são conhecidos por diversos nomes, conforme a região, tais como: badejo-pintado, peixe-gato, pirajica, badejo-ferro, serigado-preto e serigado. Existem ainda diversos peixes classificados como badejos, a exemplo do badejo branco, badejo mira, badejo sabão, etc.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

ESPECIAL - ARRECIFES ARTIFICIAIS.













Pelo próprio instinto do pescador, todos nós quando vamos a uma pescaria na praia, escolhemos sempre locais onde há alguns pontos melhores para a pesca. Assim sendo, desembocadura de rios, pedras, ilhas, casco de barcos afundados, são excelentes pesqueiros. Ora, sabendo disso e em praias onde não há qualquer desses pesqueiros, porque não criar os arrecifes artificiais? Confira.









Reconhecidamente, os arrecifes artificiais melhorariam e muito a qualidade da ictio-fauna de nosso litoral. Aliás, em Mônaco, realizou-se a 18ª Reunião do Conselho Geral de Pesca do Mediterrâneo (CGPM), que é um órgão auxiliar da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), onde ficou clara a posição desse órgão em apoiar a criação de arrecifes artificiais, pois em países onde esse método já está implantado, os resultados podem ser considerados como excelentes. Como exemplo de sucesso, podemos citar países como o Japão, França e Bulgária, onde os arrecifes artificiais foram implantados e melhoraram consideravelmente a presença de peixes em sua área. E fazer arrecifes artificiais não é nenhum mistério, já que em sua confecção podem ser usados vários materiais, tais como grandes pedras, barcos sem condições de uso, pneus usados e montados em forma de pirâmide e carcaças de automóveis. Uma outra opção para a construção desses arrecifes são as estruturas de concreto armado e com formatos diversos, especialmente destinados para o abrigo da ictio-fauna marinha. Nos arrecifes já implantados nos países citados, pode ser observada uma grande variedade de mexilhões, mariscos, ostras, esponjas e mais uma grande variedade de outros organismos marinhos, o que estimula a reconstituição da fauna e flora submarinas, onde, é lógico, estão inclusas várias espécies de peixes. Como se vê, é desnecessário falar-se mais do sucesso que representam os arrecifes artificiais para o meio ambiente. No entanto, mais um beneficio os arrecifes artificiais têm. Como se sabe, existe e está em vigor a Portaria N-54 de 20/12/84, da antiga SUDEPE, onde em seu artigo I se lê:”! Proibir a pesca de arrasto pelo sistema de ‘porta e de parelhas’, por embarcação maiores de 10 toneladas, nas áreas costeiras do estado de São Paulo a menos de 1,5 milhas da costa”. Neste ponto, fica a pergunta e a resposta é óbvia: quem é, de nós, que já não está cansado de ver as “famigeradas” parelhas fazendo arrasto quase na arrebentação? Dificilmente, esses maus profissionais deixam de atuar em qualquer praia, ou mesmo dentro de canais, como é o caso de Cananeia, destruindo completamente o meio ambiente por onde passam com suas redes. 



A fiscalização da Polícia Florestal (NR: hoje Ambiental) inexiste, já que essa corporação não dispõe de barcos, chamados para “mar alto”. E então o que se vê é a destruição total e impunemente praticada. Ora, o mais leigo cidadão sabe que, em se colocando arrecifes artificiais, que a bem da verdade ficariam dentro dessa faixa citada na Portaria N-54, não haveria possibilidade de se praticar a pesca de arrasto, melhorando portanto toda a qualidade de vida e defeso de muitas espécies hoje massacradas. Todos nós sabemos, e estão aí para mostrar, em vários países do mundo, o resultado de sucesso dos arrecifes artificiais. Mas o IBAMA – senhor absoluto de nossas águas e matas – sabe disso? (NR: acrescente-se hoje o ICMBio e Fundação Florestal (SP)). Ou melhor: como confiar em um órgão – IBAMA - que nem tem capacidade de confeccionar os impressos para a distribuição na rede bancária, para que os pescadores amadores possam pagar a absurda taxa de licença de pesca? Pois é, meu prezado pescador, os arrecifes artificiais podem ser construídos para beneficiar nosso meio ambiente e evitar a pesca de arrasto, que é proibida por lei. Mas será que alguém tem interesse em tal exemplo ecológico e de sucesso comprovado? Ou seria melhor deixar como está, para que o arrastão continue a ser feito, destruindo completamente nosso litoral, e em beneficio de alguns poucos “comerciantes de pescado”. A resposta é sua. E para terminar, podemos afirmar que são muitas as formas que poderiam ser feitos tais arrecifes, inclusive por iniciativa privada, e o que é melhor, sem nenhum gasto para o IBAMA, ou qualquer órgão responsável pelo meio ambiente. Volto a perguntar: Será que alguém em nosso governo vai se interessar pelos exemplos de outros países, onde os arrecifes foram implantados? Minha resposta a isso é dar de ombros e infelizmente dizer “que pena que eu nasci num país chamado Brasil”.

NOTA DA REDAÇÃO: Esta matéria foi publicada na Revista Aruanã edição 21 em abril de 1991. Evidente está como estamos “acostumados”, a responder que nada foi feito nesse sentido. 

Arrecifes feitos com pneus diversos

Barco afundado, infelizmente muito no raso da praia

Aliás, somente uma em nosso estado, no que se refere a arrecifes artificiais, foi efetuada – particularmente – em Bertioga SP em um local conhecido como Praia da Enseada. Pudemos comprovar sua eficiência na ocasião e posteriormente. Mais nada, mesmo com esse sucesso foi realizado e implantado em nossas praias. E tem mais um agravante. As parelhas de arrasto com mais de 10 toneladas ficam longe de nossas praias, mas, como o brasileiro é craque no quesito de burlar as leis, começaram a fazer a pesca de arrasto com embarcações menores, e nem por isso menos destrutivas, para a pesca de camarão. Dia e noite, para quem, quiser ver, essas pequenas embarcações a mando de armadores de pesca, fazem seu “trabalho” em várias praias de São Paulo. Algumas chegam a ficar arrastando a menos de 100 metros da arrebentação, ostensivamente desafiando as “autoridades ambientais”. Desse arrasto, pelo sistema de “porta”, podemos ver os estragos no meio ambiente, tal é a quantidade de pequenos peixes mortos que chegam à areia da praia, descartados pelos barcos no arrasto. Não se vê, evidentemente, o estrago que o arrasto faz em desovas de peixes, no chamado “local de lama”, por onde passam. Um exemplo de sucesso em arrecife artificial pode ser visto em Ilha Comprida SP, pouco depois do lugarejo conhecido como Pedrinhas, onde um navio, mais conhecido como “barco afundado” está lá há mais de quarenta anos e é o local preferido por pescadores amadores, para lançar suas linhas, fisgando, sargos, miraguaias, garoupas, badejos e mais uma infinidade de peixes, que tem como seu habitat natural... as pedras ou costões. É preciso dizer mais alguma coisa? E, os governos municipais têm e podem atuar nesse sentido de confeccionar os arrecifes, já que o artigo 23 de nossa Constituição Federal permite essa prática. Se não o fazem, só pode ser por dois motivos, inércia ou ignorância. Prometo que neste artigo, não vou falar em plataformas de pesca, que é uma medida de sucesso em turismo, também no mundo todo.


Revista Aruanã Ed:21 - 04/1991

HUMOR DO ZÉ LAMBARI.






Em 1987, nosso pescador Zé Lambari, figura criada por Claudia Lopes da Silva, – Diretora de Arte da Revista Aruanã -   mostrava sua criação e essa frase que ficou famosa em todo o Brasil. Ele, o Zé,  já tinha essa opinião.